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BALANÇO DE 2019

Com Bolsonaro, receita da Record volta a crescer após quatro anos de queda

Reprodução/Record

Equipe da produtora Casablanca grava cenas da novela Gênesis, da Record, no Marrocos, em março de 2020

Gravações da novela Gênesis no Marrocos, em março: Record baixou custos com produtoras independentes

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 8/4/2020 - 6h03
Atualizado em 8/4/2020 - 7h47

Depois de quatro anos de quedas sucessivas em suas receitas com publicidade, a Record voltou a crescer em 2019. Segundo balanço publicado no Diário Oficial do Estado, as vendas da emissora totalizaram R$ 1,951 bilhão em 2019, 10% a mais que no ano anterior, mas ainda abaixo de 2015, quando fechou com R$ 1,994 bilhão.

O crescimento da Record é atípico em um ano em que o conjunto das emissoras, segundo estimativas, ficou negativo. A Globo, com uma receita quase cinco vezes maior do que a Record, caiu 4% em 2019. O SBT ainda não divulgou balanço.

A diferença pode ter sido Jair Bolsonaro, que vive em guerra com a Globo e vê a Record e o SBT como aliados. Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), publicado pela Folha de S.Paulo em novembro, mostrou que a rede de Edir Macedo ficou com 42% dos investimentos do presidente em publicidade na TV aberta no primeiro semestre, enquanto a Globo, líder de audiência, abocanhou só 16%.

Fontes do mercado calculam que o governo Bolsonaro, incluindo ministérios e estatais poderosas como Petrobras e Banco do Brasil, injetou de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões na Record no ano passado.

Executivos da emissora negam. Reconhecem que o share (porcentagem de participação) da emissora cresceu, mas que o investimento nominal empatou com 2018, porque Bolsonaro reduziu os gastos com publicidade.

Emissora volta a dar lucro: R$ 55 milhões

Outro destaque do balanço da Record é que a emissora voltou a ter lucro, de R$ 55,4 milhões, depois de um prejuízo de R$ 24,8 milhões em 2018. Isso se deve, além do aumento da receita publicitária, à manutenção de uma política rigorosa de custos de produção e operação, que permaneceram estáveis nos últimos anos --cresceram só 3,7% no ano passado, atingindo R$ 1,3 bilhão.

A Record tem uma estrutura de produção que minimiza custos fixos, através de uma rede de produtoras independentes (Casablanca, TeleImage, Endemol, Formata, Floresta). Isso quer dizer que ela paga só pelo que efetivamente é produzido. Se não há novela em produção, como agora na crise do no coronavírus, são menores os gastos com elenco e técnicos.

O balanço da Record ainda traz números positivos quando considerados os resultados consolidados, ou seja, aqueles que incluem também seus negócios "multiplataforma", com o portal R7 e o streaming PlayPlus. As receitas consolidadas cresceram 8,6%, somando R$ 2,214 bilhões.


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