Inverno zumbi
Divulgação/AMC
Norman Reedus e Melissa McBride em cena do último capítulo da nona temporada de Walking Dead
JOÃO DA PAZ
Publicado em 2/4/2019 - 12h00
Com média de 4,95 milhões de telespectadores por episódio, a nona temporada de Walking Dead é a pior de sua história. O ano que marcou a despedida de Rick (Andrew Lincoln) foi visto por cerca de 10 milhões de pessoas a menos do que havia conseguido no quinto ano (2014-2015), época na qual flertava com o topo entre as séries mais vistas da TV norte-americana. Agora, a perspectiva de audiência definitivamente é outra.
O diagnóstico acerca da performance de Walking Dead mudou. Produtores e críticos devem superar o passado e entender que a série não voltará a atingir o público que um dia conquistou. Dito isso, o alcance da audiência da nona temporada não deve ser menosprezado, de forma nenhuma, mesmo sendo menor do que a primeira temporada, composta apenas de seis episódios.
The Walking Dead é a série mais vista da TV paga dos Estados Unidos, o que vale muito. Tanto que um comercial de 30 segundos na atração do canal AMC é um dos três mais caros de toda a TV americana, brigando com os sucessos This Is Us e The Big Bang Theory, ambos da TV aberta.
Estar na casa dos 5 milhões de telespectadores é uma boa meta para The Walking Dead. Afinal, o número chega a ser o dobro de outros sucessos da TV paga, como American Horror Story (FX) e Yellowstone (Paramount). E os tais 5 milhões de telespectadores formaram a audiência do final da nona temporada, exibido no último domingo (31).
Mesmo os críticos mais inflexíveis concordam que a trama da nona temporada foi uma das melhores de Walking Dead, no nível do quinto ano, justamente o de maior audiência. Como recuperar aquele público é difícil, o jeito é continuar o trabalho excelente para o fã que foi valente e suportou os episódios enfadonhos da série no sexto e no sétimo anos (a oitava temporada recuperou um pouco da qualidade).
Angela Kang, a nova showrunner da série, se virou nos 30 e conseguiu dar volume para a história mesmo sem o xerife Rick Grimes, simplesmente o protagonista do drama. The Walking Dead se despediu com classe do mocinho e dividiu bem os cargos de liderança entre os que ficaram, como Daryl (Norman Reedus) e Carol (Melissa McBride). O próximo desafio é fazer um adeus digno para Michonne (Danai Gurira), que vai deixar o drama zumbi no décimo ano.
A nona temporada ganhou uma vilã aterrorizante, que pode colocar a atriz Samantha Morton no Emmy. Teve ainda um show de novas atrizes, como Cailey Fleming (a Judith) e Cassady McClincy (a Lydia). E Angela bancou um acontecimento inédito: fez nevar em The Walking Dead, num excelente trabalho de pós-prdoução.
Mesmo sem Rick e Michonne (além de Carl, que também deu adeus), âncoras de The Walking Dead, a série caminha para um futuro promissor. Sem enrolação e com um avanço rápido na trama, a adaptação da TV se aproxima cada vez mais da HQ homônima da qual ela se baseia. E vem aí algo grande na série.
Após a batalha contra os Sussuradores, considerados pelos fãs os grandes vilões de Walking Dead, entra em cena a comunidade Commonwealth, a maior de toda a série. Localizada no Estado de Ohio, o lugar tem até arena esportiva, é habitado por 50 mil pessoas e possui um exército próprio. Será um grande desafio para a série replicar toda essa grandeza na TV.
Confira as audiências das nove temporadas de Walking Dead, da melhor para a pior:
1) Quinta temporada: 14,38 milhões de telespectadores;
2) Quarta temporada: 13,33 milhões;
3) Sexta temporada: 13,15 milhões;
4) Sétima temporada: 11,34 milhões;
5) Terceira temporada: 10,75 milhões;
6) Oitava temporada: 7,81 milhões;
7) Segunda temporada: 6,91 milhões;
8) Primeira temporada: 5,23 milhões;
9) Nona temporada: 4,94 milhões.
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