SEM NOVOS PROJETOS
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Miguel Falabella no Conversa com Bial, em dezembro de 2019; roteirista foi dispensado pela Globo
DANIEL CASTRO e DÉBORA LIMA
Publicado em 5/6/2020 - 10h19
Atualizado em 5/6/2020 - 15h30
Miguel Falabella foi dispensado pela Globo após 38 anos de casa. O ator foi comunicado que seu contrato não seria renovado na quinta-feira (4). A demissão do autor e diretor acontece em meio à política de cortes de gastos que a emissora está implementando por conta da pandemia do coronavírus, que reduziu suas receitas publicitárias em cerca de 30%. Ele tinha contrato até setembro, e a rescisão foi antecipada.
O rompimento do acordo foi confirmado pelo Notícias da TV. O motivo da demissão do dramaturgo é seu alto salário e sua baixa produção nos últimos anos.
Em nota, a Globo afirmou que a saída do diretor faz parte de "uma série de iniciativas para preparar a empresa para os desafios do futuro" e que a empresa "vem adotando novas dinâmicas de parceria com seus talentos". A emissora também disse que Falabella ainda pode apresentar projetos para todas as plataformas do Grupo.
Confira o comunicado na íntegra:
"Como todos sabem, nos últimos anos, temos tomado uma série de iniciativas para preparar a empresa para os desafios do futuro. Com isso, temos evoluído nos nossos modelos de gestão, de criação, de produção, de desenvolvimento de negócios e também de gestão de talentos.
Assim, em sintonia com as transformações pelas quais passa nosso mercado, a Globo vem adotando novas dinâmicas de parceria com seus talentos. Miguel Falabella, assim como outros companheiros, tem abertas as portas da empresa para futuros projetos em nossas múltiplas plataformas."
Miguel Falabella comentou a saída da Globo em uma publicação no Instagram na manhã desta sexta-feira (5). "Nesses quase 40 anos fui muito feliz e muito bem tratado sempre. Seguir novos caminhos não significa abandonar o que se conquistou na caminhada. Só tenho boas lembranças. Só tenho sorrisos", escreveu.
"Cheio de gratidão por todos os companheiros que estiveram ao meu lado nessa jornada e ao público que viu algo em mim que nem eu mesmo via. Obrigado. Eu ia fazer um vídeo, mas nessas horas a gente fica com o coração mole. Como diria Drummond, amanhã eu recomeço!", encerrou. Confira a postagem:
Falabella entrou na Globo em 1982, e a primeira novela em que atuou foi Sol de Verão (1993), de Manoel Carlos. Ele não parou mais: fez Selva de Pedra (1986), Amor com Amor se Paga (1984), Tieta (1989), Livre para Voar (1984), O Outro (1987), Mico Preto (1990), A Viagem (1994), Cara & Coroa (1995), Agora é que São Elas (2003) e a minissérie As Noivas de Copacabana (1992).
Miguel atuou como apresentador no extinto Vídeo Show (1983-2019) durante 15 anos, entre 1987 e 2001.
Fez sua estreia como diretor em Sassaricando (1987). Já a primeira novela como autor foi Salsa e Merengue (1996), em coautoria com Maria Carmem Barbosa, assim como A Lua Me Disse (2005). Também escreveu Negócio da China (2008) e Aquele Beijo (2012).
Se destacou como roteirista das séries de humor TV Pirata (1988); Sai de Baixo (1996-2002), em que conquistou o público com o ranzinza Caco Antibes; Toma Lá, Dá Cá (2007-2009) e Pé na Cova (2013-2016).
Também estão no currículo do dramaturgo Delegacia de Mulheres (1990), Armação Ilimitada: Vida de Tiete (1985), O Fantasma do Rock (1986) e Sexo e as Nêga ( 2014). Miguel Falabella ainda atuou como jurado do Show dos Famosos, quadro do Domingão do Faustão.
O último projeto do diretor no Grupo Globo foi Eu, Minha Avó e a Boi (2019), série disponibilizada no Globoplay e baseada em mensagens publicadas no Twitter por Eduardo Hanzo.
No ano passado, Miguel já tinha dito que pretendia deixar a emissora para "ter mais liberdade". Durante o 47º Festival de Cinema de Gramado, em que lançou seu filme Veneza (2019), ele revelou que não pretendia renovar o contrato de exclusividade que mantinha com a emissora e que venceria dali a ano e meio.
Assim como a dispensa de José de Abreu, a saída de Falabella da Globo está no contexto de cortes de despesas de até 20% que o Notícias da TV adiantou no início da semana. A emissora não está renovando o contrato de quem não tem previsão de novos trabalhos.
A pandemia da Covid-19 obrigou a empresa a acelerar mudanças previstas no projeto Uma Só Globo, que unifica cinco unidades de negócios, entre elas a Globosat e o Globoplay. Vai haver cortes de custos, o que inclui demissões, mas não um passaralho, segundo o CFO (chief financial officer/diretor financeiro), Manuel Belmar da Costa.
Em algumas áreas, o corte de despesas poderá atingir até 20%, mas em algumas delas não haverá demissões.
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