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TE CUIDA, BONECONA

Zé do Caixão nos EUA: 13 assombrações brasileiras que surrariam Annabelle

REPRODUÇÃO/IMDB

O ator José Mojica Maris como Zé do Caixão estende a mão direita com longas e sujas unhas em cena do filme Encarnação do Demônio

Zé do Caixão (José Mojica Marins) em Encarnação do Demônio; coveiro ganhará versão hollywoodiana

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 16/10/2021 - 6h42

Depois de os portugueses extraírem o ouro de Minas Gerais durante séculos para adornar suas igrejas barrocas, os brasileiros veem mais um de seus tesouros ser levado para fora do país. Zé do Caixão vai ganhar um reboot em Hollywood pela produtora de Elijah Wood, mas sem sangue ou tanto susto, para não ameaçar o reinado de Annabelle.

A boneca de Invocação do Mal (2013) tocou o terror a ponto de ganhar até mesmo dois filmes que levam o seu nome, mas nem de perto é capaz de tirar o sono de alguém que cresceu cercado por brinquedos mais assassinos do que o Chucky --desde o punhal dentro do Fofão à cópia da Xuxa em plástico que povoam pesadelos desde a década de 1980.

O Brasil pode não ter uma tradição no horror, apesar de algumas iniciativas que estão longe de alcançar as principais salas de cinema, mas não há um cidadão que não tenha passado aperto no meio da noite por conta de um causo que ouviu do avô ou mesmo no recreio da escola.

Não à toa, o próprio Zé do Caixão vai ser suavizado ao se tornar Coffin Joe para os gringos nos longas em produção nos Estados Unidos e no México. Uma das produtoras executivas prometeu que o vilão de À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) vai ser bem mais popular e acessível do que o nacional.

Ou seja, características que fariam José Mojica Marins (1936-2020) se revirar no caixão, com o perdão do trocadilho, e se juntar a outras assombrações nacionais para resgatar o seu principal personagem.

Veja a lista das assombrações nacionais que dariam um pau na Annabelle:

REPRODUÇÃO/DAILYMOTION

Beth Goulart em Edifício Joelma: 23º andar

13 almas do Joelma

O incêndio do Edifício Joelma até virou filme em 1979, mas a produção preferiu não mexer em um dos maiores mistérios por trás da tragédia. Trata-se das 13 pessoas que tentaram escapar pelo elevador, mas foram carbonizadas até não poderem mais ser reconhecidas. 

Enterradas juntas sob uma única lápide no Cemitério de São Pedro, na zona leste de São Paulo, elas ainda fazem ouvir os seus gritos desesperados no meio da noite. Os coveiros e alguns visitantes costumam jogar água sobre o túmulo para aplacar a dor ou mesmo pedir algum milagre às entidades.

Corpo-seco

As noites da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, são assombradas pelo espírito de um fazendeiro que foi tão ruim em vida que nem o diabo o quis debaixo da terra. Ele então foi condenado a vagar entre os vivos e ver o seu corpo secar sem os vermes para lhe roerem, sugando o sangue dos desavisados para minimizar o seu sofrimento.

REPRODUÇÃO/RECORD

A mutante Pisadeira (Zulma Mercadante)

Pisadeira

A Pisadeira é uma bruxa que sobe em cima do peito das pessoas para dar a elas pesadelos ou fazer com que sofram com terrores noturnos. Ela inclusive ganhou uma versão em Caminhos do Coração (2008). Com seus poderes sobrenaturais, a feiticeira fez os mutantes da Record implorarem para ela pisar menos na trilogia de Tiago Santiago.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Antônia (Isis Valverde) em Amores Roubados

Emparedada da Rua Nova

Uma das lendas mais conhecidas do Recife, a assombração ganhou o resto do Brasil por meio do livro homônimo de Carneiro Vilela (1846-1913). Em um misto de ficção e algumas doses de realidade, a história acompanha uma jovem que engravida do namorado e é emparedada viva pelo próprio pai.

O crime atrai até hoje curiosos a um sobrado na rua Nova, na capital pernambucana, onde a alma penada espera para ser libertada de sua prisão eterna. A Globo adaptou o romance em Amores Roubados (2014), mas preferiu manter o final trágico longe dos olhos dos telespectadores.

O túmulo que chora

Em Santa Leopoldina, no interior do Espírito Santo, um túmulo atrai peregrinos por jorrar água cristalina há praticamente um século. A sepultura é a última morada de Maria Gilda, bebê de cinco meses que morreu afogada dentro de uma bacia em 1923.

william andrade/tv globo

Especial do Linha Direta sobre crime na rua Apa

Castelinho da rua Apa

Um dos endereços mais mal-assombrados de São Paulo, o castelinho da Rua Apa foi palco de um crime que até hoje não foi solucionado. Uma mãe e seus dois filhos foram encontrados mortos a tiros em 1937 e, segundo a sabedoria popular, esperam até hoje a resolução do caso para finalmente descansarem em paz.

O imóvel hoje é ocupado por uma ONG e, apesar da presença dos vivos durante o dia, as pessoas juram de pés juntos ouvirem lamentos e até mesmo o arrastar de correntes no meio da noite.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Tiradentes em Liberdade, Liberdade

O fantasma de Tiradentes

Joaquim José da Silva Xavier (1746-1762) está por trás de um dos principais feriados nacionais, virou novela na Globo, mas a sua alma ainda não encontrou descanso. Um desavisado que rodar a pé pelo centro do Rio de Janeiro pode dar de cara com o fantasma do mártir --e, considerando-se os problemas de segurança pública da cidade, até que seria vantagem.

O dentista costuma vagar por prédios como o Museu Histórico Nacional e o Palácio Tiradentes, sede da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Ele faz sempre o mesmo caminho na tentativa de juntar todas as partes do seu corpo, que foi desmembrado pela coroa portuguesa.

O palhaço de Curitiba

Stephen King se aproveitou dos medos infantis ao criar o vilão It, mas Curitiba tem a sua própria versão de palhaço assassino. O presídio do Ahú, que hoje abriga um dos fóruns da capital paranaense, era assombrado por um bufão que gostava de assustar os detentos acusados de crimes de estupro ou de violência contra mulheres.

A história tem um fundo de verdade, já que o local abrigou na década de 1970 um maníaco sexual que vestia roupas circenses para atacar curitibanas com uma serra elétrica. 

O São José de Macapá

A Pedra do Guindaste foi erguida no lugar de um navio que havia naufragado na década de 1940 em Macapá. A estátua de São José está sobre o bloco de concreto e, reza a lenda, as águas irão engolir a capital amapaense caso algo aconteça com o santo.

Ele, no entanto, é protegido pelo fantasma de uma mulher que morreu afogada e aparece ali todos os dias para gritar por socorro e afastar os curiosos.

REPRODUÇÃO/STAR+

LaLaurie (Kathy Bates) de American Horror Story

A carruagem fantasma

Hollywood é capaz de desembarcar em São Luís para gravar mais uma continuação de Velozes e Furiosos com um toque sobrenatural. Afinal, Dominic Toretto (Vin Diesel) tem tudo para apostar corrida com o fantasma de Ana Jansen (1793-1869), que percorre a cidade com a sua carruagem.

Depois de uma infância miserável, ela se casou com um dos homens mais ricos do Maranhão e descontou toda a sua raiva nos escravos. A megera era tão cruel que jogava alguns de seus subordinados dentro de um poço para morrer à míngua, além de outros castigos que fariam a Madame LaLaurie (Kathy Bates) de American Horror Story: Coven (2013) parecer uma pessoa equilibrada.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Encarnação (Selma Egrei) em Velho Chico

Gaiola Encantado

Um navio a vapor costuma assustar quem navega pelo rio São Francisco à noite. O Gaiola Encantado atravessa o curso d'água para levar embora as almas que se recusam a deixar o plano terrestre, como a Encarnação (Selma Egrei) de Velho Chico (2016). Aos 100 anos, ela quase foi tragada pela embarcação no folhetim de Benedito Ruy Barbosa.

Bebê diabo

O jornal Notícias Populares entrou de vez para a cultura popular ao anunciar o nascimento do Bebê Diabo em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Além dos tradicionais chifres, a criança teria nascido com um rabo pontiagudo e ainda fugido do hospital com apenas três dias de vida. Até mesmo Zé do Caixão se propôs a caçar o dito-cujo pela capital paulista.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Domitila (Agatha Moreira) em Novo Mundo

Maldição de Domitila

Luísa (Mariana Ximenes) tem pavor de ser comparada a Domitila de Castro (1797-1867) em Nos Tempos do Imperador. Afinal, desde os tempos do Império, a Marquesa de Santos é cercada por uma maldição que a impede de descansar em paz depois de ter enfeitiçado dom Pedro 1º (1798-1834) e feito Leopoldina (1797-1826) morrer de tristeza.

Os visitantes do Museu do Primeiro Reinado, um dos cenários de Novo Mundo (2017), dizem que sentem a sensação de serem seguidos pela própria nobre durante as visitas no local. 


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