Haja maratona!
Imagens: Divulgação/Netflix
Os atores Millie Bobby Brown, Noah Centineo e Claire Foy são a cara da Netflix vitaminada
JOÃO DA PAZ
Publicado em 27/11/2018 - 5h21
Para suprir o desfalque de cerca de cem atrações que deixam a Netflix todos os meses, a plataforma precisa produzir conteúdo em massa. Em dois anos, a gigante do streaming mais do que triplicou o volume de produções originais, sejam séries, filmes, desenhos, documentários... Foram 102 lançamentos em 2016, contra as impressionantes 341 estreias deste ano. É quase uma novidade por dia no catálogo.
O levantamento feito pelo Notícias da TV projeta como a Netflix ficará daqui para a frente, com cada vez mais conteúdo próprio. Isso porque as grandes produtoras de conteúdo com um pé no serviço, como Warner Bros. e Fox/Disney, estão deixando de renovar vínculos com a empresa, pois logo mais terão streamings exclusivos.
O surgimento de várias plataformas faz o mercado ficar mais competitivo, com concorrentes de olho em produções consagradas para reforçar seus respectivos catálogos. É o caso do Globoplay, que comprou os direitos de House (2004-2012), e do Prime Video (da Amazon), que fez a aquisição de Um Maluco no Pedaço (1990-1996), ambas ex-atrações da Netflix.
Para agradar aos 137 milhões de assinantes ao redor do mundo, e suprir o vazio deixado pelas perdas, a Netflix gastou um oceano de dinheiro em produções de todos os tipos, nos mais diferentes idiomas. A revista Variety estima que a empresa deve fechar o ano com US$ 12 bilhões (R$ 46 bilhões) investidos só em conteúdo.
Atirar para todos os lados pode ser um risco, mas a Netflix tem muito a colher. Basta ver o Emmy deste ano, em que ficou à frente da HBO no número de indicações (foram 112, contra 108 do até então soberano canal pago).
O serviço criou um ícone da cultura pop (a Eleven, de Stranger Things), fez uma série documental virar um fenômeno (Making a Murderer) e repaginou o popular gênero da comédia romântica estilo Sessão da Tarde com uma sequência de filmes bem-sucedidos.
Yalitza Aparicio é a estrela do filme Roma, cartada da Netflix para concorrer ao Oscar de 2019
O cinema é a última fronteira a ser conquistada. A Netflix quer um espaço no Oscar de 2019 não apenas para competir. A aposta é em Roma, filme escrito e dirigido por Alfonso Cuáron (com uma estatueta de melhor diretor, por Gravidade, de 2014). Roma já estreou em salas de cinema e chega à Netflix no próximo dia 14. O longa mexicano almeja vagas nas categorias filme e filme estrangeiro.
No fim das contas, a Netflix se tornou mais do que uma emissora; virou uma TV por assinatura completa, que oferece ao cliente uma gama de opções. Essa diversidade, que vai de realities de culinárias a shows de stand-up, será o diferencial da plataforma em comparação com as poderosas futuras concorrentes (Warner, Disney e Apple), mais focadas em produções roteirizadas.
Crescimento passo a passo
Empresa conhecida originalmente por alugar DVDs e mandá-los aos clientes dentro de um envelope na porta de casa, a Netflix entrou no negócio de produções originais em 2013. Naquele ano, foram lançadas apenas quatro séries (House of Cards, Orange Is the New Black, Hemlock Grove e uma nova temporada de Arrested Development, exibida originalmente na rede Fox).
Em 2015, a empresa avançou com produções de outros gêneros. Nasceram Chef's Table (reality de culinária), Making a Murderer (documentário) e Beasts of No Nation (filme de ponta, cotado ao Oscar; o ator Idris Elba concorreu ao Globo de Ouro).
Comediante clássico do stand-up, Dave Chappelle se gaba do dinheiro que ganhou da Netflix
Dois anos depois, foi a vez dos espetáculos de stand-up, que até então eram a marca registrada da HBO. A Netflix lançou 60 shows, mais do que um por semana, com grifes do nível de Dave Chappelle, Amy Schumer e Jerry Seinfeld.
A empresa também revelou um ator para Hollywood, um rosto charmoso e um sorriso arrebatador. O ano de 2018 foi de Noah Centineo, que conquistou telespectadores adolescentes nas comédias românticas Sierra Burgess É uma Loser e Para Todos os Garotos que Eu Já Amei, dois filmes que a Netflix fez e que rejuvenesceram esse filão do cinema.
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