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EMPURRÃO AMIGO

Entenda como a Netflix turbina séries tipo Good Girls e Grey's Anatomy

DIVULGAÇÃO/NBC

Dentro de um cômodo escuro, as atrizes Mae Whitman, Christine Hendricks e Retta fazem cara de espanto em Good Girls

O trio Mae Whitman, Christine Hendricks e Retta em cena da terceira temporada de Good Girls, estreia da Netflix

JOÃO DA PAZ

Publicado em 25/7/2020 - 6h45

Na guerra dos streamings existe de tudo, desde repetições de ofertas a briga por direitos de exibição. Um capítulo curioso é aquele no qual a Netflix se sobressai: turbinar séries da concorrência. Exemplo disso se dá com Grey's AnatomyGood Girls, cuja terceira temporada fica disponível neste domingo (26). É o tipo de negócio bom para ambas as partes.

Caso não existisse a Netflix para mostrar Good Girls a um novo público, seja nos Estados Unidos ou ao redor do mundo, a comédia dramática estaria cancelada. Ocorre que, embora a atração não vá bem de audiência na rede americana NBC, o que tradicionalmente é um termômetro para o fim ou a continuidade de um programa, a série dispara assim que chega na plataforma mais popular do planeta.

Essa convivência é tão incomum que gera ações inéditas. Ao promover a estreia da terceira temporada, a NBC fez uma propaganda incentivando seus telespectadores a assistirem aos episódios anteriores na Netflix. O grupo NBCUniversal, dono da rede e que tem o próprio streaming (o Peacock), fez uma propaganda explícita da concorrência. Com direito até a exibição do logotipo.

A Netflix tem relações parecidas com outras séries de terceiros --que o diga Grey's Anatomy! Nos últimos anos, o drama hospitalar da rede ABC registrou um aumento de interesse exponencial entre os jovens americanos (principalmente mulheres), que lá pelos meados da década passada sequer sabiam da existência da atração. Só que, pelo streaming, foram fisgados por Shonda Rhimes, a rainha do drama.

Quando termina de ver os episódios da plataforma, esse público recém-chegado procura a ABC para ver os capítulos inéditos. O resultado disso está nos números de audiência. Na temporada 2019-2020, Grey's Anatomy terminou na segunda colocação entre as séries mais vistas do público adulto (de 18 a 49 anos) nos EUA, atrás apenas de This Is Us. A última vez que o drama médico ficou tão bem colocado nessa métrica foi há 13 anos, quando só era superado por CSI (2000-2015).

Como se mover nesse tabuleiro? Grey's Anatomy é dos estúdios da ABC, pertencente à Disney. Além do streaming próprio, o Disney+, a dona do Mickey Mouse também tem a plataforma Hulu para chamar de sua. Mas ela não tira Grey's Anatomy da Netflix norte-americana, pois em time que está ganhando não se mexe. Já com Scandal (2012-2018), que também é dos estúdios da ABC, a troca foi feita: o drama político saiu da Netflix e entrou na Hulu.

No Brasil, Grey's Anatomy desfruta de muita popularidade na Netflix. Mas até o momento, a 16ª temporada está fora da gigante do streaming. E vai fazer um ano que a Amazon anunciou uma parceria com a Disney para a distribuição de tudo o que é entretenimento, inclusive Grey's Anatomy, no Prime Video. Até agora, entraram filmes e séries sortidas da empresa americana, mas nada do drama médico.

A atriz brasileira Alice Braga em A Rainha do Sul, drama popularizado no Brasil pela Netflix


'Estreia' na Netflix

Algumas séries passam a existir só quando entram na Netflix. Vide All American, da rede The CW, que nos EUA correu risco de cancelamento ao figurar nas últimas posições no ranking de audiência da TV aberta. Mas foi só entrar na Netflix que o drama esportivo cresceu em popularidade como se fosse uma novidade em Hollywood. A CW correu para renovar a atração, exibida pela Warner no Brasil.

Entre os brasileiros, ocorre algo similar com A Rainha do Sul, série protagonizada por Alice Braga que sofre com um jogo de cadeiras na TV paga. A série já passou pelos canais Space e TNT Séries, exibida em horários ingratos que a deixavam passar despercebida. Mas é só os episódios entrarem na Netflix que o drama passa a ser acompanhado e gera burburinho nas redes sociais.

O mesmo pode ser dito de Ponto Cego (Blindspot). A atração policial teve um início bom na Warner, mas depois caiu no esquecimento. Daí veio a Netflix para reavivar a série, que com sua quarta temporada figurou durante semanas no top 10 do serviço. O sucesso no mercado internacional foi fundamental para Ponto Cego ser renovada até o quinto e último ano, superando o flop no ibope americano.

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