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FENÔMENO INTERNACIONAL

Mesmo com a pandemia, por que 2021 foi o ano do Brasil na luta livre?

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Tay Conti em evento da AEW com metade da bandeira do Brasil e dos Estados Unidos

Tay Conti em evento da AEW; brasileira lutou duas vezes pelo título da companhia em 2021

VICTOR CIERRO VIEIRA

victor@noticiasdatv.com

Publicado em 31/12/2021 - 6h40

Por que 2021 foi o ano do Brasil na luta livre? A resposta curta e que melhor define é Tay Conti. Principal atleta do país no esporte, a carioca superou as arenas sem fãs durante a pandemia para se estabelecer como uma estrela da AEW (All Elite Wrestling). Após quebra de recordes e feitos históricos, a judoca provou seus talentos no ringue da companhia.

Tay foi a primeira brasileira a disputar um título internacional e acumula mais de 30 vitórias neste ano. Com este recorde impressionante, ela é a lutadora com mais êxito na AEW em 2021. E, por conta disso, ela ganhou uma segunda oportunidade pelo campeonato feminino da empresa.

No entanto, tanto no combate contra Hikaru Shida quanto na luta contra a atual campeã, Britt Baker, a judoca saiu com derroada. Mesmo assim, a brasileira vê salto positivo no ano. Em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, Tay explica por que 2021 foi tão importante:

Quando eu paro para pensar onde eu estava há um ano, do jeito que tudo aconteceu, eu fui demitida no meio de uma pandemia. Toda vez antes de dormir, eu tento lembrar de onde eu vim, tudo o que fiz para chegar onde eu estou, quando eu não tinha dinheiro nem para pegar um ônibus para a escola.

"Não importa de onde você veio ou quanto dinheiro você tem na conta, não importa nada disso. O que importa é quão duro você vai trabalhar e quanto você acredita em si mesmo", discursa.

Além de ser faixa preta no judô e azul no jiu-jitsu, Tay não para de expandir seu arsenal no ringue. O esforço em diversificar seus golpes é reconhecido por colegas que já trilharam caminho semelhante ao de Tay.

"Ela está colhendo tudo que ela tem feito. Toda a semente que ela plantou por aí, de bom caráter, de profissional, de treinar para caramba, de sempre querer melhorar. Ela é muito guerreira", elogia Adrian Jaoude, lutador libanês-brasileiro que também é referência na modalidade.

Além de falar sobre o treinamento da lutadora com mais vitórias na empresa, o medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2008 faz uma aposta: "Com certeza, ela abriu caminho para todos nós brasileiros aqui no exterior. E em breve, em 2022, eu tenho certeza que ela vai ser campeã."

Melhor ano dos brasileiros

Fundador da maior companhia de luta livre no Brasil, a BWF (Brazilian Wrestling Federation), Bob Júnior também reconhece a boa atuação da Tay Conti nos ringues internacionais da AEW e fala sobre passagens de brasileiros pela luta livre internacional:

Independentemente de ela ter disputado títulos ou não, foi o melhor ano lá fora para os brasileiros. Por todas as lutas que ela fez, o próprio Cezar Bononi fez várias lutas, o [Adrian] Jaoude também. Eles já estão nos eventos principais [da AEW]. O Bruno Nitro, na Austrália, tem ido muito bem.

Se internacionalmente os brasileiros tiveram uma guinada, o mercado local da luta livre perdeu força durante a pandemia. Com a retomada das atividades e o avanço da vacinação, as companhias de luta livre brasileiras buscam recuperar o tempo perdido.

Fundador da BWF, Júnior fala sobre o projeto da empresa para 2022: "Retomar o que abandonamos no começo de 2020. Nós tínhamos vários projetos com emissoras grandes. A gente já retomou o contato com todos eles. Então, a ideia em 2022 é subir mais um degrau e buscar tudo que a gente deixou para trás nos últimos anos".

Para assistir Tay, Bononi e Jaoude nos ringues da luta livre, o Space transmite o AEW Dynamite todas as quartas-feiras, às 22h (horário de Brasília). E às sextas-feiras, 0h, o programa Rampage é exibido pelo mesmo canal e no YouTube.

Confira como terminou a última luta de Tay Conti na AEW:


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