ISMAEL X ISAQUE
FOTOS: REPRODUÇÃO/RECORD
Issad (Ricardo Dantas) em Gênesis; ismaelistas são violentos e vingativos na novela bíblica
Gênesis voltará a bancar o "manual do mundo" para dar uma explicação no mínimo curiosa sobre a origem de conflitos entre árabes e judeus no Oriente Médio. A novela bíblica vai derrapar mais uma vez por desconsiderar circunstâncias políticas e econômicas para transformar o imbróglio todo em mera briga de família pela herança de Abraão (Zécarlos Machado).
O folhetim vai pintar os israelitas como as principais vítimas da situação assim que José (Juliano Laham) contar à Issad (Ricardo Dantas) que é neto de Isaque (Henri Pagnoncelli) nas cenas que serão exibidas a partir desta segunda (13).
O mercador de escravos, responsável por transformar a vida do hebreu em um inferno, chamará o pastor de ovelhas de "usurpador" ao revelar que carrega o sangue de Ismael (Anselmo Vasconcellos) nas veias. Ele ainda exibirá com orgulho uma lua crescente, símbolo do filho de Abraão com Agar (Hylka Maria), tatuada no braço direito.
Em linhas gerais, a trama vai culpar as diferentes visões sobre a vida do profeta pelo desentendimento que existe até hoje e é centrado, mas não unicamente, na Questão Palestina.
Ao contrário dos judeus, os muçulmanos acreditam que Ismael, e não Isaque, é o primogênito do patriarca. O emissário do faraó, inclusive, teria sido oferecido em sacrifício a Deus no lugar do meio-irmão, numa interpretação também bastante distinta ao Velho Testamento.
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Neferíades (Dandara Albuquerque): outra ismaelita
A Record obviamente tem um interesse religioso em difundir uma explicação tão simplista sobre as desavenças entre israelenses e palestinos. A emissora é intimamente ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, que não só assimila alguns ritos e a própria imagética do judaísmo, como tem óbvio interesse no acesso à Terra Santa.
Há ainda o aspecto político da rede de Edir Macedo em explorar o fetiche de parte da extrema-direita, em especial de apoiadores de Jair Bolsonaro, com o Estado de Israel, sobretudo como baluartes da civilização ocidental em oposição à "selvageria" do mundo islâmico.
Não à toa, os ismaelitas são retratados como vingativos, violentos e com poucas virtudes dentro da história. Além de Issad, José ainda vai comer o pão que o diabo amassou nas mãos de Neferíades (Dandara Albuquerque) --ninfomaníaca, voluntariosa e pouco fiel ao marido Potifar (Val Perré).
A Record sempre deixou claro o aspecto educativo, se for possível o uso do termo, de Gênesis antes mesmo da estreia, ao alardear que "para entender o presente, temos que voltar ao início". O primeiro livro da Bíblia foi vendido ao público como a resposta para as grandes questões humanas, ainda que boa parte das explicações não encontrem respaldo científico.
A expulsão de Lúcifer (Igor Rickli) do Paraíso selou o destino dos dinossauros, já que o diabo se converteu no asteroide que mudou o clima da Terra no Cretáceo. O feminismo, por sua vez, surgiu graças a um mal-entendido entre Adão (Carlo Porto) e as filhas, que chegaram a montar a primeira comunidade hippie da história logo nos capítulos iniciais.
A emissora, apesar de já ter perdido o fôlego e não dar mais o mesmo tratamento para o seu principal produto, até hoje se esforça para oferecer ao telespectador alguns textos "paradidáticos" no site oficial da novela.
Renato Cardoso, marido de Cristiane Cardoso e genro de Macedo, também chegou a comentar algumas das principais passagens da novela nas redes sociais. Ao ver Eva (Juliana Boller) morder um fruto proibido azul, ele disse aos seguidores que aquela era razão para não haver alimentos daquela cor na natureza --para a tristeza dos mirtilos, é claro.
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