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SCOTT BAKULA

Séries com 'caso da semana' ainda têm vez na TV? Ator de NCIS acredita que não

Divulgação/CBS

Scott Bakula (de máscara) à frente de músicos de jazz em cena de NCIS: New Orleans

Scott Bakula (de máscara) à frente de músicos de jazz na sétima e última temporada de NCIS: New Orleans

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 20/2/2021 - 7h05

A notícia de que a sétima temporada de NCIS: New Orleans será a última da série chocou os fãs da franquia, mas não o seu astro. Em entrevista ao Notícias da TV, Scott Bakula disse que atrações do tipo "procedural", com o caso da semana e tramas que se encerram no mesmo episódio, não têm mais tanto espaço no entretenimento atual.

"A TV tradicional está lutando para manter o seu público e para continuar vital em um mercado cada vez mais sobrecarregado. Fazer 24 episódios por ano [de uma série] vai ser uma coisa do passado. Acho que todo esse formato [procedural] vai mudar muito em breve", opinou ele à reportagem no ano passado.

O comentário de Bakula chama a atenção não apenas por alfinetar um gênero que deu a ele um emprego durante os últimos sete anos, mas também porque parece ir contra todas as estatísticas de audiência.

Das dez séries mais vistas na TV aberta dos Estados Unidos na atual temporada, oito podem ser classificadas como procedurais: The Equalizer, NCIS, FBI, Chicago Med, Chicago Fire, 9-1-1, Blue Bloods e Chicago P.D. Apenas Young Sheldon (a quinta mais vista) e This Is Us (a décima) fogem do formato "crime/cliente da semana".

O veterano, porém, tem uma visão dos bastidores que nenhum ibope é capaz de medir. O mercado americano produz cerca de 500 séries de ficção todos os anos, entre redes abertas, TV paga e streamings. Para prender o público diante do televisor, é necessário cativá-lo e deixar um gostinho de quero mais. Atrações procedurais encerram cada história no próprio episódio --se você deixa de assistir ao próximo capítulo, o entendimento da trama não é prejudicado e é possível voltar cinco semanas depois sem perder nada.

Dessa maneira, o formato cria um público até que fiel, mas que nem de longe tem a dedicação ou o ímpeto de acompanhar todos os episódios. Série mais vista da TV americana, NCIS (a original) atualmente registra média de 10,5 milhões de espectadores por semana. Oito anos atrás, o índice era de 21,3 milhões. Ou seja, mais da metade dos espectadores abandonou o navio no meio da viagem, pois não tem a curiosidade de saber como será o final.

"Tentar manter a atenção da pessoa e fazer uma série interessante é um desafio de verdade. Eu já fiz muito disso [procedurais] na minha carreira, me sinto sortudo por ter feito", elogiou Bakula, que tem no currículo atrações como Contra Tempos (1989-1993) e Star Trek: Enterprise (2001-2005). "Mas confesso que estou ansioso pelas mudanças que virão", provocou.

Algumas transformações já podem ser percebidas: as séries da franquia Chicago e 9-1-1 têm apostado cada vez mais na exploração da vida dos personagens, usando os casos da semana como apoio para os dramas pessoais, e não o contrário. Aí, cabem brigas, intrigas e romances dentro do local de trabalho --que deram (e ainda dão) tão certo em Grey's Anatomy, por exemplo.

As atrações que seguem o formato semanal vão acabar? Difícil dizer. Afinal, a rede CBS aposta em um revival da clássica CSI (2000-2015) para aumentar sua audiência na próxima temporada, e a rival NBC também prepara uma nova derivada de Law & Order: SVU, com o retorno do detetive Stabler (Christopher Meloni) já marcado para 1º de abril.

Parece pouco provável, no entanto, que essas novas séries, que já estreiam com cheirinho de mofo, tenham a mesma longevidade de suas mães. Afinal, em um mercado superlotado e com streamings que privilegiam o novo, até mesmo chegar à terceira temporada é uma tarefa complicada, que dirá passar da 20ª?

"Eu nunca tinha feito um personagem durante tanto tempo, chegamos a 100 episódios na quinta temporada, e eu não dei tanta atenção na época. Mas é algo que não acontece com tanta frequência, as séries vão ser cada vez mais curtas agora", sentenciou Bakula.


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