COFFIN JOE
FOTOS: REPRODUÇÃO/IMBD
José Mojica Martins como Zé do Caixão em À Meia-Noite Levarei sua Alma: reboots no exterior
Perto de dois anos depois da morte de José Mojica Marins (1926-2020), Zé do Caixão voltará a assombrar os cinemas novamente. Um dos maiores ícones do horror brasileiro, o personagem ganhará uma versão mais light em dois longa-metragens para o público internacional, que serão produzidos no México e nos Estados Unidos. Elijah Wood, um dos fundadores da SpectraVision, está por trás do projeto.
Segundo o site Screen Daily, a produtora vai trabalhar em conjunto com a OneEyed Filmes, responsável pela distribuição das obras de Mojica no exterior. O coveiro, aliás, manterá o nome que o fez ganhar projeção fora do país e ser premiado em festivais como o Fantasporto, em Portugal --Coffin Joe, uma tradução literal de sua alcunha em português.
"Faz sentido criar novas histórias tanto nos EUA, onde os filmes de Coffin Joe cativaram toda uma geração de fãs de terror desde anos 1970, quanto no México, onde analogias culturais podem ser extraídas do cenário original do personagem, mas criando uma nova abordagem", explicou Betina Goldman, diretora-gerente da OneEyed.
A ideia é produzir histórias capazes de arrepiar o público internacional, mas sem os litros de sangue cenográfico ou o apelo gráfico que fez vários brasileiros perderem o sono ao assistirem a obras como Exorcismo Negro (1974) e A Encarnação do Demônio (2008).
Zé do Caixão, porém, foi apresentado aos espectadores pela primeira vez em À Meia-Noite Levarei a Sua Alma (1964). O coveiro, que se envolvia em rituais satânicos, buscava por uma mulher capaz de dar à luz o seu filho demoníaco e, assim, dar continuidade à sua linhagem.
Zé do Caixão foi o principal personagem do ator, roteirista e diretor José Mojica Marins, um dos expoentes do cinema marginal e considerado o "pai" do terror nacional. Ele, porém, também se envolveu na produção de westerns, dramas, aventuras e até as pornochanchadas como Inferno Carnal (1977) e As Mulheres do Sexo Violento (1966).
O coveiro também ganhou destaque na televisão com a série Além, Muito Além do Além (1967), que chegou a conquistar a liderança na audiência para a Band. Depois de passagens pela Tupi e pela Record, ele voltaria à emissora para apresentar o Cine Trash (1996-1997), em que exibia pérolas do cinema de terror para o público jovem.
Mojica ainda chamava a atenção pelas longas unhas da mão esquerda, que se recusava a cortar por conta do seu personagem mais célebre. Ele só as aparou depois de 35 anos em uma sexta-feira 13 de lua cheia em um evento que contou com a participação da banda Sepultura.
O cineasta morreu aos 83 anos em fevereiro de 2020, após ficar quase um mês internado para tratar uma broncopneumonia.
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