Sangue, suor e choque de realidade: Os mergulhos malucos para atuar nas novelas

Os atores não precisam arriscar suas vidas em cenas de novelas: para preservá-los, existem os dublês. Mas muitos decidem viver experiências completamente diferentes para dar veracidade aos papéis que interpretam. O trabalho de preparação é chamado de laboratório, e geralmente é aí que os intérpretes se deparam com ofícios ou realidades opostas e fazem os mergulhos mais malucos de suas vidas.

Aos 40 anos, Mateus Solano assistiu a uma cirurgia de verdade para dar vida ao médico Guilherme de Quanto Mais Vida, Melhor!. Além de se testar diante da situação, ele respirou aliviado por não ter vidas em suas mãos como um cirurgião tem todos os dias. 

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No elenco da novela da sete, teve ator que saiu machucado do seu laboratório. Matheus Abreu, que interpreta o Tigrão, sofreu um acidente nos ensaios para a trama. Aos 24 anos, ele adora esportes radicais e aprendeu a andar de skate, mas isso não o impediu de ter uma lesão e ser obrigado a correr para um hospital e passar um tempo de molho antes de retomar o trabalho na trama.

Matheus Abreu e Fabrício Cassis: atores aprenderam a fazer manobras em skate (Reprodução/Instagram)

Imagine então o que os atores de Pantanal estão tendo de enfrentar. A produção da novela priorizou as gravações no Mato Grosso do Sul. José Loreto, 37 anos, é um dos nomes do elenco que mais está aprendendo com a "vida de gado". Nascido e criado na região metropolitana do Rio de Janeiro, ele passou a acordar com "as galinhas" e laçar boi e conduzir rebanhos por pastos e rios.

Intérprete do peão Tadeu, Loreto fez do seu laboratório e das gravações do folhetim na região pantaneira um verdadeiro reality show. O ator postou fotos e vídeos dos desafios que enfrentou para virar um boiadeiro.

No elenco da mesma novela, que vai substituir Um Lugar ao Sol no horário nobre, Alanis Guillen passou a tomar sol nua para viver Juma. Aos 23 anos, ela confessa que teve dificuldades nas aulas de equitação porque nunca tinha cavalgado, ainda mais com uma arma na mão, como vai acontecer na novela. A jovem é bem urbana e sempre viveu na Grande São Paulo.

Como a protagonista de Pantanal é uma mulher selvagem, ela também deixou pelos crescerem em todas as partes do seu corpo. A jovem ainda se matriculou em aulas de kung fu para saltar como um onça e fazer outros movimentos que o público verá a partir de março na novela. 

José Loreto teve vida de peão durante dois meses para gravar cenas de Pantanal (Reprodução/Instagram)

Dar adeus à vaidade já é normal para a maioria dos atores. Em folhetins de época, as atrizes ficam meses sem manicure ou desenho das sobrancelhas. Alguns, com dentes superclaros e perfeitos, são obrigados a amarelá-los com maquiagem --porque antigamente não existia clareamento dental.

Muitos artistas ainda se chocam com realidades duras, como Andréia Horta. Ela fez laboratório em uma ONG que serve refeições para moradores de rua na região central do Rio de Janeiro para conseguir as habilidades que Lara, sua personagem em Um Lugar ao Sol, mostra em cena.

A ideia dos laboratórios é fazer uma imersão na rotina dos personagens antes de mostrar ao telespectador quem eles são. Não dá para uma cozinheira não ter a mínima habilidade com panelas. Aprender a fazer pole dance com maestria e até a "suturar um paciente" também estão no pacote de quem quer fazer ficção com aquela "cara" de que é tudo verdade. 

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