COM JEITINHO
Glauco Firpo/TV Globo
O casal Joana Jabace e Bruno Mazzeo se prepara para gravar a série Diário de um Confinado
A pandemia do novo coronavírus fez 2020 ser um ano diferente para todos, inclusive para a televisão. Sem conseguir gravar suas novelas, Globo, Record e SBT colocaram reprises no horário nobre. Centenas de séries do mundo todo também precisaram paralisar suas gravações, o que provocou um esvaziamento na programação. Em meio aos desafios, algumas mentes criativas saíram da caixinha e reinventaram a maneira de fazer ficção.
No Brasil, o ator e roteirista Bruno Mazzeo e sua mulher, a diretora Joana Jabace, arregaçaram as mangas para tirar do papel uma atração gravada em isolamento social. Diário de um Confinado, do Globoplay, cumpriu o seu papel de fazer o público dar risada da situação que todos estavam vivendo --um homem que vive sozinho para evitar o contágio pelo vírus.
Produzida totalmente de maneira remota, a série contou com participações especiais de Renata Sorrah, Lázaro Ramos, Fernanda Torres, Lúcio Mauro Filho e Leticia Colin, via chamada de vídeo, além de Debora Bloch, que aparece pessoalmente (mas à distância) como Adelaide, vizinha do protagonista Murilo --a atriz e Mazzeo também moram no mesmo prédio na vida real, o que possibilitou esse encontro.
"O programa acabou cumprindo várias funções: como artista, de sentir que a gente está comunicando e vai continuar, independente do momento que a gente viva; de mostrar que dá para fazer uma dramaturgia mais simples; e que a gente pode se reinventar. Senti um carinho muito grande das pessoas que viram", valorizou Mazzeo em entrevista ao Notícias da TV.
A Globo ainda colocou no ar uma série antológica, Amor e Sorte, com histórias independentes e protagonizadas por atores que vivem juntos na vida real. Mãe e filha, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres foram as primeiras, e a química de Lúcia e Gilda deu tão certo que ainda rendeu um especial de fim de ano --no ar nesta sexta (25), depois de A Força do Querer.
Os outros três episódios tiveram os casais Taís Araujo e Lázaro Ramos, Fabiula Nascimento e Emilio Dantas, e Luisa Arraes e Caio Blat. A dificuldade de expor a vida pessoal ficou em segundo plano diante da possibilidade de fazer arte em um panorama tão adverso. "Eu não mostro nada da minha vida e, de repente, estava expondo a minha casa. Achou que ia ter privacidade na quarentena? Acabou a zona de conforto!", brincou Luisa.
Ainda no campo da ficção humorística, Marcelo Adnet deu um show de versatilidade no Sinta-se Em Casa, pílulas diárias gravadas em sua residência nas quais ele satirizava os principais acontecimentos do dia, com imitações de famosos como os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, o apresentador Silvio Santos e a participante do BBB20 Ivy Moraes. Os mais de 170 episódios estão disponíveis no Globoplay.
A pandemia rendeu mais duas iniciativas interessantes (e não roteirizadas) no streaming do Grupo Globo. A primeira foi o Cada Um no Seu Quadrado, em que Paulo Vieira e Fernando Caruso reuniam amigos em uma videochamada para "sextar" com jogos, brincadeiras e muita conversa.
A segunda --e mais interessante-- foi o Sterblitch Não Tem um Talk Show: O Talk Show, no qual o ex-humorista do Pânico conduzia entrevistas com personalidades diversas como Ivete Sangalo, Fátima Bernardes, Ney Matogrosso, Paolla Oliveira, Rafa Kalimann e Seu Jorge. O programa rendeu um dos grandes memes de 2020, a Cabeleileila Leila.
reprodução/nbc
The Blacklist teve episódio em animação
Na TV norte-americana, as séries que decidiram não se render ao coronavírus se viraram nos 30 para produzirem episódios especiais no meio da pandemia. O drama jurídico All Rise e a comédia teen Danger Force colocaram o elenco para gravar direto de suas casas e construíram suas tramas por meio de chamadas de vídeo. A estratégia foi seguida pelo humorístico Saturday Night Live e pelo reality musical American Idol.
Já o drama The Blacklist e a comédia One Day at a Time (2017-2020) decidiram fazer episódios com cenas em animação para encerrar suas temporadas. Os atores gravaram as vozes dentro de casa, e uma equipe de desenhistas passou a trabalhar em esquema de home office.
Os roteiristas americanos também criaram projetos especiais na própria quarentena, aproveitando a relação existente entre atores na vida real para contar histórias sobre a pandemia. O canal Freeform exibiu em agosto a minissérie Love in the Time of Corona, um registro para o futuro de como a vida mudou por completo em 2020.
Já a Netflix produziu Distanciamento Social, uma antologia tragicômica que revela os altos e baixos do cotidiano de pessoas que tentam manter seus relacionamentos ao mesmo tempo em que estão isoladas. O projeto foi idealizado por Jenji Kohan, que produziu Orange Is the New Black (2013-2019) e Glow (2017-2019) para a gigante do streaming.
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