Quer fazer uma série de sucesso? Crie teorias e invista em médicos e policiais

Para fazer sucesso na TV americana é simples: basta não inventar muito e seguir a cartilha do convencional. As três séries novatas mais vistas da atual temporada têm em seu DNA aspectos que o público já viu antes. A líder Manifest copia Lost e suas teorias. Depois vem o drama FBI que aborda... o FBI. Seguido por New Amsterdam, ambientada em um hospital.

Essas três séries são as únicas que superaram a barreira dos 10 milhões de telespectadores, de acordo com dados do instituto Nielsen, que mediu a audiência das atrações estreantes entre setembro e o último dia 20. Estão computados os telespectadores que viram a série "ao vivo" e os que assistiram aos episódios gravados, dentro de sete dias após sua primeira exibição.

Os números do instituto não apontam nenhum sucesso de arrebentar a boca do balão, como ocorreu em anos anteriores (Empire em 2015 e The Good Doctor no ano passado, por exemplo). Por outro lado, o levantamento traz dados importantes e deixa claro que o público gosta de ver séries com uma estrutura mais tradicional.

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No topo está Manifest, com média de 13,45 milhões de telespectadores por episódio. O drama da NBC ganhou o rótulo de nova Lost (2004-2010), com todo o mérito. Um grupo de passageiros de um avião reaparece cinco anos depois de sumir em pleno ar. Ao pousarem, eles percebem que não envelheceram, embora a vida na Terra tenha seguido seu curso normalmente.

Em meio a teorias sobre o porquê dessa anomalia e quem está por trás disso, com direito a um número cabalístico igual a Lost, Manifest apresenta uma trama razoável ao provocar um choque de realidade nesses passageiros, jogados em um mundo diferente do que estavam inseridos antes de embarcarem no misterioso avião.

Com carimbo do decano Dick Wolf, FBI é outra série tipicamente americana sobre a polícia federal do país. Pai da franquia Law & Order e das séries de Chicago, Wolf foi a aposta segura da rede CBS para emplacar um sucesso. Deu muito certo, com média de 12,86 milhões de telespectadores. E vem aí o filhote de FBI, chamado de Most Wanted, que vai caçar os criminosos mais procurados dos EUA e do mundo.

FBI foi sucesso até no Brasil. Exibido pelo Universal TV, o drama colocou o canal na vice-liderança da TV paga no dia de sua estreia, no último 6 de novembro, atrás apenas de um jogo de futebol do Sportv.

Na seara das séries hospitalares, New Amsterdam vem para mostrar como é a vida em um hospital geral e público, um contraste às instalações quase perfeitas de Grey's Anatomy e The Good Doctor. Um médico, vivido por Ryan Eggold (The Blacklist), assume a direção de um dos mais antigos hospitais públicos dos EUA com a missão de reformular o lugar e eliminar a burocracia.

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Comédias, revivals e reboots
O ranking da Nielsen tem The Conners no top 5, posição de respeito para uma comédia que é derivada de uma série cancelada abruptamente. Roseanne (1988-2018) saiu do ar após um comentário racista de sua protagonista, a humorista Roseanne Barr, em uma rede social. A série superou esse baque e segue firme, inclusive com grande possibilidade de ser renovada para uma nova temporada.

Séries ressuscitadas ou que repaginam sucessos do passado também estão na lista. Murphy Brown, continuação da comédia exibida originalmente entre 1988 e 1998, conquistou público suficiente para ser a sétima colocada do ranking. Acima dela está Magnum P.I., reboot do drama clássico dos anos 1980.

Veja as dez séries novatas mais vistas na temporada 2018-2019 da TV dos EUA (mínimo de dez episódios exibidos entre setembro e 20 de janeiro):

1) Manifest: 13,45 milhões de telespectadores;
2) FBI: 12,86 milhões;
3) New Amsterdam: 11,81 milhões;
4) God Friended Me: 9,96 milhões;
5) The Conners: 9,95 milhões;
6) Magnum P.I.: 8,49 milhões;
7) Murphy Brown: 8,47 milhões;
8) The Rookie: 8,43 milhões;
9) The Neighborhood: 7,97 milhões;
10) A Million Little Things: 7,32 milhões.