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CEMITÉRIO NA TV

Por ibope ou desgaste, 2019 enterrou cinco atrações que fizeram história

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator e apresentador Miguel Falabella se despede do público na última edição do Vídeo Show

O ator e apresentador Miguel Falabella se despede do público na última edição do Vídeo Show

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 24/12/2019 - 4h41

Se algumas atrações tiveram vida curta na TV em 2019, outras chegaram ao fim neste ano após uma longa história no ar e certamente deixarão sua marca em todas as enciclopédias da televisão brasileira. Entre as causas que determinaram seus encerramentos, estão queda na audiência, desgaste do formato e até mesmo o desejo de terminar no topo.

O caso mais emblemático é o do Vídeo Show, um dos programas mais duradouros e reverenciados da Globo, encerrado às pressas logo no início do ano, às vésperas de completar 36 anos no ar. O motivo? A emissora se cansou de ser derrotada pelas fofocas do quadro A Hora da Venenosa, um fenômeno das tardes da Record.

Destino mais memorável teve o Tá no Ar: A TV na TV. O humorístico criado por Marcius Melhem e Marcelo Adnet chegou ao fim depois de seis temporadas a pedido da própria equipe, que queria se dedicar a novos projetos antes de explorar o formato de paródias televisivas até a última gota.

E o cemitério de grandes atrações não recebeu apenas programas da Globo. A Cultura "contribuiu" com o Viola, Minha Viola --que até ganhou sobrevida após a morte de sua apresentadora, mas não resistiu. E a Gazeta colocou um ponto final no Todo Seu depois de trocar o tradicional horário noturno de Ronnie Von pela tarde.

Confira cinco atrações de sucesso que chegaram ao fim em 2019:

divulgação/tv cultura

A cantora Inezita Barroso (1925-2015) se tornou uma espécie de marca do Viola, Minha Viola


Viola, Minha Viola

O programa fez história como um dos poucos a apresentar cantores de música caipira de raiz depois da explosão do gênero sertanejo, visto como mais moderno e popular. Lançada em 1980, a atração ficou muito associada à imagem de Inezita Barroso (1925-2015), sua terceira apresentadora --antes, os modões eram comandados por Nonô Basílio (1922-1997) e Moraes Sarmento (1922-1998).

Após a morte de Inezita, a Cultura começou a reprisar os melhores momentos do Viola, Minha Viola enquanto buscava um novo rosto para o programa. Lima Duarte foi convidado e chegou a topar, mas acabou não podendo assumir o musical por conta de seu vínculo empregatício com a Globo. Em 2017, Adriana Farias foi chamada para ficar à frente da atração, que não durou muito: a última edição inédita foi ao ar em 6 de janeiro. De lá para cá, apenas reprises nas manhãs de domingo.

reprodução/tv globo

Sophia Abrahão se emocionou na última semana do Vídeo Show: mais de 35 anos no ar


Vídeo Show

Em 20 de março de 1983, a Globo decidiu colocar no ar um programa no qual poderia mostrar os bastidores de suas novelas e atrações, além da intimidade dos artistas. Nascia assim o Vídeo Show, apresentado por Tássia Camargo e exibido aos domingos. De lá para cá, dezenas de nomes passaram pela bancada, o formato virou diário e quadros como Falha Nossa entraram no imaginário popular.

Com tanta história, causou surpresa o anúncio de que o Vídeo Show chegaria ao fim no início do ano. O cancelamento súbito foi escondido pela Globo em meio a um grande texto no qual anunciava todas as novidades da grade de janeiro. Um atestado de que o vespertino tinha virado a maior vergonha da emissora, com sucessivas derrotas para as fofocas de Fabíola Reipert na Record.

Curiosamente, o fim do Vídeo Show não mudou os resultados da audiência. O Se Joga, lançado em 30 de setembro como uma opção moderninha para as tardes da Globo, também virou freguês da Hora da Venenosa --e, em ocasiões dramáticas, perde até para o enlatado The Thundermans, do SBT.

reprodução/tv gazeta

Ronnie Von durou menos de quatro meses com o programa Todo Seu nas tardes da Gazeta


Todo Seu

Uma instituição na Gazeta, onde estava desde 1999, Ronnie Von deixou a emissora em julho inconformado porque sequer teve a oportunidade de se despedir de seu público. O Todo Seu, que ele apresentava desde 2004, se tornou vítima de uma mudança do próprio canal: em 1º de abril deste ano, a Gazeta decidiu criar um grande bloco de programas femininos similares, das 10h30 às 17h50.

Com essa transformação, a atração de Ronnie, tradicionalmente exibida à noite (e com cara, cenário e formato de programa noturno), passou a ser exibida às 13h30. Na época, o ex-galã da Jovem Guarda não demonstrou muita preocupação e afirmou que, na Gazeta, o "horário nobre é à tarde". No fim, não durou nem quatro meses na nova faixa e foi demitido juntamente com Celso Zucatelli, estreante na grade.

reprodução/tv globo

Fernando Rocha saiu da Globo antes mesmo do fim do Bem Estar, que virou apenas quadro


Bem Estar

Lançado em 2011 com a proposta de tratar de temas de saúde usando uma linguagem mais popular, o Bem Estar fez história na Globo. Colocou, por exemplo, os apresentadores Fernando Rocha e Mariana Ferrão dentro de um modelo que simulava um ânus gigante. E também virou meme quando Rocha soltou a infame piada do encontro da clara com a gema dentro de um bolo.

Apesar de não ter sido um fenômeno de audiência, o matinal ganhou sobrevida porque tinha fila de anunciantes dispostos a participarem das pautas do programa. Nem isso foi suficiente: Rocha foi dispensado no fim de fevereiro (apesar de ter contrato com a Globo até agosto) e Mariana decidiu não renovar com a emissora menos de um mês depois. Michelle Loreto assumiu o formato, que deixou de ser programa em 5 de abril e virou um mero quadro do Encontro e do É de Casa.

reprodução/tv globo

Elenco do Tá no Ar se reúne em cena do último episódio do humorístico: seis anos de sucesso


Tá no Ar: A TV na TV

Único acerto de Marcelo Adnet na Globo até o momento, o Tá no Ar chegou ao fim em abril deste ano, depois de seis temporadas de muita repercussão --tanto positiva quanto negativa. O humorístico irritou religiosos com paródias como a Galinha Preta Pintadinha e atacou políticos ao denunciar a corrupção em Brasília, mas também fez a diversão dos telespectadores com números musicais e piadas nonsense.

O programa ainda teve liberdade para falar de outras emissoras --homenageou de Carlos Alberto de Nóbrega a João Kleber, por exemplo, e botou Silvio Santos (na verdade, uma imitação de Adnet) para cantar os mais variados hits do momento. Também remontou a vila do Chaves, em uma crítica ao governo de Jair Bolsonaro.

Apesar de estar em um bom momento criativo, e com médias de audiência decentes (não chegou a ser um fenômeno, mas também não fracassou), a equipe do Tá no Ar preferiu encerrar o programa no auge. Em 2020, parte dos roteiristas e do elenco estarão no Fora de Hora, uma paródia de jornalístico que deve suprir essa lacuna.


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