NOVA ERA
DIVULGAÇÃO/QUIBI
Anna Kendrick em episódio da comédia Dummy, do streaming Quibi; atriz emplacou uma indicação no Emmy
JOÃO DA PAZ
Publicado em 29/7/2020 - 6h50
O Emmy 2020 é dos streamings, e os números comprovam isso. Somadas, as plataformas digitais receberam 269 indicações, um aumento de 42% em relação aos 190 da premiação do ano passado. Até o serviço Quibi, a "Netflix dos celulares" considerada o mico do ano em Hollywood, foi lembrado com impressionantes dez menções.
O Prime Video, da Amazon, foi o único streaming que perdeu terreno, com 17 indicações a menos do que em 2019 (30 contra 47). Houve a chegada com o pé direito dos serviços da Disney (Disney+, 19 lembranças) e Apple (Apple TV+, com 18). E o recorde histórico da Netflix, com o maior número de indicações já registradas no Emmy por uma plataforma, canal ou rede: 160. O salto foi de 42 menções, quase uma NBC inteira, em relação à premiação anterior.
A Netflix alcançou essa façanha pela diversidade de atrações (52 projetos vão concorrer, no total), algo que a empresa sempre visou desde a sua entrada na indústria de entretenimento americana, há sete anos.
Não houve nenhum sucesso absoluto de indicações, mas algo bem sortido, com presença desde especiais de stand-up (do comediante Dave Chappelle) a documentários (como o arrebatador A Máfia dos Tigres). Resultado de um investimento, só em 2020, na casa dos US$ 17 bilhões (R$ 87 bilhões)
No campo das séries, Ozark foi quem recebeu mais menções para a Netflix (18). Destaques também para a terceira temporada de The Crown (13) e a minissérie Hollywood (12). Houve ainda lembranças a desenhos animados (como Big Mouth e BoJack Horseman) e realities (Mandou Bem).
Outro exemplo dessa dominação dos streamings pode ser vista na Hulu. A plataforma que pertence à Disney conseguiu mais indicações (26) do que a rede CBS (23), simplesmente a líder de audiência nos Estados Unidos. As séries que levaram o streaming a esse patamar foram as elogiadas The Handmaid's Tale, Little Fires Everywhere, Ramy e Normal People.
divulgação/hulu
Elisabeth Moss na terceira temporada de The Handmaid's Tale; série indicada, atriz esnobada
O Quibi achou uma consolação em meio à desgraça. O streaming diferentão, com programas de curta duração para serem vistos no celular, ganhou má fama devido a fatores que iam desde conteúdo duvidoso a problemas técnicos. Isso não atraiu os assinantes que os executivos esperavam no lançamento, feito em abril. Mas o Emmy deste ano pode ser um colete salva-vidas.
A plataforma abocanhou dez indicações, um número expressivo. Todas elas vieram nas categorias de curta, e grande parte conseguidas por atores, justificando o investimento feito em nomes graúdos de Hollywood. A dupla Laurence Fishburne e Stephan James (por #FreeRayshawn), Anna Kendrick (Dummy) e Kaitlin Olson (Flipped) estão no páreo.
Ancorada por The Mandalorian, série do universo Star Wars que concorrerá à estatueta de melhor drama, o streaming da Disney (Disney+) ganhou 19 indicações. Porém, somente a atração badalada ficou com 15 (várias disputas nos prêmios técnicos), as outras quatro foram distribuídas em programas de menor repercussão.
Por sua vez, o Apple TV+ teve 18 indicações, oito delas só com The Morning Show (que foi esnobada, porém, na disputa de melhor drama). O streaming da Apple será representado por minissérie (Em Defesa de Jacob), documentário (Beastie Boys Story) e até desenho (Central Park).
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