Faustão, Mion, Huck e Malhação: Globo fecha ano sem deixar pedra sobre pedra

Conhecida (e reconhecida) por seu padrão de qualidade e por ter um modelo de grade que pouco se altera com o passar dos anos, a Globo decidiu chutar o balde em 2021. A demissão de Fausto Silva em junho desencadeou uma dança das cadeiras que respingou até no Jornalismo. E as mudanças continuam no ano que vem, com o fim de Malhação --que sairá do ar assim que a reprise da temporada Sonhos (2014) acabar.

É a maior revolução que a emissora já encarou neste século --uma transformação tão intensa não acontecia desde 1999, quando diretores tiveram que apelar para talentos da concorrência a fim de reforçar sua programação: na época, foram contratados Ana Maria Braga (então na Record), Jô Soares e Serginho Groisman (SBT) e Luciano Huck (Band).

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Desta vez, o único reforço externo foi Marcos Mion, demitido da Record ainda em janeiro. Em fase de contenção de despesas e de dispensa de figurões, a Globo decidiu recorrer a soluções caseiras. Para o lugar de Faustão, apostou em Luciano Huck --que abriu mão (ao menos temporariamente) de seu sonho político para ocupar os domingos.

Depois de Andre Marques ser bastante criticado no comando do No Limite 5, Mion apareceu como uma opção para preencher a lacuna do Caldeirão. O ex-A Fazenda abriu mão de um contrato com a Netflix para realizar seu sonho na Globo --e dá-lhe choro em diferentes atrações da programação para provar o quanto ele está feliz na nova emissora.

Tiago Leifert, escalado para substituir Faustão às pressas após uma crise de saúde do veterano e jogado aos leões ao ser efetivado na Super Dança dos Famosos depois da demissão do dono do Domingão, superou um desafio que parecia impossível e saiu fortalecido de sua passagem pelos domingos. Ele, porém, não quis colher os louros e pediu para deixar a empresa. Por problemas familiares, ainda teve de abandonar no meio a sua última temporada do The Voice Brasil.

Principal reality show do país, o Big Brother Brasil voltará de cara nova no ano que vem. Tadeu Schmidt foi escalado para substituir Leifert à frente da "nave louca", como o Notícias da TVhavia antecipado em 10 de setembro, quase um mês antes do anúncio oficial.

A troca de Tiago por Tadeu desencadeou a dança das cadeiras no Jornalismo: Maria Júlia Coutinho foi escalada para substituir o irmão de Oscar Schmidt no Fantástico, formando uma dobradinha feminina com Poliana Abritta; Alan Severiano entrou no lugar de César Tralli no SP1; e o marido de Ticiane Pinheiro assumiu a vaga da ex-moça do tempo no Jornal Hoje.

Por falar em moça do tempo, até o mapa das previsões foi abalado pelo terremoto da Globo neste ano. Anne Lottermann, que havia assumido o posto no Jornal Nacional há menos de dois anos, deixou o clima --e a Globo. A vaga ficou com Eliana Marques, que já era cotada para o cargo desde os tempos de Maju.

E Anne Lottermann? Ironicamente, vai tentar a sorte na Band, no programa de Faustão --o mesmo que deu início a toda essa ciranda.