BALANÇO
MONTAGEM/DIVULGAÇÃO/NETFLIX/HBO
A atriz Sophia Lillis em I Am Not Okay With This (Netflix) e Michaela Coel em I May Destroy You (HBO)
A histórica summer season de 2020, temporada da TV americana entre junho e agosto afetada em cheio pelo novo coronavírus (Covid-19), evidenciou características marcantes da Netflix e da HBO. O streaming cancelou atrações a rodo, algumas por causa da pandemia. Do outro lado, a rival triunfou com poucas, mas boas séries.
A Netflix acabou com The Society (2019) e I Am Not Ok With This (2020), atração que chegou ao posto mais alto do top 10 da plataforma. A justificativa para o término foi o surto viral que interrompeu gravações nos Estados Unidos e encareceu o retorno dos trabalhos, devido às exigências de se cumprir protocolos para evitar o contágio da Covid-19. Ambas as séries estavam no meio das produções de suas respectivas segundas temporadas.
O modelo da Netflix, de fazer programas em massa, com aposta no volume, dá nisso. Para cortar gastos, atrações são cortadas sem dó. Vale até para Altered Carbon (2018-2020), uma ficção científica custosa que não correspondeu às altas expectativas e que foi cancelada com apenas duas temporadas na conta.
Também tiveram o fim anunciado La Casa de Papel (vai para a quinta e última temporada) e O Mundo Sombrio de Sabrina (a parte 4 ainda será lançada). E as comédias The Kominsky Method e Disque Amiga Para Matar não escaparam da maldição da terceira temporada: ambas foram renovadas para aquelas que serão as terceiras e últimas levas de episódios.
Ainda entram na conta de cancelamentos da Netflix na summer season deste ano o programa de esquetes Astronomy Club (2019) e o reality de moda Next in Fashion (2020), do estilista Tan France (de Queer Eye).
divulgação/hbo
Matthew Rhys, vencedor do Emmy por The Americans, encarnou bem o Perry Mason da HBO
Como contraponto da Netflix, a HBO adota um estilo que prioriza a qualidade ao invés da quantidade. Isso se provou eficiente, com três séries que apresentaram aquele jeitão bem conhecido do canal, boas apostas para aparecerem no próximo circuito de premiações, que se inicia na virada do ano.
Do Reino Unido saiu a emocionante I May Destroy You, protagonizada por Michaela Coel. Ela recusou um contrato com a Netflix e foi parar na HBO. A atração chamou a atenção de todos, elevando o status de Michaela em Hollywood. Ela criou, escreveu, produziu, dirigiu e protagonizou a trama, elogiada pela crítica e com lugar certo nas listas de melhores do ano.
Na seara de produções de época, as que exigem um cuidado impressionante com os detalhes, Perry Mason assumiu o posto de líder. Baseada em uma série homônima que revolucionou o gênero na TV americana, o drama da HBO apresentou trabalhos de arte e fotografia próximos da perfeição. Renovada para a segunda temporada, Perry Mason tem Matthew Rhys (The Americans) como o protagonista.
E Lovecraft Country aterrissou com um timing ideal, encenando a segregação racial nos Estados Unidos dos anos 1950 para telespectadores da segunda década do século 21, que ainda testemunham dia após dia os crimes de racismo que ocorrem com frequência. É a história do passado ensinando o presente, em uma produção da dupla Jordan Peele (Corra!) e J.J. Abrams (Lost).
Os últimos três meses não foram só de notícias ruins para a Netflix. Pipocaram coisas boas, como a despedida de Dark (2017-2020), que dominou as conversas sobre séries. A mexicana Desejo Sombrio foi a série de língua não inglesa com a primeira temporada mais vista na plataforma. E a fofa O Clube das Babás emocionou e divertiu os fãs de histórias com pegada Sessão da Tarde.
A HBO emplacou uma série lançada sem qualquer grande compromisso: Betty, renovada para a segunda temporada. E após o sucesso de Hightown, drama com Monica Raymund (ex-Chicago Fire), o Starzplay cravou a série de strippers P-Valley entre as melhores da summer season.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.