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HÁ 30 ANOS

Lua cheia, círculo de fogo e devoção: Morte de Daniella Perez foi ritual macabro?

REPRODUÇÃO/HBO MAX

A atriz Daniella Perez com expressão séria em cena de novela De Corpo e Alma

Daniella Perez (1970-1992) em cena da última novela que fez; ela foi vítima de crime macabro

FERNANDA LOPES

fernanda@noticiasdatv.com

Publicado em 29/7/2022 - 6h40

A série documental sobre o assassinato de Daniella Perez (1970-1992) se chama Pacto Brutal por um motivo bem claro: a mãe da atriz, Gloria Perez, e vários membros da polícia e do judiciário envolvidos no caso acreditam que o crime cometido por Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foi o desfecho de um acordo criminoso e de ritual macabro entre eles. O "sacrifício" de Daniella contou com vários elementos místicos, como tatuagem, lua cheia, confecção de um círculo de fogo e devoção a divindades. 

No quarto episódio da série disponível na HBO Max, todos os elementos estranhos, macabros e/ou comprometedores que envolviam o casal Pádua e Paula são trazidos à tona.

Segundo José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso e hoje desembargador de Justiça, toda a relação deles é ritualística, e um dos primeiros e mais significativos pactos foram as tatuagens: Guilherme de Pádua teve o nome de Paula tatuado em seu pênis, e Paula teve o nome do marido eternizado em sua virilha. 

O ator tentou até usar isso como prova de que não estava interessado em Daniella, já que era muito apaixonado pela mulher. Paula, em vários depoimentos, é citada como ciumenta e possessiva. Sentimento que teria chegado ao ápice na noite do assassinato de Daniella. 

"É ritual. Não tô dizendo magia negra, é ritual. Cada um na sua razão de ser, na sua psicopatia, sem limite", afirmou Muiños. "Durante a investigação apareceram inúmeras evidências de que havia um ritual. Primeiro, apareceram provas de que ela e ele tinham certos hábitos ritualísticos vinculados a algum tipo de exotismo religioso", contou Paulo Freitas, advogado e assistente de acusação no caso Daniella Perez. 

O ator Mauricio Mattar, que contracenou com Pádua numa peça de teatro, lembrou que o colega de cena colocou uma imagem de santo no camarim que os dois dividiam. "Não me lembro qual era [o santo]. Ele ficava lá ajoelhado, fazia umas preces, umas coisas lá", disse Mattar.

Paula ia assistir à peça todas as noites e também levava uma santa. "Ela tinha uma mochilinha [com a santa dentro] que ela abria pra imagem olhar o espetáculo. Eu não entendia, mas fiquei assustado com o comportamento", revelou Mattar.

Segundo Rose Rodrigues, especialista em religiões ouvida pelo documentário, os pactos ou sacrifícios começam com grandes devoções. Ela também citou muitos elementos de um ritual macabro que existiram no assassinato de Daniella Perez.

No local do crime, foi observado que o corpo da atriz estava dentro de uma área circular que foi demarcada com fogo, uma queimada realizada cerca de uma a duas semanas antes do ocorrido. Havia também um arbusto por perto, e a noite de 28 de dezembro era a última de lua cheia do ano. 

"[Para um ritual] Precisa ter horário correto, lua correta, árvore correta. O motivo do círculo: a energia não sai. É direcionada àquela entidade mesmo.  Tem que retirar um adorno com você, pode ser qualquer coisa [de Daniella, foram retiradas uma mecha de cabelo e a aliança]. [O corpo] Tem que ser de comprido, peito pra cima, braços abertos. Essa é a ritualística", explicou Rose. 

Para completar, os golpes que mataram a atriz foram dados no coração. Com essa relação de elementos, o promotor Muiños afirmou: "A vitima foi sacrificada". 

Em suas versões do ocorrido, que mudaram várias vezes entre a confissão do crime, em dezembro de 1992, e o julgamento, em 1997, nem Pádua nem Paula confirmam terem feito um sacrifício ou ritual macabro. Atualmente, ele é pastor evangélico. 


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