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Chegou ao fim

Cinco motivos para sentir saudade do Tá no Ar e um para acreditar que vai tarde

Fotos: Reprodução/TV Globo

Marcius Melhem apoiado em caixão durante o cortejo fúnebre do Tá no Ar nos Estúdios Globo - Fotos: Reprodução/TV Globo

Marcius Melhem apoiado em caixão durante o cortejo fúnebre do Tá no Ar nos Estúdios Globo

REDAÇÃO

Publicado em 7/4/2019 - 6h54

Após cinco anos na programação da Globo, o Tá no Ar terá seu último episódio exibido nesta terça (9). Os humoristas prometem um fim nada triste e totalmente inusitado, com cenas de um cortejo fúnebre do programa que passou pelas ruas dos Estúdios Globo. A atração teve bons momentos e deixou sua marca na emissora e na memória afetiva do público, mas vinha perdendo força e relevância.

Confira cinco motivos que provam que o Tá no Ar vai deixar saudade:

Trecho do esquete Branco do Brasil, que criticou a falta de oportunidades para negros 


Crítica social

O Tá no Ar sempre se destacou por fazer humor com crítica social, batendo em questões complicadas e controversas no Brasil. Nesta temporada, por exemplo, produziu um caixa eletrônico laranja, em relação ao escândalo político com Flávio Bolsonaro. No ano passado, foram marcantes os esquetes Branco do Brasil, que faziam ironia com a desigualdade racial, e as propagandas políticas com candidatos bizarros.

"O programa não é agressivo, ele é contundente, levanta questões de forma muito clara. Estamos muito atentos à questão da intolerância. Religiosa, comportamental, sexual, de todo tipo. Falar que tomamos partido parece que partidariza, mas não é isso. Temos um olhar humanista sobre as questões, sobre direitos, liberdade, até onde podem se meter na nossa vida", explicou Marcius Melhem em 2018.

Carlos Alberto de Nóbrega e Marcius Melhem recriaram A Praça é Nossa na Globo em 2016


Participações especiais

O Tá no Ar acertou muitas vezes ao colocar artistas bem conhecidos do público em situações inesperadas. Fátima Bernardes fez várias participações especiais, como no esquete Encontrão com Fátima Bernardes, em que esbarrava em pessoas na Globo. Sandy também teve um momento engraçado, em que falava muitos palavrões em uma cena que remetia ao seriado Sandy & Junior. 

Mas um dos esquetes mais marcantes foi com Carlos Alberto de Nóbrega. Em 2016, ele apareceu no banco do programa A Praça É Nossa, do SBT, conversando com a Velha Surda --vivida por Marcius Melhem, em referência ao saudoso Roni Rios (1936-2001). Foi engraçado, comovente e merecido ao mesmo tempo.

O ator Welder Rodrigues fez sucesso em esquete do Tá no Ar com o bordão Foca em Mim


Boas sátiras de programas

A essência do Tá no Ar é fazer graça com base na programação de TV brasileira, e algumas das sátiras deram muito certo. Jardim Urgente, uma brincadeira com o Brasil Urgente, é uma delas. No programa, um apresentador sensacionalista fica indignado com casos policiais, mas todos envolvem crianças --como uma briga no playground, por exemplo. 

Assim como o Jardim Urgente, o quadro Balada VIP existe desde a primeira temporada, numa sátira ao estilo de programa que Amaury Jr. apresenta (ele mesmo já participou dos esquetes). A zoeira com o desenho Galinha Pintadinha, que no Tá no Ar virou Galinha Preta Pintadinha, também é um exemplo bem-sucedido.

Cena de beijo entre Eduardo Sterblitch e Marcelo Adnet em musical do Tá no Ar de 2018


Números musicais

Toda edição do humorístico termina com um musical, que já abordou temas como conservadorismo no Brasil e a bissexualidade, com direito a um selinho entre Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch. A produção sempre impressiona, assim como as versões de músicas famosas. Um dos musicais que mais fez sucesso foi ao ar em 2016, quando Adnet fez a música Spoiler (versão de Royals, da cantora Lorde), contando vários desfechos de filmes e séries. 

Atores do Tá no Ar recriaram a vila do Chaves, no que foi o último grande hit do programa


Humor inteligente na TV

Ao longo dos anos, o Tá no Ar se destacou na Globo como um humorístico cheio de ironia, sarcasmo, piadas rápidas e ousadas. A televisão tem outras boas atrações para o público dar risada, como o Lady Night, que agora também é exibido pela Globo, mas ainda assim o programa deixará uma lacuna em relação a humor inteligente nacional na TV aberta.

Mas nem tudo foi acerto no Tá no Ar. Confira um motivo pelo qual ele já vai tarde:

Trecho do esquete Vingadores da Lava-Jato, que não deu o que falar na temporada deste ano


Relevância e repercussão

Não é de hoje que o Tá no Ar já não tem mais dado muito o que falar. Se no começo os esquetes chocavam parte do público e geravam muitos comentários e discussões nas redes sociais, agora muitas edições passam quase batidas. Hoje, o programa já não tem mais a relevância de outrora, e o quadro Isso a Globo Não Mostra, exibido no Fantástico, pega ainda mais pesado nas piadas e tem ganhado muito mais repercussão na internet.

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