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GILSON SODRÉ

Esquecido por Ratinho, ex-Xaropinho vira fenômeno como cobra Judite no Paraná

LUIZA LEÃO/NTV

Fantoche de cobra sendo usada por Gilson Sodré, que é bonequeiro e radialista, nos estúdios da Record em Curitiba

Cobra Judite e Gilson Sodré: radialista é responsável por dar vida à personagem fofoqueira da RIC TV

LUIZA LEÃO, de Curitiba

luiza@noticiasdatv.com

Publicado em 13/9/2021 - 6h45

Bonequeiro há 36 anos, Gilson Sodré não é mais lembrado por ter sido o primeiro Xaropinho de Carlos Massa, o Ratinho. Apesar de ser passado pela vida do apresentador do SBT,  ele virou um fenômeno há três anos na RIC TV, afiliada da Record do Paraná, como a cobra fofoqueira Judite. A mascote é usado em várias praças durante A Hora da Venenosa.

No fim dos anos 1980, o radialista criou, ainda nas frequências do rádio, o esboço do que viria a se tornar o personagem de bigode que acompanha Ratinho. "Eu fiz o Dudu Xaropinho, que era um menino que fazia rádio junto com ele. Depois, o Ratinho foi para a TV, um amigo nosso idealizou o cenário e desenhou o Xaropinho como é hoje, com bigodinho, tudo", relembra o manipulador de fantoches de 53 anos.

Ao ingressar na TV, Ratinho virou um comunicador de sucesso, assim como o mascote Xaropinho, que Gilson nunca mais interpretou --mas do qual se lembra com certo rancor. "Quando você cria algo que alguém te toma, faz sucesso com aquilo e não te reconhece... Acho que esse é o maior perrengue que você pode passar", desabafa. "Isso é que tira a sua motivação às vezes: você criar algo legal que você não pode usar", acrescenta o curitibano.

Além de Ratinho, Gilson trabalhou com Orival Pessini, o Fofão (1944-2016), e Marília Gabriela. Ele também foi diretor de Wagner Montes (1987-2019) no Rio de Janeiro. "Acho que tudo o que eu podia fazer em rádio e televisão, já fiz", pontua o comunicador.

Cobra fofoqueira

Quando pensava em se aposentar, há três anos, Gilson soube que a RIC havia aberto testes para um intérprete da mascote Judite. Foi assim que a versão local da personagem nasceu e caiu no gosto dos paranaenses --e da própria afiliada. A titular da Venenosa em Curitiba, Cecília Comel, defende que se trata do melhor bonequeiro do Brasil.

Nos bastidores, o fantoche rouba a cena por onde passa e conversa como se fosse uma pessoa de carne e osso com os funcionários, um fenômeno que Tom Veiga (1973-2020) ajudou a popularizar com o Louro José no Mais Você. "Hoje, quase me aposentando, para a minha alegria e surpresa veio a Judite. Acho que assim eu posso completar meu ciclo profissional."

Judite, mais do que uma cobra de pelúcia, é uma válvula de descontração para os apresentadores e para o público. "Ela fala as besteiras que as pessoas queriam falar, mas não têm coragem", defende o pai da personagem. 

Ela é uma apresentadora, não é só um boneco que fica ali. Ela é como o Louro fazia com a Ana Maria [Braga]: o braço da Ana. Na Hora da Venenosa, eu sou o braço da Cecília e o braço do Jasson [Goulart], né? E isso é que é legal, porque você passa a ser um apresentador também.

Para que as falas saiam com espontaneidade, Gilson não decora texto. Mas o improviso vem acompanhado de uma pré-produção que leva cerca de quatro horas. Nesse tempo, toda a bancada faz roteiro, seleciona os vídeos com as fofocas e já se antecipa com as pautas para soltar a língua ao vivo.

"É uma coisa tão instintiva que quando você encarna o personagem é igual a teatro. Você está no personagem e não sai. Na hora da Judite, eu penso como a Judite. Acho que é por isso que dá certo", explica.

Mesmo vivendo um personagem local do Paraná, Gilson é conhecido em outros Estados. Frequentemente, recebe mensagens carinhosas nas redes sociais e é parado na rua como se fosse uma celebridade. 

"Eu já tive outros personagens, mas acho que a Judite é um paradigma, rompeu uma barreira. As pessoas comparam muito a minha Judite com a de outros lugares e mandam mensagens dizendo: 'Tua Judite é a maior do Brasil'. Isso para mim não tem preço", comemora o artista.

Veja aqui um bate-bola com respostas da Judite:


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