DEIXOU A DESEJAR
REPRODUÇÃO/RECORD E TV GLOBO
Marcos Mion é o apresentador de A Fazenda; Tiago Leifert comanda o Big Brother Brasil
Apesar de ter sido um ano caótico, 2020 foi marcado por dois grandes programas de TV: Big Brother Brasil 20 e A Fazenda 12. Em meio à pandemia, as duas atrações serviram como uma válvula de escape para os telespectadores que estavam (ou deveriam estar) trancados em casa.
O reality da Globo teve início antes do caos causado pela Covid-19. Os participantes já estavam confinados sem saber que, do lado de fora, existia outro grande isolamento da vida real.
Já a atração da Record veio como uma tentativa de repetir a dose do BBB20. A direção do reality rural escalou nomes polêmicos e prometeu uma temporada histórica.
Apesar das promessas, A Fazenda 12 sofreu muitas críticas nas redes sociais após erros em provas, confusões envolvendo os participantes e até mesmo a péssima qualidade da plataforma de streaming da emissora, o PlayPlus.
O Notícias da TV listou os principais motivos pelos quais A Fazenda 12 não conseguiu repetir o sucesso do BBB20, mesmo com bons índices de audiência. Confira:
O maior problema da atração rural é sua plataforma de streaming. Os assinantes do PlayPlus passaram a edição inteira reclamando dos boicotes da produção aos melhores momentos que rolaram na sede.
Quem paga pelo serviço já sabe que só é possível ter acesso a uma câmera da casa, diferentemente do que ocorre na plataforma Globoplay, que permite ao usuário passear pelos ambientes por onde os brothers circulam.
Além disso, a Record, por ser uma emissora associada à Igreja Universal, costuma proibir certos assuntos. Por isso, alguns áudios e imagens são vedados ao público. Se alguma conversa começa a pegar um rumo mais picante, ou rola alguma pegação embaixo do edredom, é batata: corta para a vaca pastando.
A questão não é colocar em pauta assuntos religiosos ou o que é certo ou errado. O fato é que as pessoas pagam R$ 12,90 pelo serviço e esperam ter acesso ao conteúdo, principalmente quando está rolando uma briga daquelas. Acorda, Record, ninguém quer ver a paisagem!
Errar é humano, mas em um reality show, com R$ 1,5 milhão em jogo, é preciso tomar cuidado para que as falhas não se tornem recorrentes. A 12ª edição de A Fazenda foi alvo de muitas críticas envolvendo as provas do fazendeiro.
Teve de tudo: erro de contagem na pontuação, fazendeira que perdeu o título após uma dinâmica desorganizada e até questionamentos em torno das regras das disputas.
Com o desleixo da produção, internautas viraram os principais fiscais das dinâmicas. Quem é fã do Big Brother Brasil percebe essa diferença no quesito produção de provas. O reality da Globo demonstra mais cuidado e atenção na apuração dos resultados e nas explicações gerais ao público e aos próprios confinados.
A plataforma que recebe votos dos telespectadores é outro ponto a ser repensado pela produção do reality da Record. Na hora de votar, não existe o captcha --sistema de verificação que diferencia robôs de seres humanos--, o que facilita o recebimento dos votos automatizados.
Um exemplo disso são vídeos que circularam pela internet, como divulgados por fãs de Biel e Jojo Todynho, nos quais celulares e computadores apareciam votando sozinhos, sem ninguém no comando.
No site disponibilizado pela Globo para votações do BBB é diferente. Para votar, o usuário precisa digitar algumas letras e números ou identificar imagens, o que também é chato, mas essencial para computar o voto final. Se é possível melhorar a experiência dos fãs do reality, por que não fazer isso?
É claro que existem diferenças básicas entre a realização do BBB e da Fazenda. A principal está no fato de o reality dirigido por Boninho ser gravado em um estúdio, e o de Rodrigo Carelli acontecer em uma fazenda localizada em Itapecerica da Serra.
Entretanto, neste ano, os participantes da atração da Record acabaram recebendo informações externas que prejudicaram o andamento do jogo. MC Mirella foi beneficiada ao receber um carro de som, enviado pelos fãs, com dicas sobre a reputação da artista fora do confinamento.
Depois disso, um helicóptero quase invadiu a sede. Mirella e Raissa estavam na área dos bichos e precisaram ser retiradas do local às pressas. Apesar das situações serem difíceis de controlar, os episódios também renderam críticas à produção do programa.
No caso da atração da Globo, comunicações externas são impossíveis. Os participantes até podem tentar contato com os contratados da produção, mas isso resulta em punições.
Já que o reality da Record não é gravado em um local fechado, a saída seria buscar alternativas para assegurar que os confinados estejam resguardados de ameaças ao jogo. Tem que colocar a cabeça para pensar, produção!
Este ano ficou nítido que faltam dinâmicas que instiguem o caos dentro da sede da Fazenda. Não é à toa que, após a saída de Luiza Ambiel, a vilã da temporada, o reality virou uma colônia de férias.
Apesar do marasmo, foram poucas as tentativas da produção em investir em atividades que promovessem o famoso "fogo no feno".
Assim como o BBB, os produtores de A Fazenda deveriam optar por atividades que contassem com a presença de Marcos Mion no comando. Tiago Leifert, o apresentador da concorrente, costuma participar dos jogos da discórdia e consegue dar aquela alfinetada nos brothers e sisters "escorregadios".
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