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LÚCIA E GILDA

Em Amor & Sorte, pandemia une à força filha bolsonarista e mãe esquerdopata

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

As atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres entram em um galinheiro telado como as personagens Gilda e Lúcia em cena de Amor & Sorte

Gilda (Fernanda Montenegro) e Lúcia (Fernanda Torres) se aventuram em galinheiro em Amor & Sorte

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

Publicado em 8/9/2020 - 7h00

Com episódios gravados em meio à pandemia de coronavírus (Covid-19), Amor & Sorte estreia nesta terça (8) na Globo para colocar o dedo em feridas que vão além da crise sanitária. O episódio Gilda e Lúcia traz a história de mãe e filha que resgatam a relação destruída por divergências, sobretudo políticas, durante isolamento forçado na serra do Rio de Janeiro. "Mas sem clima de Fla x Flu", adianta o roteirista Antonio Prata.

Aos 90 anos, Gilda (Fernanda Montenegro) é uma mulher que se formou em meio às revoluções da década de 1960 e 1970, e que se espanta com a "caretice" da herdeira Lúcia (Fernanda Torres) --uma executiva reacionária que a obriga a deixar sua casa em Copacabana e abdicar de "prazeres" do mundo em uma fuga alucinada da peste.

"Tem um pouco de drama e também de humor, mas é uma trama muito tenra, de aquecer o coração. É uma filha que deve ter votado em João Amoedo no primeiro turno e em Jair Bolsonaro no segundo, que bate de frente com uma mãe que é da ala mais revolucionária do PSOL. Nenhuma delas é tachada como vilã ou como heroína", explica o escritor, que assina o roteiro com Chico Mattoso.

As duas não conseguem se entender nem nos pequenos detalhes do dia a dia, nem sequer no cardápio. "A Lúcia é vegetariana, e a mãe passa o episódio todo querendo comer um lombinho. Gilda chama a filha de 'direita guilhotina' e ela devolve ao considerá-la 'esquerda carnívora'", explica a mulher de Andrucha Waddington.

Apesar das diferenças, elas acabam restaurando um laço que foi desfeito ao longo dos anos de afastamento, a ponto de Gilda esconder a notícia de que a vacina contra o Sars-Cov-2 acabara de ser descoberta.

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Andrucha Waddington nos bastidores da produção

"O conflito dá caldo ao episódio em que dois mundos antagônicos se encontram e não de uma maneira panfletária, mas através dessa relação familiar. Uma desconhece o mundo da outra, e isso muda quando elas são obrigadas a conviverem", afirma Fernanda.

Com uma epidemia de "intolerância" à espreita por causa da polarização política, Fernanda Montenegro não se preocupa com possível reação adversa ou provável cancelamento nas redes sociais. "Todos os assuntos hoje correm perigo, tanto para lá, quanto para cá. Já estamos batizados a esse respeito", minimiza a veterana.

Além da parceria com a filha, a atriz ressalta que adorou rodar as sequências com o apoio da família, já que até mesmo os seus netos se envolveram com a parte técnica da produção. Joaquim Waddington, de 20 anos, também faz uma pequena participação na frente das câmeras. "Foi consolador", arremata a artista.

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