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CRÍTICA

O Sétimo Guardião foge da vingança, mas erra com casal sem química

Fotos: Reprodução/TV Globo

Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa não empolgam como casal, e José Loreto está fora do tom - Fotos: Reprodução/TV Globo

Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa não empolgam como casal, e José Loreto está fora do tom

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 27/11/2018 - 5h36

Chegaram ao fim as histórias de vingança no horário das nove, uma obsessão dos autores da Globo desde o sucesso de Avenida Brasil (2012). Com a chegada do realismo mágico de O Sétimo Guardião, a faixa mais nobre de novelas da emissora se refresca com uma trama escapista. Só precisa aparar algumas arestas, como a falta de química entre os protagonistas.

Até o momento, o casal formado por Bruno Gagliasso (Gabriel) e Marina Ruy Barbosa (Luz) ainda não empolgou o público, muito mais pela repetição de seus intérpretes do que pela construção dos personagens.

Gagliasso e Marina estão saturados no vídeo, fazendo tipos muito parecidos com os de outros trabalhos anteriores. Ele está apático e a ruiva nem bem saiu de Deus Salve o Rei e já emendou a protagonista das nove. Pior: a novela medieval das sete também começava com sua personagem salvando o mocinho quase morto, só para citar uma coincidência entre as duas histórias.

Também no elenco, José Loreto (Eurico Júnior) continua fraco em mais um personagem que interpreta. O destoamento fica evidente quando ele é contraposto com os nomes que o cercam, como Bruna Linzmeyer (Lourdes Maria) e Caio Blat (Geandro). Não colabora o fato de o filho do prefeito ter muito destaque, com um tipo rude e encrenqueiro apaixonado pela mocinha.

Já o delegado Machado (Milhem Cortaz) parece estar ali apenas pela polêmica. Ele gosta de usar calcinhas, mas seu segredo já foi descoberto pela mulher Rita de Cássia (Flávia Alessandra), o que esvaziou de vez o conflito do personagem. Agora, o núcleo beira a caricatura, com cenas de forte apelo sexual e nada mais.

Lilia Cabral (Valentina) irrita ao falar sozinha, mas brilha como vilã de desenhos animados

Por fim, há um excesso de personagens que falam sozinhos, uma recorrência nas histórias de Aguinaldo Silva. É um recurso usado à exaustão e que empobrece o roteiro, com monólogos que saem das bocas tanto de personagens pouco importantes quanto da vilã Valentina (Lilia Cabral).

Mas Silva tem o domínio da carpintaria do ofício. Sabe como poucos a arte de escrever novelas. Além disso, é imaginativo o suficiente para criar tipos que caem facilmente no gosto popular.

Seu texto é outro ponto forte: tem um tom farsesco irresistivelmente engraçado. É inevitável dar risada com os personagens e Valentina, apesar de uma certa afetação, segue a linha de vilãs de desenho animado que Silva sabe fazer como ninguém: pérfidas, mas com um pezinho na comédia.

Dos coadjuvantes, Elizabeth Savalla (Mirtes) é quem tem um dos melhores papéis em mãos. Mistura de Perpétua (Joana Fomm), de Tieta (1990), com Altiva (Eva Wilma) de A Indomada (1997), Mirtes é a pedra no sapato da nora Stella (Vanessa Giácomo). Fora que, criadora de intrigas como já mostrou ser, tem tudo para se movimentar por outros núcleos da novela, provocando vários conflitos.

A história é boa, mas O Sétimo Guardião ainda precisa de ajustes para não complicar seu percurso. Apesar da audiência baixa nesse início, talvez pelo erro estratégido de ter estreado em uma semana com feriado prolongado, a novela tem muito potencial para deslanchar.

Só pelo fato de ter oxigenado um horário que há muito tempo era conduzido em ponto morto, com histórias repetitivas _à exceção de A Força do Querer (2017), um marco de Gloria Perez_, O Sétimo Guardião merece um crédito. Mas tem de tomar cuidado para não afugentar o público de vez.

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