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REVIRAVOLTA

Disney decide exibir episódio censurado de Blackish sobre injustiça racial

DIVULGAÇÃO/ABC

Assustado, Anthony Anderson abraça uma sorridente Tracee Ellis Ross em episódio da comédia Blackish

A dupla Anthony Anderson e Tracee Ellis Ross, indicada ao Emmy, em episódio da comédia Blackish

JOÃO DA PAZ

Publicado em 10/8/2020 - 19h12

Um episódio de Blackish sobre injustiça racial, censurado há dois anos, ganhou a luz do dia. A Disney decidiu disponibilizar o capítulo controverso na plataforma Hulu, após ele ser banido da rede ABC (ambas são controladas pela dona do Mickey Mouse). A ação vem em um momento no qual a comédia ganha cada vez mais relevância nos Estados Unidos.

O anúncio de que o episódio Please, Baby, Please foi tirado da gaveta partiu do criador da atração, Kenya Barris, em seu Instagram nesta segunda-feira (10), dia no qual a Hulu passou a disponibilizá-lo aos usuários. O produtor relembrou que a trama iria ao ar em um momento no qual a nação norte-americana vivia "ansiosa sobre o futuro", pós-eleição do político conservador Donald Trump.

"Aqueles sentimentos foram transferidos para o papel e se transformaram em 22 minutos de televisão dos quais eu me orgulho bastante", escreveu o showrunner, que atualmente é contratado da Netflix. "Muito se especulou sobre o conteúdo desse episódio e o que seria feito com ele", contou antes de revelar a novidade.

Please, Baby, Please foi desenvolvido para ser parte da quarta temporada. Na época, a rede ABC justificou "que as diferenças [criativas sobre o episódio] não foram possíveis de serem resolvidas" ao explicar a censura (ela colocou no lugar uma reprise da série). Barris também se posicionou, dizendo que "nem a ABC nem eu ficamos felizes com os ajustes propostos para o episódio e decidimos não exibi-lo".

Segundo publicações especializadas da imprensa americana, o ponto controverso seria a exibição do jogador de futebol americano Colin Kaepernick se ajoelhando durante a execução do hino nacional antes de uma partida da NFL (a liga profissional do esporte).

O atleta virou um ativista contra a injustiça racial e no combate à violência policial contra jovens negros. O gesto de Colin é considerado muito ofensivo para patriotas americanos --e a Disney tem uma parceria com a NFL, que indiretamente barrou Colin, pois nenhum clube quer contratá-lo.

O jogador está entre outras figuras do movimento negro norte-americano em uma história de ninar que o publicitário Andre Johnson (Anthony Anderson) conta para o seu filho mais novo, Devante.

O nome do episódio de Blackish faz referência a um livro infantil homônimo escrito por Spike Lee e Tonya Lewis Lee. Com imagens alegóricas e reais, Andre narra para a criança como se estabeleceu o racismo estrutural nos Estados Unidos.

Após a morte do segurança George Floyd em março, Hollywood ficou sob um microscópio, com o público condenando posturas racistas de todos os lados, de celebridades a programas de TV. Blackish saiu por cima, já que desde a estreia debate temas raciais com didatismo e bom humor, como quando explicou o que é Juneteenth, o dia da abolição da escravatura nos EUA (19 de junho).

E essa revogação da censura vem em uma hora apropriada, pois a dupla de protagonistas de Blackish (Anthony Anderson e Tracee Ellis Ross, vencedora do Globo de Ouro) está indicada ao Emmy deste ano. No Brasil, a comédia pode ser vista no Sony Channel e, desde a última sexta-feira (6), está disponível no Prime Video, o streaming da Amazon, com as primeiras cinco temporadas.

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