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EFEITOS DA PANDEMIA

Em ano sem Silvio Santos, SBT sofre com audiência baixa e crise de identidade

FOTOS: REPRODUÇÃO/SBT

Silvio Santos no palco de seu programa no SBT

Silvio Santos em uma das reprises de seu programa em 2020; afastamento foi sentido pelo SBT

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 27/12/2020 - 7h05

A autointitulada "TV mais feliz do Brasil" não teve programas inéditos de Silvio Santos durante todo o ano de 2020, algo que até então nunca havia acontecido na história de quase quatro décadas do SBT. Além de não ter o seu principal apresentador em estúdio, a emissora perdeu uma de suas maiores forças: o auditório. Com pouco jornalismo na grade, adaptações pontuais e atrações canceladas, o SBT sofreu com audiência em queda e crise de identidade.

Até mesmo o domingo, único dia da semana em que a rede ainda ficava na vice-liderança com certa folga na Grande São Paulo, principal mercado publicitário do país, não passou imune aos efeitos de 2020. Sem conteúdo inédito, o Programa Silvio Santos deixou de anotar médias acima dos 10 pontos, o que era comum, e teve dificuldade para passar dos 8 no Ibope.

No último semestre, após a Record realizar mudanças no Domingo Espetacular, as derrotas da atração do dono do SBT se tornaram mais frequentes, e as reprises caíram da vice-liderança para a terceira colocação.

Eliana e o Domingo Legal sofreram uma paralisação nas gravações no início da quarentena, entre e março e abril, mas retornaram reformulados e seguraram a segunda colocação mesmo sem seus auditórios e com as limitações impostas pela pandemia.

Apenas no último trimestre, quando o Hora do Faro cresceu com os eliminados de A Fazenda 12 e o Canta Comigo Teen, Eliana caiu para terceiro. Celso Portiolli, com o seu Passa ou Repassa e o Comprar É Bom, Levar É Melhor, se manteve na vice-liderança durante todos os meses do ano.

Efeitos da pandemia

No ano da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os programas jornalísticos ganharam mais espaço e força na Globo e na Record, mas o SBT continuou apenas com a maratona de Primeiro Impacto das 4h às 10h30, faixa com menos TVs ligadas, e o SBT Brasil, das 19h45 às 20h30.

Além disso, As Aventuras de Poliana, que era a atração mais vista fora da Globo em 2019 e impulsionava o horário nobre da emissora, registrou perda de público, com médias abaixo dos 9 pontos. A trama acabou de vez e foi substituída por Chiquititas (2013), reprisada pela segunda vez em um intervalo de menos de dois anos. Virou o tapa-buraco preferido do SBT.

Mas não foi só Poliana que chegou ao fim --o setor de novelas infantis também, com profissionais dispensados e contratos encerrados. A dramaturgia feita para crianças foi a responsável por manter a vice-liderança do SBT no horário nobre nos últimos anos. Não há previsão de quando os trabalhos serão retomados.

Nem mesmo a exibição do tradicional seriado Chaves (1973-1980) resistiu a 2020. O SBT não teve responsabilidade nessa perda, é verdade, já que a proibição aconteceu em toda a América Latina por um impasse nas negociações com os detentores dos direitos de Chaves, Chapolin e outros personagens de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014).

Com a baixa, no entanto, a emissora ficou sem uma das principais atrações de sua programação. A trama era exibida desde 1984, sempre com boa audiência, vice-liderança e repercussão entre os fãs

Raul Gil, Carlos Alberto e Ratinho foram afastados

Ausência dos veteranos

A decisão de manter Silvio Santos, Carlos Alberto de Nóbrega e Raul Gil longe dos trabalhos em estúdio, além de limitar as gravações do Ratinho, foi obviamente acertada, considerando que todos os profissionais estão no grupo de risco da Covid-19 por conta da idade. Mas é um fato que essas ausências foram sentidas no quesito audiência.

Aos sábados, quando ficava na segunda colocação com folga na comparação com a Record, o SBT virou freguês de uma maratona do Cidade Alerta.

Com Raul Gil reprisado, a temporada 2020 do Bake Off contra A Fazenda 12 e o Programa da Maisa em baixa, o único programa que ficou em segundo lugar nesse dia da semana durante o ano inteiro foi o seriado teen The Thundermans, que concorre com a Escola do Amor na faixa do meio-dia.

O cancelamento nas gravações de A Praça É Nossa no estúdio também foi sentido. Em 2019, o humorístico de Carlos Alberto de Nóbrega superava os 10 pontos de ibope e incomodava a Globo com frequência.

Neste ano, teve menos público e, assim como todos os programas da emissora de Silvio Santos que bateram de frente com A Fazenda, perdeu o segundo lugar. Isso também aconteceu com o Programa do Ratinho, principal prejudicado pelo reality show.

Em meio às paralisações, cancelamentos e demissões de nomes como Roberto Cabrini, Rachel Sheherazade, Carlos Nascimento e Lívia Andrade, o SBT deu um passo para uma mudança de identidade e foi arrojado ao fechar a compra dos direitos de transmissão da Copa Libertadores da América até 2022.

Por ter se afastado completamente do futebol e dos esportes como um todo nos últimos anos, a emissora de Silvio Santos ainda não conseguiu "bombar" como gostaria com a competição, mas o objetivo para 2021 é criar um hábito nos telespectadores com o programa esportivo Arena SBT e contar com a fase final da Libertadores para fazer valer o investimento.


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