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NINGUÉM TÁ OLHANDO

Escalar youtubers para nova série é o maior erro que a Netflix pode cometer

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz e youtuber Kéfera Buchmann em cena de Espelho da Vida: público não migrou para novela da Globo - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz e youtuber Kéfera Buchmann em cena de Espelho da Vida: público não migrou para novela da Globo

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 9/4/2019 - 6h04

Próxima comédia brasileira da Netflix, Ninguém Tá Olhando contará com vários nomes conhecidos do YouTube. O protagonista Victor Lamoglia, do canal Parafernalha, dividirá cenas com Kéfera Buchmann, Júlia Rabello (ex-Porta dos Fundos) e Leandro Ramos (do Choque de Cultura). Apostar em famosos da internet para fazer a série bombar na audiência é o maior erro que a plataforma de streaming pode cometer.

A afirmação não é demérito nenhum ao talento dos influenciadores: Kéfera provou que é boa atriz em Espelho da Vida, Júlia Rabello mostrou sua versatilidade em projetos tão diversos como A Regra do Jogo (2015) e a série Mal me Quer, e o Choque de Cultura é uma das melhores novidades do humor dos últimos anos.

Mas o fato é que, pelo menos até o momento, youtubers não conseguiram converter seu sucesso no site de vídeos em audiência para os outros projetos nos quais se envolvem. Que o diga O Aprendiz, que em sua primeira temporada na Band apostou em um elenco composto por influenciadores digitais e tem patinado no Ibope --na Grande São Paulo, o reality sofre para marcar mais do que 1,0 ponto.

Kéfera também não levou os 11 milhões de seguidores que a acompanham no canal 5inco Minutos para a Globo: Espelho da Vida chegou ao fim com média de 17,8 pontos na Grande São Paulo, segundo pior desempenho de uma novela das seis. Seu filme Eu Sou Mais Eu, lançado em janeiro, foi visto por menos de 120 mil pessoas.

O youtuber Pedro Afonso Rezende, o RezendeEvil, com 23 milhões de inscritos, também tentou a sorte como ator da série Z4, do SBT. O projeto sobre uma boy band fracassou a tal ponto que as apresentações que o grupo da ficção faria na vida real foram canceladas. O motivo? Os ingressos para os shows encalharam.

divulgação/fullscreen

As youtubers Grace Helbig e Hannah Hart em cena da série Electra Woman and Dyna Girl


Fracasso até na Netflix

A Netflix até poderia imaginar que migrar seguidores da internet para uma mídia tradicional (e antiquada) como a TV é mais difícil do que levá-los para a própria plataforma, já que tanto o YouTube quanto o streaming são meios conectados.

Mas não é preciso ir muito longe para encontrar uma falha no raciocínio: em 2016, a gigante lançou Haters Back Off, comédia sobre a nada talentosa aprendiz de cantora Miranda Sings (Colleen Ballinger), uma personagem que nasceu no YouTube em 2008 e tem 1,9 bilhão de visualizações em seu canal.

Depois de duas temporadas muito criticadas, inclusive pelos próprios fãs, a série chegou ao fim. E o fracasso não foi apenas com a audiência: o projeto resultou no divórcio da protagonista e em depressão para o ex-marido da atriz.

Pioneiros na transição do YouTube para a TV, a dupla Rhett McLaughlin e Link Neal também ganhou um programa na CW em 2007, um ano depois de a rede nanica entrar no ar. A ideia do Online Nation era exibir vídeos que faziam sucesso com o público online. Não funcionou: depois de apenas quatro episódios, a série saiu do ar.

Duas das maiores produtoras de conteúdo no site de vídeos, Grace Helbig e Hannah Hart também tentaram aproveitar sua influência para lançar uma série própria na TV.

Elas gravaram uma atração sobre duas super-heroínas, Electra Woman and Dyna Girl (um remake do clássico de 1976), em 2014, no embalo da febre de superpoderosos. Mas o projeto nunca achou uma emissora interessada em exibi-lo, e acabou sendo lançado no site Fullscreen. Fracassado, ele não passou do primeiro ano.

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