SOBE E DESCE
Divulgação/NBC
O ator Taylor Kinney na oitava temporada de Chicago Fire e Melissa Roxburgh no segundo ano de Manifest
JOÃO DA PAZ
Publicado em 27/5/2020 - 5h30
A temporada 2019-2020 das séries na TV americana acabou arranhada devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que forçou cortes de episódios e encerramento desfigurado de atração, mas também contou com feitos históricos positivos, como os alcançados pela franquia Chicago. Já Manifest, sensação do ano anterior, ainda está na corda bamba, com o futuro indefinido.
Tanto os três dramas da franquia Chicago (Fire, P.D. e Med, exibida no Brasil pelo Universal TV) quanto Manifest (Globoplay) são da rede NBC, que deu tratamento diferenciado a elas. O trio de séries ambientadas na cidade dos ventos foi renovado para três temporadas (cada uma), uma decisão de pura confiança. Enquanto isso, a produção sobre o mistério do voo 828 aguarda na sala de embarque para saber se decola para o terceiro ano ou não.
A aposta da NBC em Chicago é justificável pelo desempenho das séries irmãs na audiência. Pela primeira vez, as três ficaram no top 10 de uma temporada. Fire (sobre bombeiros) terminou a oitava temporada com o episódio mais visto de toda a sua história. No ranking geral, ficou à frente da badalada This Is Us, indicada ao Emmy, uma conquista também inédita.
Manifest está na corda bamba, puxada para cada extremo por dados ruins e bons de audiência. A segunda temporada sofreu uma queda considerável de público em relação ao ano de estreia: 40% de telespectadores a menos em média por episódio.
Pesa a seu favor o fato de boa parte do público ver os episódios após irem ao ar na NBC. Em 2020, Manifest é líder de audiência em um quesito: a que tem o maior número de telespectadores até 35 dias após a exibição de um capítulo na TV.
divulgação/HBO
Sarah Snook na segunda temporada de Succession, drama da HBO vencedor do Globo de Ouro
Um breve olhar no ranking das séries mais vistas nos Estados Unidos rende a reafirmação de um gênero infalível, o de séries policiais, que domina as primeiras posições: NCIS (AXN), seguida por FBI (Universal TV) e Blue Bloods (Clarovideo).
Vencedora do Globo de Ouro de melhor drama, Succession foi além do rótulo de queridinha da mídia americana. Chega forte para o Emmy e com um elenco para lá de feliz, por agora ser o mais bem pago da HBO.
Entre os vários streamings lançados nos últimos meses, o da Apple se saiu bem mesmo com suas primeiras séries sendo massacradas por críticos. Com um mês no ar, o drama The Morning Show emplacou três indicações ao Globo de Ouro e terminou em alta, por abordar temas controversos (como assédio sexual no ambiente de trabalho), ancorados pelas atuações de Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, as atrizes com o maior salário por episódio da TV.
Vale destacar a boa fase de You (Netflix), que superou a maldição da segunda temporada, após um ano de estreia arrebatador, e foi renovada. Mr. Robot (2015-2019, Amazon) terminou como uma das melhores séries da década.
Watchmen (HBO) acertou o prumo na reta final e é uma das favoritas ao Emmy de melhor minissérie. E o drama Power (2014-2020, Fox Premium) chegou ao fim deixando nada menos do que quatro séries filhotes para continuar seu legado.
divulgação/CBS
Iain Armitage na terceira temporada da comédia Young Sheldon, filhote de Big Bang Theory
Sem a "mamãe" The Big Bang Theory (2007-2019) para dar aquele empurrãozinho na audiência, a comédia Young Sheldon escorregou sozinha. O filhote da idolatrada comédia nerd não repetiu o desempenho de anos anteriores, com queda de telespectadores na casa de 20%.
As comédias não tiveram uma temporada boa, para dizer o mínimo. Young Sheldon, na sexta colocação, foi a única atração do gênero no ranking das 20 séries mais vistas nos Estados Unidos. Na lista de audiência com os 100 programas com mais público da TV americana, seis comédias estão nas últimas dez colocações.
Não foi um bom ano também para Westworld (HBO) e The Walking Dead (Fox), com recordes negativos de telespectadores. Apesar de uma perda de público significativa, o drama zumbi ainda é o líder de audiência na TV paga dos EUA.
Dois dramas de qualidade premium foram cancelados pelo Facebook: Sorry for Your Loss (com Elizabeth Olsen) e Limetown (com Jessica Biel). Sinal de que a rede social vai frear o investimento em séries para sua plataforma de vídeos.
Antes elogiada por temas provocantes amarrados em boas histórias (como questões sociais e políticas), Supergirl (Warner) manchou seu legado com um truque barato em sua quinta temporada: um queerbaiting (isca lésbica) que não agradou em nada aos fãs. Katy Keene (HBO), filhote de Riverdale, foi outro flop adolescente.
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