MEMÓRIA DA TV
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Vera Fischer foi uma das atrizes veteranas dispensadas do elenco de atores da Globo
Publicado em 14/11/2021 - 7h33
Desde o ano passado, em virtude da reestruturação em todo o Grupo Globo, com agravamento causado pela pandemia de Covid-19, a emissora está dispensando ou deixando de renovar os contratos fixos de diversas estrelas. O que pouca gente sabe é que isso poderia ter acontecido há muito tempo.
Em 2020, deixaram a emissora estrelas como Renato Aragão, Vera Fischer, Miguel Falabella, Stênio Garcia, Antonio Fagundes, Glória Menezes e Tarcísio Meira (1935-2021), que morreu recentemente.
Já em 2021, foram registradas mais baixas: Fausto Silva, cujo contrato terminará em dezembro, Reynaldo Gianecchini, Lázaro Ramos, Ingrid Guimarães, Cissa Guimarães e Grazi Massafera, entre outros artistas, além de diversos jornalistas.
Há mais de 36 anos, em abril de 1985, reportagem do Jornal do Brasil explicou que a Globo estava trabalhando numa proposta que tirava o sono de boa parte de seu numeroso elenco. Na época, o todo-poderoso do canal era José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.
"Pensa-se no corte da figura do ator funcionário e no cancelamento dos contratos a longo prazo. Se a proposta for adiante, a Globo passa a fazer contratos por obra certa, ou seja, só recebe dinheiro o ator que estiver trabalhando", explicou a matéria.
Ainda segundo o texto, os dirigentes da emissora descobriram que centenas de profissionais presentes na folha de pagamento passavam mais de um ano sem pisar no estúdio, mas recebiam normalmente no final do mês.
"Há pouco tempo, foi feito o levantamento do elenco e a emissora constatou ter 119 atores disponíveis. Começava gravação de um Caso Verdade e a emissora precisava preencher cerca de 20 papeis. Apesar da lista de atores da casa, foi obrigada a pagar cachês porque seus funcionários deram as mais variadas desculpas, recusando o chamado", enfatizou o texto.
Entre as figuras citadas, estavam astros de primeira grandeza, com salários de 5 milhões de cruzeiros mensais.
"Diante de tantas dificuldades em arregimentar elenco com seu pessoal contratado, a Globo imaginou que a melhor medida seria demitir todo mundo. Acredita que, dessa maneira, terá mais facilidade em encontrar atores dispostos a trabalhar", destacou a nota.
Como se sabe, o projeto não foi adiante, e a Globo continuou com muita gente em sua folha de pagamento durante todos esses anos.
Mas a situação mudou a partir de 2019, quando foi iniciado o projeto Uma Só Globo, que unificou toda a operação do Grupo, resultando em uma série de reestruturações e demissões.
Somente no primeiro semestre de 2021, para se ter uma ideia, a emissora teve uma economia de R$ 281 milhões em corte de custos. Mesmo assim, foi registrado um prejuízo de R$ 144 milhões no mesmo período. Pelo jeito, essa nova realidade veio para ficar.
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