Globo paga caro por falha estratégica, e até elenco de Um Lugar ao Sol sofre

A decisão da Globo de estrear Um Lugar ao Sol sem investir na sua divulgação e em uma época em que o folhetim "sambou" na grade sem um horário certo tem um gosto amargo e um preço alto a ser pago. A falta de estratégia no lançamento virou um tiro no pé da própria emissora. O folhetim completa dois meses no ar com audiência até pouco tempo atrás inadmissível para a faixa nobre: 22,3 pontos de média até a última quarta-feira (5).

A opção de gravar a trama toda antes de entrar no ar também faz o elenco sofrer. Muitos atores andam se queixando de falhas que não têm como ser consertadas. Erros de continuidade também deixam produtores chateados nos bastidores. O quadro é considerado irreversível.

Mesmo os profissionais mais apaixonados pela história querem mais é que a saga chegue logo ao fim. Existe uma mágoa por a novela ter sofrido um "certo descaso", diferentemente do remake de Pantanal, alardeado com direito a reportagem no Fantástico desde que o projeto recebeu o aval da alta cúpula da emissora para ser realizado.

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Fontes do Notícias da TV afirmam que os atores defendem o trabalho da autora Lícia Manzo e do diretor artístico do folhetim, Maurício Farias, com unhas e dentes. Em conversas em grupos do WhatsApp, as trocas de mensagens são sempre coroando os dois por lutarem para colocar uma novela sensível e com texto afiado no ar.

Crônica da vida real, Um Lugar ao Sol tem personagens complexos e bem defendidos também. Sem um grande vilão na história, pode-se dizer que a novela teve como adversário feroz a pandemia da Covid-19, apesar de ela estar fora de cena. Foi devido à crise sanitária que o elenco enfrentou paralisações nos trabalhos, cortes, inúmeros testes de PCR, roteiros reescritos e indefinições ao longo de 2020 e 2021.

Bárbara (Alinne Moraes) é a vilã da novela 

Para completar, a novela foi condensada --encurtaram 48 capítulos, o que tirou o desenvolvimento de algumas tramas e, com isso, cortaram também o apego que os telespectadores criam por determinados personagens.

Executivos trabalham em novas medidas

A história de que as novelas precisavam ser mais curtas já mudou de figura. Executivos da Globo apontam como superficiais os folhetins com menor duração e ainda aguardam a realização de pesquisas para voltarem ao debate dessa questão.

Nas próximas semanas, diretores estarão reunidos para bater o martelo em estratégias que visam evitar que os fatos ocorridos com Um Lugar ao Sol se repitam. Já encomendaram aumento de capítulos para Cara e Coragem, novela das sete que estreia em maio e começa a ser gravada em 7 de fevereiro.

A autora Claudia Souto tem a missão de escrever um pouco mais do que o previsto na sinopse para que a novela não termine em novembro deste ano --a ideia é que siga até janeiro de 2023 no ar.

O autor João Emanuel Carneiro também foi consultado sobre a pré-produção e o "esquenta" que a Globo poderia fazer para sua trama, Olho por Olho, que só estreia na faixa das 21h no segundo semestre, após a exibição de Pantanal. 

Um Lugar ao Sol terá 107 capítulos ao todo. Praticamente metade dos episódios já foi ao ar, e a previsão é que o último seja exibido em 12 de março.  

Confira os resumos dos capítulos da novela das nove que o Notícias da TV publica diariamente.

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