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Culpa de Good Girls

Na guerra dos streamings, rede dos EUA se rende e pede que público veja a Netflix

Imagens: Reprodução/NBC

As atrizes Retta, Mae Whitman e Christine Hendricks no trailer da terceira temporada de Good Girls

As atrizes Retta, Mae Whitman e Christine Hendricks no trailer da terceira temporada de Good Girls

JOÃO DA PAZ

Publicado em 5/2/2020 - 4h38

Uma das três grandes redes de TV aberta norte-americanas, a NBC se rendeu ao poder da Netflix com um gesto surpreendente. Para promover promover a estreia da terceira temporada da popular comédia dramática Good Girls, que nos Estados Unidos começa no próximo dia 16, produziu vídeos em que incentiva seu público a acompanhar as temporadas anteriores na gigante do streaming.

Os clipes (o do trailer pode ser visto no fim deste texto) trouxeram algo nunca antes visto na TV aberta americana. No final, logo abaixo do nome Good Girls, há duas informações. À esquerda, ganha espaço a data da volta da série na NBC. Do lado direito, o logo da Netflix, com um anúncio de que a primeira e a segunda temporadas estão disponíveis na plataforma.

No Brasil, Good Girls também faz parte do catálogo da Netflix. A atração tem como protagonistas Christina Hendricks (Mad Men), Retta (Parks and Recreation) e Mae Whitman (Parenthood), que interpretam três amigas problemáticas que decidem roubar um supermercado.

Uma das imagens que finalizam as propagandas de Good Girls na NBC, com o logo da Netflix

O simples gesto da NBC tem um significado enorme. Na guerra dos streamings, com plataformas sendo lançadas uma atrás da outra, a TV aberta sofreu várias derrotas, perdendo para os concorrentes de atores da alta prateleira de Hollywood a criadores cobiçados.

Com uma tentativa de contra-atacar o forte posicionamento de mercado dos streamings, redes americanas fizeram de tudo, culminando na postura radical da Fox de reformular sua programação quase completamente, focando em realities e esportes, depois de vender o seu estúdio de televisão para a Disney.

Algumas TVs abertas, inclusive a NBC, até apostaram na redução drástica do número de comerciais no horário nobre, para agradar às pessoas já acostumadas a ver séries sem pausa, como é praxe nos streamings.

Devido ao sucesso de Good Girls na Netflix, a NBC adotou a estratégia do "se não pode vencer o inimigo, una-se a ele". O plano é fazer com que os telespectadores cresçam mais e mais na Netflix e, sedentos por novos episódios, acompanhem semanalmente a série na TV convencional assim que a nova temporada estrear.

A NBC assumiu que Good Girls faz mais sucesso na Netflix do que em sua própria grade de programação. A questão agora é ver se o público do streaming vai se dispor a ver os novos capítulos nas noites de domingo, faixa em que a rede do grupo Universal não vai bem de audiência.

A segunda temporada teve média de 2,32 milhões de telespectadores por semana, número que deixou a série atrás da animação Family Guy, da Fox. A repercussão na Netflix salvou Good Girls do cancelamento.

O que ocorreu com Good Girls deve virar tendência e se repetir cada vez mais. É o caso do drama All American, da rede The CW. A interessante série sobre um jovem jogador de futebol americano amargurava a terceira pior audiência da TV aberta no ano passado. Mas, após entrar na Netflix, fez sucesso e virou um assunto quente nas redes sociais. Assim, a CW renovou a atração para uma segunda temporada. All American é exibida no Brasil pela Warner.

Veja abaixo o trailer (em ingês) da terceira temporada de Good Girls:

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