Comédia de sucesso
Imagens: Divulgação/Netflix
Natasha Lyonne na primeira temporada de Russian Doll, melhor série de 2019 segundo a crítica americana
JOÃO DA PAZ
Publicado em 12/2/2019 - 5h25
O telespectador que encerrou Russian Doll, produção disponível na Netflix desde o último dia 1º, ficou satisfeito. A história maluca sobre uma mulher que vive o mesmo dia várias vezes, após morrer das formas mais bizarras, é bem amarrada e tem um fim convincente. Sem problema algum, a comédia poderia parar por aqui. Mas será que a Netflix vai renovar a série?
A resposta "sim" para essa pergunta pode soar estranha ao público que acompanhou a deliciosa jornada da cínica Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne, a Nicki de Orange Is the New Black). Como a série vai conseguir continuar uma trama que se encerrou? Porém, a tendência é que uma nova leva de episódios venha por aí.
Além de ser protagonista, Natasha foi uma das criadoras da comédia, ao lado de Amy Poehler (Parks and Recreation) e Leslye Headland. O trio vendeu Russian Doll para a Netflix como uma série de três temporadas. O segundo ano certamente deve sair do papel, pois a atração foi bem aceita pela mídia (ganhou a altíssima nota 89 do site Metacritic) e teve uma ótima repercussão entre o público.
A questão mais importante é como será essa segunda temporada de Russian Doll, já que a história de Nadia foi concluída. "Quando apresentamos a série para a Netflix, Nadia estava em todas as três temporadas, mas não de um modo convencional", disse Leslye em entrevista para o site da revista The Hollywood Reporter.
"Nadia é o coração e a alma dessa série. Seja ela ajudando um outro personagem ou ela mesmo narrando as histórias, Nadia estará presente [nos novos episódios]", afirmou a criadora da série.
O ator Charlie Barnett encara a colega Natasha Lyonne na primeira temporada de Russian Doll
Importância do perdão [Atenção: spoilers]
Russian Doll prende a atenção pelo inusitado e pelo fascínio. Nadia é uma expert em programação, especializada em videogames, que celebra o aniversário de 36 anos na casa de uma de suas melhores amigas, a cativante Maxine (Greta Lee). Ao sair à procura de seu gato perdido, Nadia é atropelada por um táxi.
A partir deste ponto, o telespectador entra no loop temporal da personagem, que volta ao banheiro da casa de Maxine e revive instantes que não saem da sua memória. Até morrer de novo.
Como se fosse uma Boneca Russa (nome em português da série), Nadia tem uma nova vida dentro de si. Isso até superar algo que lhe prende ao passado. Enquanto ressuscita e tenta descobrir os motivos desse fenômeno, se depara com Alan (Charlie Barnett), um rapaz que, assim como ela, morre e revive o mesmo dia.
Ao se conhecerem, eles percebem que precisam superar rancores para saírem desse ciclo. O jeito é deixar o orgulho de lado e perdoar. Ao tomarem essa atitude, Nadia e Alan não morrem mais.
Por mais que tenha alguma inspiração no filme cult O Feitiço do Tempo (1993), Russian Doll é uma série bem diferenciada. Eis um dos motivos que a fez ser sucesso: o detalhe de apresentar personagens refrescantes, diferentes dos que vemos com frequência na TV.
Para Natasha, somente no atual momento do mercado americano de séries, com quase 500 produções por ano, é que Russian Doll poderia ser concebida. "Para mim, o Peak TV [Auge da TV] é isso: cada vez mais criadores têm oportunidades e liberdades para fazerem coisas fora da caixinha, que por alguma razão, produtores e públicos estão interessados [em assistir]", falou ela para a Hollywood Reporter.
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