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COMUNIDADE NEGRA

Taís Araújo destaca lado bom de discussões do BBB21: 'Não somos todos iguais'

Reprodução/TV Cultura

Taís Araújo sorri enquanto está sentada no centro do estúdio do programa Roda Viva, da TV Cultura

A atriz e apresentadora Taís Araújo foi a entrevista do Roda Viva nesta segunda-feira (8)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 9/3/2021 - 0h05

Taís Araújo opinou sobre as discussões proporcionadas pelo BBB21 em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (8). "Achei o que aconteceu no Big Brother, para a comunidade negra, bom. Para a gente entender o seguinte: não existe só um tipo de negro. Nem de pessoa. Não somos todos iguais, não somos uma massa única, somos pessoas com pensamentos diferentes", afirmou a atriz de Amor de Mãe

O assunto veio à tona após a apresentadora Vera Magalhães questioná-la sobre o fato de "muitas pessoas negras ficarem em um lugar antipático, desencadeando uma chuva de cobranças" no Big Brother Brasil.

Na atual edição do reality show, dois participantes negros quebraram recordes de rejeição em paredões: Karol Conká, eliminada com 99,17% dos votos, e Nego Di, com 98,76%. Lumena Aleluia também deu adeus ao reality show com baixa popularidade.

"Eu vi bastante o Big Brother nessa temporada. Vi de tudo que aconteceu ali. Ficava assim [leva as mãos à cabeça]. Ali aconteceu de tudo, de a gente olhar e falar: 'Olha o tamanho do buraco dessas pessoas'. Emocional, mesmo. Ninguém age dessas maneiras como agiram ali se não tiver um buraco emocional muito profundo", opinou Taís.

Na sequência, citou o discurso específico de uma participante: "A Lumena está ali falando para a academia. Eu acho que a gente tem que ampliar esse olhar para esse Big Brother. O saldo disso tudo é as pessoas sacarem que somos diferentes, porque a tendência é botar todo mundo no mesmo saco, e isso tira a nossa humanidade".

"Existe um tipo de militante? Existe uma maneira de militar única, específica, um padrão, uma cartilha? Não, não existe. Entendo quando as pessoas falam: 'Ah, esvazia [a discussão]'. Mas acho que a gente precisa ampliar esse olhar e ver o que a gente ganha nisso", conclui.

Confira a íntegra da entrevista de Taís Araújo para o Roda Viva abaixo: 

Amor de Mãe

Atualmente, Taís Araújo interpreta Vitória, uma das protagonistas de Amor de Mãe, junto a Regina Casé (Lurdes) e Adriana Esteves (Thelma). A novela das nove volta a ter capítulos inéditos na Globo a partir da próxima segunda-feira (15). 

Sobre as mudanças em sua personagem, a mulher de Lázaro Ramos destaca: "Vem muita coisa bonita da Vitória. Jurava que a minha história estava se encerrando. A Manuela foi tão inteligente para fechar a história dessa personagem, porque é uma personagem que tem basicamente uma história de redenção linda através da maternidade."

"Ao mesmo tempo, ela era uma profissional brilhante. Então ficou muito tempo focada na maternidade. E aí, cadê essa profissional? Na pandemia, essa profissional renasce de um lugar muito bonito. Vou dar um spoiler aqui agora: defendendo as mulheres que estão sofrendo violência doméstica, que aumentou muito no período da pandemia. A gente fala sobre isso", continua.

Taís ainda citou a situação atual do Brasil na pandemia: "A gente está vivendo um filme de terror. Quando a gente voltou a gravar, a gente teve uma falsa esperança, falei: 'Acho que estou vendo uma luz no fim do túnel'. Mas nunca esperaria que a gente estaria aqui em março com números muito piores do que a gente estava no final do ano. 260 mil mortos".

Relação com Lázaro Ramos

"Nossa relação melhorou depois de ela ter piorado muito durante a pandemia. Muito sério, a ponto de falar: 'Cara, não vai rolar. Quero mudar com os meus filhos para um apartamento de dois quartos'. Fiquei seriamente imaginando como seria. Achei que não ia rolar, mesmo, estava muito difícil. Aí o trabalho reconectou a gente", relembrou, citando o trabalho ao lado do marido em Amor e Sorte

Traumas com nudez

Taís Araújo também abordou traumas no início de sua carreira, especialmente em Xica da Silva (1996), novela da Manchete que contou com direção de Walter Avancini (1935-2001). 

"Pensando no meu trabalho, durante muito tempo eu fui exposta à nudez. Pode ser que isso tenha a ver com todo esse meu pudor. Eu também tenho na minha carreira muita história de nudez. Tenho alguns traumas com certeza, o que também faz parte da desconstrução", relatou. 

"Às vezes eu vejo fotos minhas que eu não sei como minha mãe deixou eu fazer. Fotos que tenho vergonha de postar, você vê uma menina segurando o peito. Acho que minha mãe não tinha ideia, ela achava que isso fazia parte do negócio, do trabalho. Ela estava ali do meu lado, o tempo inteiro, acho que tinha uma falsa imagem de que isso fazia parte do processo. Se a gente voltar nos anos 1990, o que a gente via de exposição da mulher era uma loucura", concluiu a atriz.

Governo e cultura no Brasil

"A gente está num momento muito complicado, né? Acho que a gente está vivendo um pesadelo, mesmo. O audiovisual, teatro, a cultura, como um todo, é muito poderoso, comunica muito, estimula senso crítico, provoca, critica, promove reflexão. Se você não quer nada disso, isso se torna um alvo", comentou Taís Araújo.

Em seguida, a atriz de Amor de Mãe concluiu: "A cultura virou um alvo muito sério, porque é muito potente. Ninguém está a salvo de crítica, e nem tem que estar, principalmente o governo, que trabalha para nós --ou deveria. Então você não pode não querer ser alvo de críticas, se não você está no lugar errado, não foi apropriado para esse lugar."


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