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FUTEBOL NA PANDEMIA

Copa América no Brasil acirra briga entre Globo e Conmebol; entenda

REPRODUÇÃO/SPORTV

Galvão Bueno falando no estúdio do Bem, Amigos, do SporTV, em programa exibido em 24 de maio

Galvão Bueno fez duras críticas contra a Conmebol na edição de 24 de maio do Bem, Amigos

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 31/5/2021 - 19h25

A confirmação de que a edição 2021 da Copa América será disputada no Brasil caiu como uma bomba nesta segunda-feira (31). A realização da competição, que foi recusada pelas sedes originais, Colômbia e Argentina, levantou um debate sobre as condições sanitárias e esportivas que os Estados brasileiros têm para assumir essa responsabilidade no momento. Além disso, o assunto também acirrou a briga entre Globo e Conmebol.

O dono dos direitos de transmissão da Copa América é o SBT, que também exibe a Libertadores, outro torneio organizado pela entidade sul-americana. Já a Globo, que rompeu o contrato que tinha pela Libertadores no ano passado e entrou em uma guerra com a Conmebol nos bastidores do futebol, formalizou a compra da exibição dos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo na semana passada.

A líder de audiência, no entanto, negociou os direitos das partidas diretamente com as federações envolvidas no campeonato, que terá jogos com transmissão do SporTV e da Globo nesta e na próxima semana.

Quando a Copa América foi confirmada no Brasil, a reação da maioria dos jornalistas de diferentes veículos de comunicação foi condenar a realização da competição, considerando a situação da crise de Covid-19.

No entanto, o posicionamento de parte dos profissionais da imprensa (principalmente os que trabalham para a Globo) tem sido apontado como "hipócrita" por alguns internautas que dizem que Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e as próprias Eliminatórias estão sendo realizadas normalmente e que não viram esse mesmo movimento contra esses torneios.

No SporTV, Luis Roberto detonou a confirmação da competição no Brasil. "Isso é uma vergonha. Essa Copa América já não deveria ser realizada. A pandemia interrompeu várias competições mundo afora. Neste momento, é só mais um torneio caça-níquel", criticou o narrador da Globo.

O comentarista Walter Casagrande Jr. no blog de Peito Aberto, no GE, também fez críticas à situação. Leia abaixo um trecho do texto, que tem como título "A combinação do mal para uma Copa América macabra":

Será uma Copa América macabra, com jogos da morte. Será um deboche quando fizerem minuto de silêncio pelos mortos do Brasil. Rogério Caboclo [presidente da CBF] e Jair Bolsonaro fazem parte do mesmo grupo de negacionistas. Eles têm tudo em comum: a prepotência, a arrogância, a grosseria, a falta de educação... São péssimos cidadãos brasileiros.

A questão que se levantou nas redes sociais foi a seguinte: "Será que os comentaristas da Globo teriam esse posicionamento se a emissora fosse dona dos direitos da Copa América?".

A Globo, de forma institucional, não se posicionou contra ou a favor da realização de nenhum campeonato de futebol durante a pandemia neste ano. Em março, a líder de audiência soltou um comunicado dizendo que o momento era de "cautela" e que seguia as orientações das autoridades.

"Como vem fazendo desde o início da pandemia há mais de um ano, a Globo segue respeitando as orientações dadas pelas autoridades competentes e acompanhando as decisões dos organizadores das competições. Entendemos que o momento é de cautela e que a prioridade é a segurança de todos. Vamos seguir e respeitar todos os protocolos que forem definidos e decididos pelas entidades", se posicionou a emissora, em nota.

Críticas contra a CBF

Em fevereiro e março, o próprio Casagrande havia detonado a CBF e as federações de futebol por brigarem pela continuidade do futebol no pior momento da pandemia no Brasil. E o comentarista fez isso ao vivo no Globo Esporte, defendendo a paralisação de eventos que a emissora para a qual ele trabalha transmite.

A questão é que não é a opinião dos comentaristas, narradores, repórteres, apresentadores e colunistas que é levada em conta no momento de um campeonato ser paralisado ou colocado em disputa. Por mais que seja contra, o profissional estará lá para trabalhar na transmissão do jogo comprado pelo veículo que ele trabalha.

A Argentina recusou receber a Copa América pela crise de Covid-19. A Colômbia falou que não tinha condições de fazer os jogos entre as seleções por causa dos protestos que tomam conta do país. Já o governo brasileiro achou de bom tom aceitar a competição.

Outros jornalistas brasileiros comentaram entraram no debate sobre a realização da Copa América 2021. Veja abaixo:

É mais uma demonstração de irresponsabilidade de um governo genocida. Nosso caso da pandemia é mais grave que o da Argentina e da Colômbia, mas nós abrimos a porta para cometer essa irresponsabilidade.
Juca Kfouri, colunista do UOL
Nenhum país da América do Sul teria condições, muito menos o Brasil, que tem a pior situação do continente. Pode ser que donos de hotéis, de restaurantes e de companhias aéreas comemorem. Mas se trata de um risco altíssimo, ainda mais levando em consideração a nova cepa indiana que já começou a circular no país. Vejo como um enorme presente de grego.
Milton Neves, apresentador da Band e colunista do UOL
Estaduais, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão são disputados no Brasil, em plena pandemia. Então, cadê a surpresa com a Copa América no Brasil? Que se dispute todas as competições ou pare todas. Todas, sem exceção. Vamos parar o Brasileirão! Mesmo peso, mesma medida.
Leandro Quesada, comentarista esportivo
Não é possível que vocês estão comparando Brasileiro, Copa do Brasil com Copa América. O Brasil não tinha compromisso com a Copa América (o Japão tenta cumprir com a Olimpíada). Faltam 12 dias para começar a Copa América! Por que o Brasil tem de assumir isso na situação atual? Se fosse compromisso assumido um ano atrás, ok. Mas assumir essa responsabilidade, a 12 dias do evento, em meio à crise da saúde, desculpa aí... discordo. Se Argentina e Colômbia, as sedes, não podem, não é responsabilidade do Brasil.
Paulo Vinícius Coelho, comentarista do SporTV

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