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RASTRO DE SANGUE

Qual é a história do Tenório em Pantanal? Passado cruel de mortes é revirado

FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Murilo Benício com expressão de choro em cena como Tenório na novela Pantanal

Tenório (Murilo Benício) teve crime exposto em música de Trindade (Gabriel Sater) em Pantanal

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 20/7/2022 - 14h29

Tenório (Murilo Benício) esconde um passado repleto de mortes em Pantanal. O histórico de crimes do vilão começou ainda na juventude, quando assassinou o motorista do caminhão que causou o acidente que tirou a vida de seus pais. Depois, o mau-caráter passou a enganar as pessoas e vender terras que já tinham donos no Paraná. A disputa pelas propriedades, inclusive, provocou tragédias nas famílias de Alcides (Juliano Cazarré), Muda (Bella Campos) e Juma (Alanis Guillen) na novela das nove da Globo.

No folhetim adaptado por Bruno Luperi, Trindade (Gabriel Sater) foi o responsável por expor o primeiro crime do bigodudo com uma música vinda diretamente do inferno --já que foi composta pelo cramulhão. A canção falava sobre os filhos de um boia-fria e de um gato, que é o chofer do caminhão que aluga os trabalhadores para cuidar da lavoura.

Tenório rapidamente vestiu a carapuça e se identificou com a letra da moda de viola. "Eu era menino via o pai e a mãe levantar 4h da manhã pra esperar o gato que vinha buscar. Em um caminhão via os dois partir para o canaviar. Ficava rezando sozinho em casa pr'os dois voltar", cantou o peão endiabrado.

Enquanto isso, o público viu Roberto (Cauê Campos) pesquisar sobre o passado do pai na internet e descobrir que ele se envolveu em um crime. As manchetes informavam que um acidente com caminhão de boias-frias matou sete trabalhadores. Depois, a morte do gato responsável pelo veículo foi investigada, como cantou o amado de Irma (Camila Morgado):

Um dia o pai voltou ele mais a mãe dentro de um caixão. De uma ribanceira rolaram os dois com seu caminhão. E o gato mardito escapou com vida na confusão, veio me abraçar e morreu na ponta do meu facão. Sendo de menor não paguei meu crime numa prisão.

"Ficou só no mundo com esse remorso no coração. Pois na hora do enterro veio o menino e me deu a mão. Me falou chorando 'sou o gatinho do caminhão'", entoou Trindade. Mariana (Selma Egrei) até reclamou da música triste. "A vida também é feita de tragédia, aliás, quase tudo na vida é tragédia", soltou o pai de Guta (Julia Dalavia). Muito mexido por ter se identificado com a história da canção, o bígamo voltou para o carro e chorou copiosamente.

Manchete de jornal

Manchete sobre morte dos pais do vilão

Quais os crimes de Tenório?

Em seguida, Roberto apareceu conversando com Zuleica (Aline Borges). A enfermeira admitiu que o marido já havia contado sobre o acidente. "E ele mencionou ter matado o motorista?", provocou o jovem. "Não dá pra dizer que foi ele que matou", defendeu a mãe de Marcelo (Lucas Leto).

"Aí já vai ser coincidência demais. É o mesmo acidente, mesma data, mesmo lugar. Ao que tudo indica, esse menino que matou esse tal de gato é o meu pai. Por que é meu pai ele não pode ter cometido um crime? Ou ele tem que sair impune disso?", disparou o irmão de Renato (Gabriel Santana).

Além disso, Guta uma vez ouviu Ari (Claudio Galvão) falar para José Leôncio (Marcos Palmeira) que o bigodudo carregava um assassinato nas costas. O próprio Tenório revelou detalhes de seu passado em conversa com o vizinho.

"Meu negócio sempre foi comprar e vender terras. Desde mocinho. Eu comecei no norte do Paraná, muitos anos atrás, como caçador de jacu", disparou o bígamo, usando o termo que se refere ao corretor de terras que visa dar golpes em pessoas desinformadas.

"Eu ganhei muito dinheiro naqueles tempos. Na região do Sarandi, eu vendi terras adoidado. Mas aconteceram uns entreveros. Um coitado que perdeu todo o dinheiro, chegou a matar um grileiro!", relembrou o interesseiro, que deu início à vingança de Gil (Enrique Diaz) pela morte do filho.

A briga pelas terras gerou uma guerra entre famílias de Juma e Muda. O marido de Maria Bruaca é um dos culpados pelos assassinados de Gil, Francisco (Túlio Starling), e dos pais de Rute e de Alcides (Juliano Cazarré). O trio já até formou uma aliança para se vingar do grileiro.

Murilo Benício como Tenório

Tenório em cena da novela da Globo

Tenório morre em Pantanal?

Na trama, o Velho do Rio (Osmar Prado) já profetizou a morte trágica do vilão. Se o remake da Globo seguir a história original, escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida pela extinta Manchete (1983-1999), o bigodudo deve pagar pelos seus crimes com a própria vida ao ser assassinado nos últimos capítulos.

Na primeira versão da novela, o grileiro (vivido por Antônio Petrin na época) se deu muito mal e foi encurralado por Alcides (Ângelo Antônio em 1990) na reta final. 

Além do desejo de vingança pela morte do pai, o peão também se voltou contra o patrão depois de ter sido castrado por conta do caso que ele mantinha com Maria Bruaca (Angela Leal na primeira versão).

Cheio de ódio, o capanga atirou uma lança no bígamo, que caiu no rio sangrando e acabou servindo de petisco para as piranhas.


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