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OLHO NA GRANA

De chocolates a roupas, Netflix aumenta lucro no Brasil com licenciados

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Montagem com cenas de La Casa de Papel, Bridgerton e The Witcher

Cenas de La Casa de Papel, Bridgerton e The Witcher; histórias da Netflix são transformadas em produtos

Enquanto a Netflix luta para ampliar sua base de assinantes na América Latina, a gigante do streaming recorre a outra estratégia para aumentar os lucros por aqui: os licenciamentos. Sucessos de audiência como Bridgerton,La Casa de Papel e The Witcher foram adaptados para produtos que vão de chocolates a roupas e armações de óculos.

"Todo mundo entende que para construir uma marca, você precisa ter uma parte tangível de produtos, para aquela pessoa que gosta possa levar essa lembrança. O produto licenciado, independentemente da marca, é um produto emocional, que mexe muito com o seu inconsciente", reflete Julia Medeiros, gerente de Produtos Licenciados da Riachuelo.

A empresa varejista é parceira da plataforma digital no Brasil para a produção de peças de vestuário como camisas, moletons e jaquetas das séries La Casa de Papel e Stranger Things. Conforme antecipado com exclusividade pelo Notícias da TV, a próxima linha da Riachuelo com a Netflix contará com roupas de Round 6, novo fenômeno do streaming.

Em 2016, Juliana e sua equipe começaram as negociações com a empresa internacional. "Fomos o terceiro ou o quarto parceiro do mundo na Netflix. Fomos para Los Angeles [Estados Unidos], fizemos treinamentos sobre como construiríamos tudo isso e, no começo de 2017, lançamos a primeira coleção de Stranger Things. Licenciamento é um negócio muito a quatro mãos", reforça Julia.

Para os apaixonados por chocolates, as maratonas das histórias amorosas da família Bridgerton ou as aventuras de Geralt de Rivia (Henry Cavill) em The Witcher já foram acompanhadas por trufas personalizadas da Cacau Show, que lançou uma edição limitada de produtos inspirados em séries da plataforma.

"Há um tempo já pensávamos em uma parceria com eles, e vimos que esse era o momento ideal para criarmos essa combinação entre estar em casa comendo uma trufa e assistindo à Netflix", explica Luciana Guima, gerente de Produtos da Cacau Show.

Os assaltantes espanhóis e a turma de Eleven (Millie Bobby Brown) também integraram a coleção. "A escolha das séries envolveu pesquisas com nossos colaboradores e franqueados: fizemos enquetes para entender quais séries eram mais apreciadas e têm maior atratividade com nosso consumidor. Com o resultado, verificamos com a Netflix quais produções estariam em alta no período da campanha. Definida a lista de séries, tentamos pensar em como ter lançamentos que traduzissem cada série da Netflix", complementa a executiva.

Luciana afirma que esta linha de produtos conquistou bons resultados nas vendas e que o público gostou das combinações. Por exemplo, o drama desenvolvido por Shonda Rhimes foi transformado em um chocolate da linha laCreme, uma das marcas mais conhecidas da empresa. 

A produção espanhola também inspirou uma linha de armações de óculos da Persol. Procurada pela reportagem, a Netflix não respondeu os questionamentos até a publicação deste texto.

DIVULGAÇÃO/ RIACHUELO, PERSOL E CACAU SHOW

Produtos licenciados de séries da Netflix

Bastidores dos licenciamentos

Segundo Julia, antes da pandemia da Covid-19, o desenvolvimento de uma coleção licenciada levava cerca de cinco meses. "Tem muita coisa que é muito sigilosa. Teria que receber os materiais com, no mínimo, seis a oito meses de antecedência, um ano seria o ideal. Muitas vezes, esse material não está pronto. E qual série que vai bombar? É muito difícil, muito imprevisível", diz.

"Três anos atrás, olhava para um calendário de cinema. Hoje, tem lançamentos de cinema, séries, campeonatos de games e outros assuntos. Estamos trabalhando com a Netflix em um modelo on demand, de reação muito rápida. Quando sentimos que uma série subiu, começou a ganhar corpo de audiência, comentário e engajamento, a gente troca e sai correndo para fazer a coleção", confessa a executiva.

Um dos exemplos desta nova forma de produção ocorreu com a linha inspirada no Now United, grupo musical de sucesso entre o público jovem. "Colocamos a coleção com 30 modelos, que é algo bem grande para a gente, em 40 dias, na loja. Entre criar, desenvolver, produzir e chegar na loja foram 40 dias. Exige bastante esforço e queremos encurtar cada vez mais, para estarmos em tempo com o que está ocorrendo", pontua.

A profissional explica que o processo de construção de um produto licenciado começa com uma imersão para entender a visão da empresa detentora dos direitos da obra. No caso da Riachuelo, este levantamento é debatido com as equipes responsáveis por moda feminina, masculina e infantil, para a adaptação da história e o desenvolvimento das peças.

"Stranger Things é o nosso carro-chefe de Netflix, não tiramos de linha, digamos assim. Todos os meses temos novos produtos. La Casa de Papel é outro fenômeno [no streaming], mas não tivemos a melhor performance de venda. Porém, vamos ter [novos produtos deles], porque é importante", revela.


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