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NOVOS TEMPOS

O ano em que a Globo desceu do pedestal e se rendeu aos sucessos da concorrência

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Poliana Abritta na apresentação do Fantástico, com imagens de Gugu Liberato ao fundo

Poliana Abritta apresenta edição do Fantástico com homenagens a Gugu; ele fez sucesso no SBT e na Record

REDAÇÃO

Publicado em 27/12/2019 - 5h12

Se antes a Globo dava menos importância e, por vezes, até ignorava sucessos da concorrência, em 2019 a emissora adotou uma postura diferente. A líder de audiência explorou a imagem de Silvio Santos e de seus programas, prestou longas homenagens a Ricardo Boechat (1952-2019), jornalista da Band, e Gugu Liberato (1959-2019), apresentador da Record, e ainda produziu um filme e uma minissérie sobre Hebe Camargo (1929-2012), que sempre trabalhou na concorrência.

O Jornal Nacional foi um dos primeiros noticiários da TV a confirmar a morte de Gugu na noite de 22 de novembro. O comunicador sofreu uma queda acidental de cerca de quatro metros em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, quando fazia um reparo no ar-condicionado do sótão.  

Ao receber a informação em seu ponto eletrônico, William Bonner ficou visivelmente emocionado e deu a notícia com a voz embargada. Mais tarde, na GloboNews, Heraldo Pereira chorou ao vivo ao prestar homenagens no Jornal das Dez.

Os telejornais fizeram longas reportagens sobre a trajetória do apresentador, dando destaque ao sucesso do Domingo Legal no SBT e a disputa por audiência com o Domingão do Faustão nos anos 1990 e início dos 2000. A emissora ainda fez questão de relembrar a história de que Silvio Santos foi conversar com Roberto Marinho (1904-2003) para reverter a contratação de Gugu pela Globo em 1988.

Os programas do Entretenimento também prestaram suas homenagens ao apresentador: do Mais Você ao Encontro, passando por Se Joga, É De Casa, Caldeirão do Huck e o Domingão do Faustão. "Nós fomos adversários, nunca inimigos", falou Fausto Silva em seu discurso ao vivo. Taís Araujo até usou o bordão do Domingo Legal, do SBT, para dedicar o Popstar a Gugu.

Outra morte que foi tratada com todo respeito e atenção foi a de Ricardo Boechat, âncora do Jornal da Band. O jornalista morreu aos 66 anos em 11 de fevereiro. Ele voltava de uma viagem a trabalho no interior de São Paulo quando o helicóptero que o transportava caiu sobre um caminhão na rodovia Anhanguera.

Na Globo, Sandra Annenberg ficou com a voz embargada em vários momentos ao noticiar o acidente e falar sobre a trajetória de Boechat. A jornalista Aline Midlej, que trabalhou com ele na Band e agora é da GloboNews, entrou no ar no Jornal Hoje e também falou sobre o choque a tristeza dos jornalistas com a perda do amigo. O âncora começou sua carreira televisiva na Globo e trabalhou lá entre 1997 e 2000.

Marcelo Adnet imita Silvio Santos em quadro que ocupou cerca de 10 minutos do Se Joga


Silvio Santos e Hebe na Globo

Marcelo Adnet colocou Silvio Santos para trabalhar na Globo. O humorista usou a imitação do dono do SBT para comandar o The Fake Brasil, no Se Joga. O quadro também contava com paródias de Fausto Silva, Galvão Bueno e Tiago Leifert. Outras imitações de Silvio já tinham aparecido na emissora, mas nesse caso a homenagem humorística ocupou mais de 10 minutos em duas diferentes edições do vespertino.

O "patrão" também foi homenageado na abertura da novela Verão 90, com a menção ao Pião da Casa Própria, um ícone do SBT. A emissora rival ainda apareceu indiretamente na Globo com uma paródia do Fofocalizando no BBB19.

E em 2019, pela primeira vez na história, a Globo anunciou um produto seu em uma emissora concorrente. Em comerciais feitos especialmente para veiculação no SBT, a empresa buscou assinantes para o Globoplay entre 20 e 22 de dezembro, promovendo a série Hebe, sobre a vida da "rainha da TV", cuja trajetória se confunde com a da própria rede de Silvio Santos.

A série narra a trajetória de Hebe Camargo (vivida por Valentina Herszage na adolescência e por Andréa Beltrão na fase adulta) e relembra momentos clássicos da apresentadora --e, por consequência, da TV brasileira.

Trinta anos atrás, seria impossível a Globo anunciar no SBT, e vice-versa. Nos anos 1980, hegêmonica no Ibope, a Globo recusava até propagandas estreladas por atores e apresentadores de outras emissoras, como a agora homenageada Hebe Camargo (1929-2012). Em 1988, ao se transferir para a rede de Silvio Santos, Jô Soares acusou a Globo de ter uma "lista negra" de artistas.

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