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Reprodução/Netflix
Mel Lisboa em Coisa Mais Linda; rodeada de homens, a jornalista Theresa argumenta a favor do seu trabalho
JOÃO DA PAZ
Publicado em 8/3/2020 - 5h30
A quarta onda do feminismo iniciada na atual década não apenas levantou bandeiras contra o assédio e violência, mas pediu mais representatividade de mulheres em vários setores da sociedade, incluindo aí a indústria do entretenimento. Logo, cada vez mais chegam à TV séries com tramas sobre o universo feminino. Entre essas, há cinco atrações que todo homem tem de ver para entender as mulheres com quem convive.
Neste domingo (8), data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Notícias da TV destrincha dramas como Coisa Mais Linda, atração brasileira da Netflix ambientada no Rio de Janeiro dos anos 1950, mas que discute temas atuais, como agressão dentro do casamento e sexismo no trabalho. A série mostra comportamentos machistas a serem evitados.
Há ainda atrações consagradas, como a elogiadíssima The Good Wife (2009-2016) e a premiada Girls (2012-2017). Além da divertida Jane The Virgin (2014-2019) e da angustiante The Handmaid's Tale. Confira mais sobre elas:
reprodução/netflix
Fernanda Vasconcellos e Gustavo Vaz em Coisa Mais Linda; homens subjugam as mulheres
Cada uma das quatro personagens principais de Coisa Mais Linda enfrenta adversidades e consegue superações que são verdadeiros ensinamentos. Ao longo dos sete episódios da primeira temporada, o drama nacional da Netflix apresenta mulheres que lidam diariamente com homens. E as atitudes de todos eles são exemplos do que não fazer.
Como, por exemplo, menosprezar a ideia da colega de trabalho proposta durante uma reunião ou contar piadinhas cheia de segundas intenções na firma. Coisa Mais Linda mergulha na vida das mulheres que passam por isso e mostra o ponto de vista delas. Como aquela que é obrigada a fazer sexo forçado com o marido e, após o ato tem de lidar com a violação, enquanto o parceiro acha que está tudo certo.
divulgação/HBO
Novinhos, Adam Driver e Lena Dunham viveram um romance intenso na comédia Girls, da HBO
Comédia vencedora do Globo de Ouro em 2013, Girls tem um ponto de ligação certeiro com os homens, pois destaca personagens masculinos que interagem com as jovens protagonistas. O didatismo aqui é sobre amizade e relacionamento, temas explorados nas seis temporadas da atração, disponíveis no HBO Go.
Adam Sackler (interpretado por Adam Driver, o novo queridinho de Hollywood) é um bom exemplo. A série o usa para contar o que deve ou não ser feito dentro de um namoro, como visto com Hannah (Lena Dunham) e Jessa (Jemima Kirke). O protetor Ray (Alex Karpovsky) e o sensível --porém manipulativo-- Desi (Ebon Moss-Bachrach) são personagens que chamam a atenção, seja como protótipos do bem ou do mal.
divulgação/THE CW
A atriz Gina Rodriguez abraça Elias Janssen em imagem meiga da comédia Jane The Virgin
Ninguém chegou ao mundo em um voo de cegonha. Todos têm uma mãe e, consequentemente, uma tia, irmã, prima, avó... A leve comédia Jane The Virgin (2014-2019) tem personagens femininas de todos os níveis: a jovem mãe solo, a madura solteira que busca satisfação na carreira enquanto equilibra a vida pessoal com a familiar, e a vovó cheia de vida que trabalha e paquera. É fácil para o telespectador se identificar com elas, como se fossem parte de sua famíla.
A jornada de cada uma serve como um aprendizado ao telespectador para notar como não é fácil estar nesses tipos de personagens. Entender quais são as dificuldades que elas passam no cotidiano ajuda a criar empatia.
Fora isso, Jane the Virgin descontrói padrões pré-estabelecidos do homem machão. Na série, disponível na Netflix e no canal Lifetime, os personagens masculinos choram e não escondem suas emoções, são despreocupados em transmitirem a imagem de um cara durão.
divulgação/CBS
Alicia Florrick e Chris Noth em The Good Wife; mulher posa ao lado do marido traidor e sujo
Drama que tem lugar cativo entre os melhores desta década, The Good Wife abre a cortina para desmistificar uma situação que, se fosse real, receberia comentários maldosos nas redes sociais. Traída pelo marido, que se relacionou com prostitutas, a dona de casa Alicia Florrick (Julianna Margulies) aceita ficar ao lado do parceiro, um figurão importante na política de Chicago, para não piorar ainda mais a imagem dele nesse escândalo, que o levou à cadeia.
Imagine o que dedos maldosos não digitariam por aí na internet. A série, disponível completa no Prime Video e no Globoplay, retrata tudo o que uma mulher passa durante esse imbróglio todo, ao aceitar ficar ao lado do marido, priorizando o bem-estar de um filho e uma filha adolescentes.
Outro ponto interessante da série é apresentar como é para Alicia, uma mulher madura, voltar a trabalhar como advogada em um lugar cheio de homens jovens, sedentos por promoção e brigando pelo mesmo espaço de sócio na firma.
divulgação/hulu
Elisabeth Moss com Joseph Fiennes em The Handmaid's Tale; vítima e carrasco cara a cara
Série que pode ser vista no Globoplay, Fox Play, Sky Play e Paramount+ (os dois últimos serviços disponibilizam as três temporadas completas), The Handmaid's Tale é tão importante para a sociedade contemporânea que o figurino das chamadas aias, mulheres escravizadas para procriar na trama, é usado em protestos políticos ao redor do mundo, contra o estupro e o assédio sexual.
Para a mulher, assistir a The Handmaid's Tale não é fácil, por se identificar com o sofrimento que aquelas mulheres passam, uma parábola do que se vê nos dias atuais. Para o homem, ver o drama vencedor do Emmy serve para entender por que há essa dificuldade, além de compreender como o conservadorismo exagerado, aliado ao fundamentalismo religioso, leva a uma sociedade totalmente opressora contra as mulheres. Vale refletir se o mundo está mais longe ou mais próximo disso.
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