Juan Paiva sente drama de Ravi na pele em Um Lugar ao Sol: 'Levei emoção para casa'

Juan Paiva admite que foi difícil manter distância e não se envolver tanto com Ravi em Um Lugar ao Sol. O ator confessa que se jogou de cabeça no papel, a ponto de sentir na própria pele um pouco da montanha-russa pela qual passa o melhor amigo de Christian (Cauã Reymond) --com mais baixos do que altos na novela das nove da Globo.

Em entrevista ao Notícias da TV, o intérprete explica que só foi desapegar para valer ao gravar o último capítulo do folhetim de Lícia Manzo:

Eu respirei e falei: 'Agora foi'. Aprendi muito com o personagem, mas precisava voltar para a minha vida. Muitas vezes eu levei a emoção para casa, sim, de chegar [do trabalho] e ficar meio pensativo. Aí tomava um banho e refletia para sair daquela vibe. O ofício [de ator] pode parecer louco para quem não o vivencia, mas para mim é prazeroso.

Paiva já sabia que teria uma pedreira pela frente na leitura dos primeiros capítulos. Não à toa, uma vez que Ravi não só foi preso injustamente pelo roubo de um celular como ainda viu Christian morrer e ressuscitar bem na sua frente --o coagindo a participar da farsa que conduz a história.

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A via-crúcis só piorou com o passar dos meses, já que agora o goiano ainda vai se ver sozinho para criar o filho Francisco após a morte trágica de Joy (Lara Tremouroux). Parte do público até se rebelou nas redes sociais diante de tanta dor, mas o artista preferiu enxergar além das desventuras.

Christian e Ravi na novela das nove

Eu embarquei na história desse cara órfão e sensível, que poderia sofrer muito na vida, mas que é cheio de nuances e conflitos internos. Eu estava feliz e ansioso pela oportunidade de me desafiar, de chegar em um lugar diferente do que eu estava fazendo.

Paiva, no entanto, também faz questão de levar em conta as críticas ao personagem, desde que não sejam vazias ou gratuitas. "Se for uma opinião construtiva, eu valorizo muito porque vai me fazer pensar, me fazer buscar outros caminhos", avalia.

O ator ainda entende a reivindicação dos telespectadores por mais histórias em que pessoas negras possam se dar bem e se realizar na vida, mas acrescenta que Ravi está longe de ser uma representação contraproducente na televisão:

Eu concordo com o público, as narrativas precisam ser também exploradas nesse lugar do bem-sucedido, com certeza. Mas Ravi não está ali empregado em um sentido negativo. Ele é um cara que também tem uma história, está na correria. São tantas vidas, por que só acreditar no estereótipo?

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