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OPINIÃO

O Aprendiz sofre com influenciadores que não influenciam (quase) ninguém

RAFAEL CUSATO/BAND

Roberto Justus conduziu uma prova de conhecimentos gerais no primeiro episódio da atual temporada de O Aprendiz - RAFAEL CUSATO/BAND

Roberto Justus conduziu uma prova de conhecimentos gerais no primeiro episódio da atual temporada de O Aprendiz

GABRIEL PERLINE

Publicado em 26/3/2019 - 14h07

A aposta da Band em selecionar 18 pessoas que são consideradas verdadeiras celebridades na internet para participar da atual temporada de O Aprendiz não ajudou o reality show de Roberto Justus a registrar uma boa audiência. Antes de apontar um possível desgaste do formato, o índice serve como um alerta para o real poder de influência desses ilustres desconhecidos da grande massa.

Chamados de "influenciadores digitais", os 18 concorrentes de O Aprendiz somam pouco mais de 16 milhões de inscritos em seus respectivos canais no YouTube. Obviamente, a Band pensou que um bom percentual desta audiência virtual migraria para a televisão, mas não foi o que ocorreu.

Nesta segunda (25), o programa registrou 1,1 ponto de média na Grande São Paulo, o equivalente a 224 mil telespectadores. É um desempenho ainda pior do que o do primeiro episódio, exibido em 18 de março, que havia marcado 1,4 ponto.

No PNT, que afere a audiência nas 15 maiores regiões metropolitanas do país, a audiência da estreia foi de apenas 1,0 ponto; ou seja, 711 mil pessoas nessas 15 áreas do país assistiram ao reality show de Roberto Justus.

Se compararmos o poder de alcance que esses supostos influenciadores digitais têm na internet com o que eles converteram para a TV, vemos que seus poderes de influência não são tão altos assim. Eles impactaram apenas 4% de sua base de fãs.

Esse índice de influência, se avaliado com mais profundidade, chega a ser menor, uma vez que não dá para afirmar que toda a audiência do episódio de estreia de O Aprendiz tenha sido composta por seguidores dos ditos influenciadores digitais. No pacote, entram também os fãs do formato, os apaixonados por reality shows e até mesmo a audiência cativa da própria emissora.

Outro fator que coloca em xeque a popularidade desses influenciadores foi a baixa projeção do reality show nas redes sociais em sua estreia. Com a enorme base de fãs dos participantes, O Aprendiz tinha potencial para figurar entre os assuntos mais comentados mundialmente no Twitter. E não foi o que aconteceu.

Vale frisar que a baixa audiência não está ligada à qualidade do programa. Sair da Record e ir para a Band trouxe ao reality um frescor. Está mais dinâmico, com uma edição mais caprichada, identidade visual moderna e com Roberto Justus muito melhor como apresentador. Merecia um índice mais compatível à sua altura.

O Aprendiz não é o primeiro programa que tenta pegar carona na popularidade de celebridades virtuais, tampouco é o primeiro a se decepcionar com o resultado que essa galera traduz em audiência na TV.

A Globo naufragou ao investir na fama de influenciadores digitais para atrair audiência às suas produções. Um exemplo recente é a escalação de Kéfera Buchman para um papel de destaque em Espelho da Vida, atual novela das seis, que tem um desempenho fraco no Ibope.

Outro fator que tende a ser um empecilho à audiência são os spoilers que os eliminados têm dado nas redes sociais. Alguns já avisaram que foram eliminados da competição antes mesmo de suas demissões irem ao ar. Teve participante que chegou a dizer que O Aprendiz foi o pior momento de sua vida.

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