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FIM DE UMA ERA?

Em baixa com Reis, novelas bíblicas sofrem desgastes por erros da Record

REPRODUÇÃO/RECORD

O ator Carlo Porto caracterizado como o Saul em cena de Reis

Saul (Carlo Porto) em Reis; folhetim transfigurado em série marca crise na dramaturgia bíblica

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 20/6/2022 - 7h00

Em menos de uma década, os folhetins bíblicos se converteram de um dos grandes acertos a uma das maiores dores de cabeça da Record. A emissora paulista chegou a encostar na Globo com Os Dez Mandamentos (2015) e, hoje, paga caro por uma série de erros com o fiasco de Reis --em uma crise de audiência que deve se arrastar até o primeiro semestre de 2023.

A TV de Edir Macedo entrou em uma espécie de círculo vicioso desde que ignorou a necessidade de se planejar melhor diante do sucesso do folhetim de Vivian de Oliveira. Uma nova temporada foi feita às pressas para contornar os problemas com a sucessora A Terra Prometida (2015), cujos índices seriam melhores se exibida em sequência.

A Record voltaria a se atrapalhar diante da boa repercussão de Gênesis (2021), que foi um bálsamo para o seu horário nobre durante onze meses. A indefinição sobre uma substituta inédita, no entanto, levou a um gesto inédito e quase desesperado --reapresentar a própria novela que acabou de sair do ar no compacto A Bíblia.

Essa repetição feita quase à exaustão, seja por meio de reprises ou de tramas muito próximas entre si, é um dos pontos que explica o desgaste do formato. O público sente que está sempre assistindo à mesma história, como se os roteiristas tivessem esgotado o livro sagrado do Cristianismo.

A rede de Edir Macedo, no entanto, é mais uma vez alvo da própria falta de planejamento. Cristianne Fridman chegou a entregar uma sinopse sobre Jó, e Paula Richard sobre o livro Atos dos Apóstolos. Nenhum dos projetos, ainda que inéditos seja no formato de novela ou de série, foram à frente.

Intervenção?

Reis, por sua vez, prefere adaptar uma passagem que já foi ao ar sob o formato de minissérie com O Rei Davi (2012). A quarta temporada intitulada A Escolha, prevista para o segundo semestre, trará Cirillo Luna como um dos personagens mais conhecidos do Velho Testamento.

A aposta em tramas que já foram testadas não indica necessariamente a busca por segurança, mas pela própria equipe de roteiristas formada por rostos mais jovens e ligados à IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) --como Meuri Luiza, Raphaela Castro e Stephanie Ribeiro.

As novelas bíblicas colocaram a função de entreter em segundo plano, afastando uma parte do público que se identifica como cristão, mas não necessariamente com as filosofias da Universal.

O tom de teleculto não agrada e destoa até no texto de veteranos como Cristianne Fridman, a exemplo da conversão de Poderosa (Day Mesquita) em Amor Sem Igual (2019).

As passagens bíblicas também são de difícil adaptação e, sem uma boa dose de criatividade, jamais atingiriam os 150 ou mais capítulos necessários para transformar uma novela em um produto rentável. Camilo Pellegrini fez o impossível ao tornar Abraão (Zécarlos Machado) em um dos queridinhos do público e ainda assim foi demitido.

O mundo dá voltas

Uma mudança no perfil do investimento da Record nas tramas também contribui para o desgaste, com um assédio muito menor a grandes nomes da concorrência, sobretudo da Globo. A produção é entregue à Casablanca, que opta em roubar mais rostos jovens e nem tão expressivos que tiveram pouca oportunidade na líder de audiência.

As soluções caseiras, inclusive, deram mais certo em Gênesis. Guilherme Winter, Adriana Garambone e Carla Maris já estavam no elenco há anos e tiveram repercussão melhor do que as novas promessas que chegaram de fora --e ficaram por isso mesmo.


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