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SURRA DE ALFINETADAS

Pantanal detona horário político: 'Quanto mais baixaria, maior a audiência'

FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Marcos Palmeira como José Leôncio em Pantanal; ele está em pé, conversando e apontando com o indicador esquerdo para cima

José Leôncio (Marcos Palmeira) em Pantanal; fazendeiro subirá em 'palanque' durante prosa

ARTHUR PAZIN

arthurpazin@noticiasdatv.com

Publicado em 22/7/2022 - 5h00
Atualizado em 22/7/2022 - 8h12

Em Pantanal, os moradores da fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira) vão entrar no clima das eleições. Com a visita de Érica (Marcela Fetter), os personagens da novela das nove da Globo vão emendar uma prosa na outra ao falar de política. Além do dono da casa, Mariana (Selma Egrei) detonará o horário destinado aos candidatos na TV. "Quanto mais baixaria, maior a audiência", vai analisar a idosa.

Tudo começará por causa da televisão. Devido à noite fria que estará fazendo, José Leôncio, Jove (Jesuíta Barbosa), Juma (Alanis Guillen), Filó (Dira Paes), Irma (Camila Morgado), Mariana, José Lucas (Irandhir Santos), Érica e Tadeu (José Loreto) estarão sentados na sala, quando o marido da mulher-onça resolverá ligar o aparelho. As cenas estão previstas para ir ao ar a partir deste sábado (23).

"Larga isso... É horário político", vai dizer o pecuarista, bravo com o filho, que tentará convencer o pai a ver as campanhas por outro ponto de vista. "Vamos ver, pai? O senhor não acha importante ao menos conhecer os programas eleitorais dos candidatos?", vai perguntar o rapaz.

Sem chance, o boiadeiro recusará assistir ao conteúdo. " o quê? É a mêmalenga-lenga de sempre", vai argumentar José Leôncio, que repetirá para não ligar a televisão. "Vai atrapalha a nossa prosa", vai justificar.

Políticos sem credibilidade

Embora José Leôncio diga que não gosta de horário político, o próprio fazendeiro promoverá uma discussão sobre o tema. "É só chegá época de eleição, e eles descobre que tem criança abandonada, que o salário mínimo é uma porcaria, os aposentado tão passâno fome, que tem muita violência na cidade. Se tivessem uma proposta que preste, eles num gastavaas fortuna que gasta fazendo campanha.", vai discursar o pai de Tadeu.

Aproveitando o entusiasmo do anfitrião, Érica vai perguntar qual seria o mote de sua campanha caso ele fosse um candidato. "Fala, pai... O povo qué te escutá", incentivará José Lucas.

Jove também vai entrar na onda e desafiará José Leôncio. "Tá aí, pai... Quero ver se o senhor teria o meu voto", brincará o jovem. O "rei do gado", então, deixará claro que isso nunca seria realidade. "Ara... Isso é bestêra. Eu nunca que ia candidato a nada nessa vida", vai assegurar o homem.

"Bão... Eu ia começá pidîno descurpa por causa disso... Deles tê que me ouvi por obrigação", soltará José Leôncio, arrancando risos de todos. Em seguida, ele vai engrossar o tom e montar o seu palanque. "E, daí pra frente, eu ia fazê o que ninguém tem coráge de fazê, que é propô solução de verdade pros problema desse país", anunciará o dono da casa com sua verve de contador de causo berrando.

Jove (Jesuíta Barbosa) e José Leôncio (Marcos Palmeira) em Pantanal

José Leôncio (Marcos Palmeira) em cena

'Robin Hood à pantaneira'

Ainda diante de seu "eleitorado", José Leôncio seguirá com seu discurso. "Pra começá, num ia perdê tempo com choradêra. Que ninguém aguenta mais reclamação curpâno quem veio antes, o supremo, o congresso. Meu
pai dizia que quem mais reclama, são os que menos faiz. E pra político esse ditado cai como uma luva".

No embalo da conversa, Érica vai comentar que por isso muitos políticos são eleitos na base do ataque, e Mariana expressará sua visão. "Campanha política virou reality show, quanto mais baixaria, maior a audiência", vai palpitar a mãe de Irma.

Logo depois, a jornalista falará sobre os eleitores e a "guerra entre torcidas", e  Jove causará um climão ao dar uma indireta e deixar todos em silêncio. "Quem não tem argumentos, parte para agressão. E isso explica essa nova classe política que se pauta em incitar o ódio e a violência".

Na sequência, José Leôncio vai continuar com a prosa, analisando o cenário político-econômico do Brasil. "Eu fico é cum vergonha de visto esse país passá pelo que passô, de visto esse povo sofrê o tanto que sofreu e que os nosso político, até hoje, dão as costas pra dor da nossa gente", dirá.

Entusiasmada com a prosa, Érica vai mandar uma pergunta ao fazendeiro. "E o dinheiro que o senhor tivesse do fundo eleitoral, dos financiamentos de campanha... Ia usar como?", questionará a jornalista. Simplório, José Leôncio vai responder que a campanha seria apenas ele e uma câmera. "O resto eu ia revertê em cesta básica", prometerá.

Com os pés no chão, Mariana vai jogar a real ao genro. "Admiro a sua boa intenção, mas, ao contrário das falas de ódio e da bagunça, esse discurso não dá nem voto, nem audiência", lembrará a personagem.

Apesar disso, José Leôncio vai manter a fala. "Mais eu ia saí com a cabeça erguida. Porque teria feito o dinhêro do povo vortá pro povo!", argumentará o boiadeiro, que vai ganhar um apelido de Jove. "Um Robin Hood à pantaneira. Gostei!", exclamará seu herdeiro.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do criador da história, e ficará no ar até outubro. Em seguida, a Globo vai estrear Travessia, trama de Gloria Perez.

Leia os resumos dos próximos capítulos da novela Pantanal.


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