LISTA EXTENSA
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Mauro Naves (à esq.) e Dony De Nuccio estão na extensa lista de jornalistas dispensados pela Globo em 2019
KELLY MIYASHIRO
Publicado em 22/12/2019 - 5h12
Após fechar o ano passado com quatro baixas importantes no departamento de Jornalismo, a Globo bateu recorde de demissões em 2019. Foram 15 os profissionais de vídeo que decidiram abandonar a maior emissora do país ou que foram demitidos por ela. A chegada da CNN Brasil, a redução de salários e escândalos envolvendo a vida pessoal foram alguns dos motivos para sair. Dony De Nuccio e Mauro Naves estão entre os casos mais marcantes.
Em janeiro de 2018, o comentarista do Jornal Hoje Alexandre Garcia preferiu investir na carreira de youtuber. No mesmo mês, Carla Vilhena se despediu com a justificativa de que queria atuar em campanhas publicitárias, o que vai contra o Código de Ética da casa. Abel Neto, repórter de Esportes, deixou a emissora para migrar para o Fox Sports seis meses depois.
Nada indicava que em 2019 a lista de demissões triplicaria com fatores como a entrada da CNN Brasil, que roubou diversos funcionários da concorrente. Entre eles está Monalisa Perrone, que optou por uma carga horária de trabalho fora da madrugada. Seis meses após sua saída da emissora, o canal também contratou a jornalista esportiva Cris Dias.
Considerado o casal 20 da casa por seu perfil jovem, Mari Palma e Phelipe Siani também foram para o canal de notícias, com salário bem maior e outras regalias.
Em março, Rafa Brites foi demitida após ficar quase um ano fora do ar. Ela chegou a atuar como repórter do Mais Você, comandar o reality show Superstar e também entrou no Vídeo Show, seu último trabalho.
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Demitidos Fernando Rocha e Mariana Ferrão no Bem Estar, em janeiro; programa virou quadro
Em abril, com o fim do programa Bem Estar, que virou um quadro dentro do Encontro com Fátima Bernardes, os apresentadores Mariana Ferrão e Fernando Rocha não tiveram seus contratos renovados.
No mês seguinte, a Globo optou por não continuar o trabalho de Maurício Kubrusly, que atuava no Fantástico mas estava afastado por problemas de saúde. Com 34 anos de casa, o repórter especial recebeu uma generosa indenização e pôde manter seu plano de saúde.
Ainda em maio, Ivan Moré foi substituído por Felipe Andreoli na apresentação do Globo Esporte SP. Rebaixado a repórter, o jornalista quis assinar com a Record para romper com a Globo, porém fez muitas exigências e acabou fora da televisão. Atualmente, ele comanda dois podcasts e dá palestras em empresas.
No meio do ano, a mídia ficou movimentada com a notícia de que Neymar Jr. teria estuprado e agredido a modelo Najila Trindade. De forma chocante, o repórter Mauro Naves foi envolvido na polêmica e acabou punido porque teria atuado como intermediador de uma tentativa de acordo entre o jogador e o advogado da mulher.
Após uma suspensão que tirou Naves da Copa América, William Bonner leu uma nota oficial no Jornal Nacional em que explicava a demissão do jornalista: "Evidências de que as atitudes contrariaram a expectativa da empresa sobre a conduta de seus jornalistas".
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O caricato Márcio Canuto preferiu sair da Globo por desconsideração e redução de salário
Márcio Canuto, dono de famosas pérolas durante suas reportagens e entradas ao vivo, decidiu se aposentar. Entretanto, uma suposta falta de prestígio com a chefia e a redução de salário o motivaram a ir embora depois de 21 anos de casa.
Mas a saída mais emblemática do ano foi Dony De Nuccio, que foi obrigado a pedir demissão (para não ser demitido) em agosto, após o Notícias da TV publicar em primeira mão que o então âncora do Jornal Hoje estava atuando como assessor de imprensa de empresas pelas costas da Globo. O comentarista econômico Samy Dana, sócio de Dony, também foi dispensado.
Em outubro, Glenda Kozlowski pediu demissão por estar insatisfeita com a emissora na qual atuou durante 27 anos --os últimos deles marcados pela perda de prestígio. Agora, ela apresentará um reality show esportivo no SBT.
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Ex-Hora 1, Izabella Camargo conseguiu o feito de ser demitida da Globo dois anos seguidos
Um caso à parte, Izabella Camargo entra na lista de demitidos da Globo dois anos seguidos. Em 2018, ela foi dispensada após retornar de uma licença-médica por crise de burnout. Por obrigação da Justiça, a jornalista foi reintegrada ao quadro de funcionários em 2019. Entretanto, no mês passado, Izabella fechou um acordo trabalhista por danos morais e saiu de vez da emissora.
Antes da escala de fim de ano na emissora, Sandra Passarinho pediu demissão da emissora após 50 anos de casa. Primeira correspondente da Globo na Europa, ela entrou como estagiária na empresa em 1969, aos 19 anos.
Em comunicado oficial enviado ao departamento de Jornalismo na última sexta (20), o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, informou que Sandra decidiu deixar o jornalismo diário e se dedicar a novos projetos.
Das afiliadas da Globo, pelo menos 17 nomes, entre repórteres e apresentadores, decidiram deixar a casa por motivos variados. Confira lista apurada pela reportagem:
Ana Valéria Colares (BA)
Anderson Navarro (MT)
André Azeredo (SP)
Bruno Sakue (PB)
Daniela Salerno (GO)
Giovanna Risardo (SP)
Guilherme Portanova (DF)
Kaio Cézar (CE)
Kenzô Machida (DF)
Lívia Baral (CE)
Mariana Maimone (GO)
Mariana Martins (GO)
Michelle Sampaio (SP)
Natalia Teodoro (AM)
Paulo Cesar Norões (CE)
Tais Lopes (CE)
Victor Bonini (SP)
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