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ESTREIA NO COMEDY CENTRAL

Saiba como a comédia Fleabag fez Phoebe Waller-Bridge ser a revelação da TV

DIVULGAÇÃO/BBC

De moletom cinza e camiseta branca, Phoebe Waller-Bridge aparece em um campo verde e extenso na série Fleabag

A atriz, roteirista e produtora Phoebe Waller-Bridge em cena da primeira temporada da comédia Fleabag

JOÃO DA PAZ

Publicado em 6/8/2020 - 6h51

Vem de Londres, com um sotaque carregado, a maior revelação da comédia na TV desta década. A arrojada Phoebe Waller-Bridge conquistou Hollywood e o mundo com a série Fleabag (2016-2019), que ela criou, produziu, roteirizou e atuou. Mais brasileiros poderão testemunhar esse talento com a estreia da atração na programação do Comedy Central.

O primeiro episódio de Fleabag será exibido nesta quinta-feira (6), às 23h, no canal da TV paga voltado ao humor. É a vitrine ideal para a comédia ganhar mais público, além daquele que já acompanhou a trama no Prime Video, o serviço de streaming da Amazon, em sua primeira janela de exibição.

É bom ver a série desde o início e aproveitar cada detalhe apresentado, tomando nota de como Phoebe foi capaz de desenvolver uma produção diferente, que se sobressai em um oceano de atrações. Ela concebeu uma história fundada em uma cascata de tragédias e extraiu disso leveza e diversão, seja como uma fórmula de escape para se desviar dos problemas ou não.

O enredo é simples. A atriz interpreta Fleabag, apelido de uma jovem que a comédia em nenhum momento chama pelo nome. Em Londres, ela sofre para tocar uma cafeteria enquanto lida com o vício em sexo, com uma irmã bem-sucedida e um pai que superou a perda da mulher engatando um romance com a madrinha das filhas.

Com naturalidade ímpar, Phoebe insere na jornada de sua personagem assuntos tabus, que vão de sexo anal a pum. A série trata de coisas que muitas pessoas experimentam no dia a dia mas têm vergonha de expor por algum pudor. E ela não apenas fala do que seria proibido, como brinca com os temas.

Há uma informação que é interessante e merece ser lembrada durante os episódios de Fleabag. Em entrevista para o site Deadline, a roteirista contou como gosta de escrever as cenas de suas atrações: "Acredito que três coisas têm de acontecer ao mesmo tempo em uma cena. O personagem está almoçando e tem de lidar com o calor do ambiente e mais alguma coisa do tipo". Isso de fato ocorre e é curioso perceber como ela concretizou essa ideia.

Outro recurso bem marcante da atração é a quebra da quarta parede, momento no qual o personagem encara a câmera e fala diretamente com o telespectador. O recurso visto em outras produções (como House of Cards) aqui ganha um aspecto mais intimista, porque imediatamente o público passa a querer conversar com a personagem Fleabag, em uma tentativa de encorajá-la ou chamar sua atenção para algo. É um dos pontos altos do texto da série.

Phoebe Waller-Bridge no Saturday Night Live com os três Emmys que ganhou (Divulgação/NBC)

Chuva de Emmys

Tanta criatividade levou Phoebe ao estrelato, amada por críticos e público. No Emmy do ano passado, veio o reconhecimento da Academia de Televisão americana, com três estatuetas recebidas pela segunda temporada de Fleabag: melhor comédia, roteiro e atriz.

Foi um prêmio para cada uma das habilidades que ela demonstra na série, como se fosse Tina Fey ou Lena Dunham, duas mulheres que conquistaram espaço fazendo de tudo.

A glória veio para carimbar um rótulo de estrela na londrina de 35 anos. E isso tudo em um trabalho condensado: cada uma das duas temporadas de Fleabag é composta de apenas seis episódios.

A personagem sacana criada por Phoebe tem um lugar entre as mais impactantes dos últimos tempos no mundo das séries. Ela faz o telespectador refletir sobre valores, sexuais ou morais. Trata também de culpa e do quanto isso pode atormentar uma pessoa. Até questões de amizade e solidão são abordadas, presentes na série de maneira unida, embora acredite-se, em linhas gerais, que sejam antagônicas.

A heróina de Fleabag sempre foge de responder com sinceridade a pergunta "está tudo bem com você?", fazendo como muitos, dizendo "sim" no automático para o papo seguir seu rumo. Entre risos e momentos de tensão, o público chegará no ponto de descobrir a verdadeira resposta dessa questão tão trivial. E incrível é chorar assistindo a uma comédia --não lágrimas de alegria, e sim de desolação nesse momento. Vale a pena conferir o motivo disso tudo.

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