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Segunda Temporada

Humor e sacanagem: Como Succession se tornou a série mais imperdível da TV

Reprodução/HBO

O ator Jeremy Strong em Succession, série sensação da HBO que chega ao fim da segunda temporada

O ator Jeremy Strong em Succession, série sensação da HBO que encerra sua segunda temporada

JOÃO DA PAZ

Publicado em 13/10/2019 - 5h35

Uma trama familiar com filhos que fazem sacanagens entre si e não poupam o pai de humilhações poderia passar despercebida em meio às mais de 500 séries atualmente no ar. Mas a bem-humorada Succession, atração em questão, tem o selo da HBO e, com ele, um status de sofisticada. Isso a faz ser o drama mais imperdível da TV neste ano.

Tão velhas quanto a própria televisão, as histórias sobre intrigas em família, principalmente se ela for podre de rica, continuam rendendo porque têm elementos que fascinam o telespectador, como a passada de perna que um irmão dá no outro ou uma trairagem contra o próprio pai. São coisas que o público médio pode até sonhar em fazer na vida real, mas prefere segurar a onda. Fica a possibilidade de se entreter e visualizar os desdobramentos de tais atitudes na ficção.

Succession tem tudo isso e mais um pouco. Em 2019, a produção da HBO é o drama com melhor avaliação no site Metacritic (nota 88 de 100), superando sucessos como Olhos Que Condenam (Netflix), Chernobyl (minissérie da HBO vencedora do Emmy) e Killing Eve (disponível no Brasil pelo Globoplay).

O mais intrigante é que Succession chegou a esse ponto depois de uma primeira temporada insossa e pouco atraente.

A série demorou tanto para ter uma história digna que quem quiser começar a vê-la pode pular os três primeiros episódios. Do quarto em diante é que o circo começa a pegar fogo dentro do clã Roy. O patriarca Logan (Brian Cox), magnata dono do conglomerado de mídia Waystar Royco, está mal de saúde, e três dos seus quatro filhos estão de olho no poder. Querem provar que podem suceder o pai na empresa.

A segunda temporada, que chega ao fim neste domingo (13), ficou mais legal ao aumentar as intrigas entre os herdeiros e abusar de chacotas, fofocas e insultos. E o telespectador só fica com o balde de pipoca no colo, rindo das situações ridículas vividas por pessoas afortunadas que desconhecem a palavra limite.

Para provar lealdade, Logan forçou filhos e subordinados a fazerem atos absurdos, como brigar por uma salsicha jogada no chão como se fossem porcos. Os herdeiros armaram planos sujos para queimar o filme de uma nova queridinha do papai, que furou a fila ao aceitar o papel de CEO (diretora-executiva) da Waystar. E chegaram a silenciar uma vítima, ex-funcionária da empresa, que ameaçava botar a boca no trombone com denúncias de assédios cometidos por executivos da companhia.

Divulgação/HBO

Shiv Roy (Sarah Snook) olha para o pai, Logan (Brian Cox), em busca da tão almejada benção


Beija-mão

O zunzunzum da mídia americana ajudou a dar uma levantada em Succession que, segundo dados da HBO, teve um aumento de 22% em audiência entre a temporada de estreia e a atual. Tanto hype tinha razão de ser, pois de fato o drama melhorou muito. Acertou ao dar mais espaço ao patriarca Logan e também colocar a única filha mulher dele em um espaço de maior destaque.

A lobista política Siobhan Roy (Sarah Snook), a feroz Shiv, deu show. Ela entrou em rota de colisão com os dois irmãos de olho na bênção definitiva do pai. O loucão Roman (Kieran Culkin) não se cansou de humilhar a loira com piadas machistas. Enquanto o mimado Kendall (Jeremy Strong) tentou menosprezar a irmã em reuniões ao enfatizar indiretamente que ela não tinha bagagem (leia-se: experiência no meio empresarial) para palpitar sobre a rotina e o futuro da Waystar.

Shiv conseguiu se desvencilhar das trairagens --rebatendo com outras tantas facadas nas costas, lógico. A entrada dela de vez no jogo de Succession foi uma das razões que transformaram a série em uma das sensações da temporada.

O curioso disse tudo é que Empire, há quatro anos, fez algo parecido e conquistou milhões de telespectadores. Embora tenha concorrido ao Globo de Ouro, a série sobre uma disputa de filhos para suceder o pai em uma gravadora de música não caiu nas graças dos críticos, por abusar de cenas de fazer inveja às mais latinas das novelas. A primeira temporada da série da rede Fox, TV aberta dos EUA, ficou com a nota 69 no Metacritic. Eis a diferença que ter uma grife como a HBO faz...

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