BATALHA DE GIGANTES
DIVULGAÇÃO/DISNEY+ E NETFLIX
Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e The Witcher (Henry Cavill) são atrações originais dos streamings
A guerra no streaming parece não ter fim. Com a dominância da Netflix, as outras plataformas correm para compensar o tempo perdido. O Disney+, por exemplo, tenta superar sua concorrente em números de assinantes. No entanto, mesmo em previsões otimistas, o serviço da empresa do Mickey Mouse vai demorar para alcançar o mesmo patamar do fenômeno mundial.
De acordo com uma projeção feita pela empresa Digital TV Research, o streaming da Disney vai totalizar 284 milhões de assinantes nos próximos cinco anos. Dentro desta estimativa, a plataforma deve superar o número de usuários da Netflix em 2025.
Mas, como toda dedução, esta está suscetível a erros. Para analisar estas projeções do Disney+, o Notícias da TV conversou com William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities. O economista explica por que a conjectura é irrealista:
[Nos últimos três meses], o Disney+ adicionou 2,1 milhões de assinantes. Nesse ritmo de crescimento por mês, para alcançar a Netflix, supondo que a concorrente não crescesse --o que é uma suposição irreal-- vai demorar 45 meses para a Disney alcançar a Netflix. Não fecha muito a conta.
Atualmente, a gigante do streaming soma 214 milhões de assinantes, enquanto a plataforma que recentemente encerrou Gavião Arqueiro tem 118,1 milhões. A diferença brutal tem explicação: enquanto o Disney+ está no ar há apenas dois anos, a Netflix acumula mais de dez anos neste mercado.
"Novato" no streaming, o serviço da Disney busca aumentar sua base de clientes. Ao mesmo tempo, a Netflix explora outras linhas no mercado. "Elas têm diferentes estratégias de crescimento. A Netflix vem cada vez mais focando em adicionar outras vertentes de receita e acrescentar outra perspectiva de desenvolvimento que não dependa tanto de adicionar mais subscribers", explica o estrategista-chefe da Avenue Securities.
Além de lançar jogos exclusivos para a plataforma, a empresa de The Witcher recorreu a mais uma estratégia para aumentar seus lucros: os licenciamentos. Com o sucesso de suas produções originais, a gigante do streaming decidiu lançar diversos produtos atrelados a séries e filmes.
Com mais tempo de existência e um número superior de usuários, a Netflix investe muito mais do que a concorrência. Em 2019, a companhia investiu US$ 15 bilhões (R$ 85 bilhões, na cotação atual). Em comparação, no mesmo período, o Disney+ aplicou US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões). No entanto, este comportamento da maior plataforma de streaming não é recente. O economista explica:
A Netflix sempre investiu muito dinheiro. Até mais do que eventualmente gerava. Isso sempre foi um risco apontado por analistas, por quem acompanha o setor, que é extremamente intensivo e que precisa investir muito, o tempo inteiro, sem parar.
Enquanto a guerra por assinantes continua, os serviços de streaming preparam um ano recheado de conteúdos novos. Em 2022, o Disney+ introduz ao universo dos super-heróis a heroína paquistanesa Kamala Khan (Iman Vellani), na série Ms. Marvel. Já a Netflix vai apresentar as continuações de Bridgerton, Manifest e Ozark.
Assista abaixo ao trailer da última temporada de Ozark:
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