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AUDIÊNCIA EM QUEDA

Sem romance, Cara e Coragem vira CSI capenga e convite para desligar a TV

ESTAVAM AVELLAR/TV GLOBO

Atores Paolla Oliveira e Marcelo Serrado se abraçam e aproximam seus rostos em cena de Cara e Coragem

Em Cara e Coragem, casal vivido por Paolla Oliveira e Marcelo Serrado tem sofrido rejeição

GUILHERME MACHADO

guilherme@noticiasdatv.com

Publicado em 29/7/2022 - 6h30

Em entrevista ao programa Ofício em Cena exibido pela GloboNews em 2015, o ator Tony Ramos destacou que uma novela precisa de amor, de romance. Se não tiver, "faça outro produto", destacou o veterano à época. Pelo visto, o conselho dele foi solenemente ignorado por Claudia Souto, autora da novela das sete da Globo Cara e Coragem. Com casais sem sal, que não provocam nenhuma torcida, a trama só tem como mérito um mistério criminal, que até aqui não conseguiu cativar de verdade o público.

Em termos de audiência, o folhetim até conseguiu levantar as madrugadas da emissora, nas quais é reprisado diariamente. Contudo, ele estagnou de vez na faixa das 19h, na qual já chegou até a derrubar o ibope conquistado pelo SP2.

A história ainda tem o pior desempenho entre novelas no Globoplay desde o lançamento da plataforma em 2015. Com a narrativa prestes a completar dois meses no ar, não são resultados animadores.

Apresentada como sendo repleta de ação e aventura, a novela tem se sobressaído no que diz respeito à pirotecnia. Não faltam manobras radicais, explosões e perseguições insanas, que colocam uma boa dose de adrenalina nas cenas

A trama também é guiada por um mistério interessante: afinal, o que de fato aconteceu com Clarice (Taís Araujo)? Há diversas teorias a respeito das circunstâncias do crime e se especula até que a personagem esteja viva. Aos poucos, a narrativa entrega pistas sobre o passado da empresária. A presença de Anita (Taís Araujo), sósia da ricaça, é outro ponto que ajuda a instigar discussões, já que ela guarda muitos segredos.

Mas falta uma estrutura para que a situação seja mais envolvente. Para começar, o núcleo policial da novela, que deveria estar à frente das investigações, é totalmente apagado.

Marcela (Julia Lund) e Paulo (Fernando Caruso) parecem muito mais interessados em discutir tretas da relação do que de fato ir atrás de pistas. Não adianta querer bancar o CSI --série americana que desvenda mistérios-- se o processo de investigação é tão capenga.

Sobra então para o núcleo da Coragem.com fazer o trabalho. Aqui, outro problema fica evidente, já que é muito difícil torcer pelos personagens. Ítalo (Paulo Lessa), em especial, é um tipo complicado. Ele não parece ser uma pessoa em busca de justiça, mas sim alguém absolutamente obcecado pela ex. Ele pensa em outra coisa na vida que não seja em Clarice?

Falta ainda foco à história. O quarteto protagonista agora está envolvido com a tal seita laranja. Mas tudo que saiu daí até o momento é a revelação do que esse grupo faz e muito pouco sobre o papel que Clarice tinha dentro dele.

A história cozinha o mistério em banho-maria enquanto desenvolve outras tramas. Se elas fossem fortes, seria uma estratégia válida. Não é o caso, muito pelo contrário.

reprodução/tv globo

Moa e Andrea em Cara e Coragem

Moa e Andrea têm mais química que casal principal

Cadê o romance?

Pega Pega (2017), a novela anterior da autora, já sofria de um problema de casais. Os protagonistas vividos por Camila Queiroz e Mateus Solano foram rejeitados pelo público logo de cara e não tinham mais condições de sustentar os capítulos que viriam pela frente.

Felizmente, pares como Maria Pia (Mariana Santos) e Malagueta (Marcelo Serrado) e Antônia (Vanessa Giacomo) e Júlio (Thiago Martins) conseguiram atrair a torcida de fãs.

Em Cara e Coragem, entretanto, isso não aconteceu. Ficou difícil torcer por Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado). Por um lado, espectadores reclamam da falta de química entre os dois. Por outro, o fato de o casamento da dublê com Alfredo (Carmo Dalla Vecchia) ser tão sólido faz com que se deseje que eles fiquem juntos. 

Também é possível dizer que Moa combina mais com Andrea (Maria Eduarda de Carvalho). Em paralelo, a novela joga contra e quer que a audiência torça para que ele fique com a melhor amiga. Não cola.

Os outros casais também não aconteceram. A reedição da parceria entre Serrado e Mariana, que prometia mexer com fãs de Pega Pega, até aqui ficou pelo meio do caminho, sendo que a atriz está em segundo plano. O relacionamento entre Rico (André Luiz Frambach) e Lou (Vitoria Bohn) ainda não aconteceu, e o affair entre Ítalo e Dalva (Carol Portes) parece algo que foi incluído no último minuto.

Sem romance, não há folhetim. Sem folhetim, fica difícil levar uma novela para frente. Um bom mistério é bem-vindo, mas não basta. O curioso é que, originalmente, Cara e Coragem se chamaria Amor em Ação. Realmente, faz sentido a mudança de nome. A ação sobrou. O amor? Esse foi esquecido no churrasco.

Com direção artística de Natalia Grimberg, Cara e Coragem aborda o universo dos dublês e será substituído por Vai na Fé, trama de autoria de Rosane Svartman Confira os resumos da novela das sete da Globo que o Notícias da TV publica diariamente.


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