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IMAGENS: DIVULGAÇÃO/BBC
As atrizes Sandra Oh e Jodie Comer juntinhas em cena da terceira temporada de Killing Eve, a pior da série
JOÃO DA PAZ
Publicado em 20/8/2020 - 6h50
Série sensação de dois anos atrás, Killing Eve é atualmente uma mera sombra do que já foi. Pouco inspirada, a terceira temporada estreia nesta quinta (20) no Globoplay com a irretocável Jodie Comer, vencedora do Emmy, como única salvação da lavoura. O drama britânico apelou feio para manter intacto o alicerce que fez a série se destacar.
[Atenção: spoilers a seguir]
O telespectador mais experiente não ficou nem um pouco chocado com o desfecho da segunda temporada, no qual a assassina de aluguel Villanelle (Jodie) atirou na agente Eve Polastri (Sandra Oh), em Roma, capital italiana. É claro que a policial iria sobreviver. Mas ficou em aberto como isso ocorreria. Fato é que as duas, novamente, tomaram caminhos distintos: Eve em Londres, e sua rival na Espanha.
Killing Eve só funciona com as duas por perto. Logo, uma solução para uni-las, seja uma fugindo da outra ou trabalhando juntas, precisava ser encontrada. Porém, os roteiristas acharam a pior saída possível. Escolheram matar (tragicamente, diga-se de passagem) o dócil e querido jornalista Kenny (Sean Delaney), filho da fria Carolyn Martens (Fiona Shaw). Esse assassinato ou acidente vai de alguma maneira colocar as mulheres fatais protagonistas na mesma cena novamente.
Claramente se percebe que Killing Eve errou a mão. Até a trama dessa temporada pegar no tranco, com o reencontro de Villanelle com Eve, já se passou quase metade dos oito episódios. Tal demora só facilita a decisão de quem quer abandonar a série.
A falta de identidade de Killing Eve tem um motivo: a troca constante de showrunners, aquela pessoa que comanda uma série, do roteiro a produção. Não à toa, a brilhante primeira temporada teve a ovacionada Phoebe Waller-Bridge na regência da equipe. A leva seguinte contou com Emerald Fennell (The Crown, Call the Midwife) na batuta. E o terceiro ano ficou com Suzanne Heathcote (Fear the Walking Dead) --a confirmada quarta temporada terá outra mulher na chefia.
Isso faz com que a trama perca consistência e estilo, pois naturalmente cada showrunner imprime uma característica sua no trabalho. Os críticos notaram essa queda na qualidade de Killing Eve, e o resultado foi a pior nota da série no site Metacritic, que compila reviews de jornalistas americanos. A terceira temporada fechou com 62 (de 100), bem abaixo da segunda leva (86) e do primeiro ano (83).
A premiada Jodie Comer derrama "lágrimas de sangue" na terceira temporada de Killing Eve
Uma das revelações no mundo das séries, Jodie Comer fez jus à estatueta que recebeu no Emmy do ano passado, de melhor atriz de drama. A britânica de 27 anos repete seu show na terceira temporada da atração de espionagem.
Sua Villanelle passa por apuros que temperam a jornada da serial killer. Ela, na verdade, quer abandonar a matança e aproveitar a vida ao lado de uma mulher. Mas se vê novamente dentro do ciclo vicioso de homicida. Essa luta para largar de vez o universo de sangue é interessante de acompanhar.
Além disso, a loira busca com determinação saber qual é o seu verdadeiro paradeiro, e quer conhecer quem é a sua mãe biológica. A obstinação a levará para o interior da Rússia, em um dos melhores episódios da temporada. E, no meio disso tudo, VIllanelle continuará interagindo com o divertido Konstantin (Kim Bodnia), sempre um ponto alto de Killing Eve.
Com oito indicações para o Emmy deste ano, incluindo melhor drama e atriz (Jodie e Sandra), Killing Eve está perto do fim. Há um limite para a criatividade de reunir e separar as duas protagonistas da trama toda hora. Ao menos a showrunner do quarto ano, Laura Neal, tem experiência na série. Ela escreveu alguns episódios e deve melhorar a história naquela que pode ser a última temporada.
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