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CRÍTICA

Marcos Mion afasta o choro do Caldeirão, mas estreia na Globo acima do tom

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Marcos Mion ao lado de um crachá gigante no quadro Mamãe, Tô na Globo!, do novo Caldeirão

O quadro Mamãe, Tô na Globo!, principal novidade do Caldeirão, pecou por não ter graça

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 4/9/2021 - 18h36

Contratado pela Globo há menos de um mês para substituir Luciano Huck no Caldeirão, Marcos Mion finalmente estreou como apresentador na líder de audiência neste sábado (4). O ex-Record conseguiu afastar o clima de choro que imperava na atração nos últimos anos e foi elogiado pelos internautas, mas sua animação estava acima do tom neste primeiro programa.

Empolgado com o contrato assinado em 6 de agosto, Mion transformou cada passo seu na nova emissora em uma espécie de reality show. Mostrou sua chegada aos Estúdios Globo, o momento em que recebeu seu crachá, a primeira reunião com a equipe, sua primeira foto no cenário do Caldeirão. Também apareceu no Mais Você, no Encontro com Fátima Bernardes e no Fantástico, sempre muito feliz --às vezes, até demais.

Foi tanta exposição que nem parece que Marcos Mion fechou acordo há apenas 29 dias. A movimentação aumentou a expectativa, e o novo apresentador não comprometeu, mas também não trouxe tanto a renovação esperada para o programa. Com quadros batidos, o novo Caldeirão ficou com jeito de déjà-vu.

O Tem ou Não Tem, que já fazia parte do programa apresentado por Luciano Huck, está longe de ser uma novidade. É baseado em um formato antigo, o Family Feud, lançado na TV americana em 1976 e que chegou ao Brasil três anos depois, com Silvio Santos. A participação de famosos, como Juliana Paes e Paulo Vieira, até deixou o quadro mais divertido, mas também não é inédita: nos EUA, o Celebrity Family Feud é exibido desde 2008.

O Sobe o Som, que coloca artistas para adivinhar a música tocada pela banda liderada por Lucio Mauro Filho, remeteu ao Ding Dong --especialmente com o artista original assumindo o palco após o mistério ser desvendado.

Já o Mamãe, Tô na Globo!, que deveria ser a principal novidade do Caldeirão, deixou a desejar na estreia. Os vídeos de telespectadores apresentados não fizeram muito sentido nem despertaram risadas --a ideia de colocar o público na TV é boa, mas precisa ser melhor desenvolvida para não ficar jogada.

Por fim, o Isso a Globo Mostra é uma arma antiga do arsenal de Mion. Ele já fez a mesma coisa na MTV, na Band e na Record. Com pressa para estrear o novo Caldeirão, a emissora precisou ceder e aceitar que ele repetisse o Pérola Videoclíptica, do Piores Clipes do Mundo (2000-2001) --também repetido no Shit Show, do Descontrole (2002-2003), e no Vale a Pena Ver Direito, do Legendários (2010-2017).

Em tempos tão pesados como o vivido pelo Brasil atualmente, poder dar risada nos fins de tarde de sábado é um alívio. Mas Mion é capaz de fazer mais do que apenas requentar formatos com cheiro de mofo. Se dosar melhor sua animação e investir em novidades, ele pode se dar bem no Caldeirão --a ponto de se tornar mais do que um mero tapa-buraco até o fim do ano.


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