CAMILO PELLEGRINI E PAULA RICHARD
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Isaque (Dani Guto) e Abraão (Zécarlos Machado) em Gênesis; quinta fase foi uma das mais vistas
A Record não renovará o contrato de Camilo Pellegrini, autor de Gênesis, e Paula Richard, que esteve à frente de O Rico e o Lázaro (2017) e Jesus (2018). Com mais novelas bíblicas em vista, a emissora vai apostar em roteiristas novatos, mas mais alinhados com os preceitos da Igreja Universal do Reino de Deus --a exemplo de Raphaela Castro, que já trabalha nos textos de Reis.
Pellegrini falou abertamente sobre a sua saída nas redes sociais. "Queridos, estou saindo da Record no mês que vem, na pista de novo. Fui feliz lá, muita experiência e algumas vitórias, mas confesso que estou animado para escrever sobre outras coisas", escreveu ele em seu Twitter.
A demissão surpreende justamente porque o escritor foi responsável por uma das fases de maior audiência e repercussão de Gênesis --a quinta, Jornada de Abraão. Ele, inclusive, era elogiado internamente por ter pego uma "bucha", já que a história do profeta é a mais confusa e a menos interessante do primeiro livro da Bíblia.
Paula, por sua vez, estava escalada para escrever um folhetim sobre o rei Salomão para o segundo semestre de 2022, mas foi dispensada depois da ascensão de Raphaela. Assim como Stephanie Ribeiro, ela é ligada e tida internamente como um dos braços direitos de Cristiane Cardoso.
A filha de Edir Macedo hoje ocupa publicamente o posto de diretora de dramaturgia, mas já corrige os roteiros das produções bíblicas nos bastidores em segredo desde 2015. Ela é responsável não só pela qualidade dos textos, mas também por assegurar que eles estejam de acordo com a ideologia da Universal.
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E DIVULGAÇÃO/RECORD
Camilo Pellegrini e Paula Richard
Cristiane, inclusive, seria a responsável por derrubar as novelas sobre Salomão e o rei Davi para dar fôlego a um projeto de Raphaela. Ela uniu as tramas em Reis, sob a justificativa de que o formato de Gênesis, mais próximo das séries, teria agradado os telespectadores.
As ações de Cristiane, no entanto, são questionadas principalmente entre o grupo de autores não-alinhados com a Universal dentro da Record, que reclamam de "intervenção" e "censura". Ela, no entanto, tem importante aliados entre os quadros "laicos", como Cristianne Fridman --de Topíssima (2019) e Amor Sem Igual (2019-2021).
Procurada, a Record não havia se pronunciado até a publicação deste texto.
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