Kenya Barris
Reprodução/THR
O produtor Kenya Barris solta uma gargalhada em entrevista para a revista The Hollywood Reporter, em 2017
JOÃO DA PAZ
Publicado em 16/8/2018 - 18h23
Na guerra por conteúdo para o streaming, a Netflix venceu mais uma batalha contra a Disney. A plataforma firmou nesta quinta (16) um contrato de três anos com Kenya Barris, que gira em torno de US$ 100 milhões (R$ 390 milhões). Criador de Blackish, Barris era contratado do ABC Studios, pertencente ao grupo Disney, que planeja lançar um serviço de video on-demand no próximo ano.
Produtor e roteirista de séries negras, como The Game (2006-2015) e Girlfriends (2000-2008), Barris explodiu em Hollywood com Blackish. Lançada em 2014, a série traz uma família negra, que mora em um bairro rico, rodeada por vizinhos brancos. O publicitário Andre Johnson (Anthony Anderson) faz de tudo para ensinar aos filhos mimados a beleza e os valores da cultura negra.
Aclamada pela crítica, Blackish é a única comédia da TV aberta dos Estados Unidos que concorre ao Emmy deste ano. Em 2017, a comediante Tracee Ellis Ross levou o Globo de Ouro de melhor atriz, primeira negra a vencer essa categoria em 34 anos. Tracee interpreta a médica Rainbow Johnson na trama.
Barris deixa o posto de showrunner (o faz-tudo de uma série) de Blackish, mas continua listado como produtor-executivo. Esse é o cargo dele também em Grownish, filhote de Blackish, uma comédia de sucesso do canal Freeform, também da Disney.
A série derivada acompanha a vida da jovem Zoey Johnson (Yara Shahidi), filha mais velha do casal Andre e Rainbow, que dá os primeiros passos na vida adulta ao entrar na faculdade. Grownish elevou o status de Yara ao nível de ícone da juventude norte-americana pelo seu engajamento político.
Os três anos de Barris na Netflix podem se estender para mais dois, dependendo do desempenho de suas produções. O contrato é de exclusividade, e o produtor irá comandar todos os novos projetos, o que inclui escrever os roteiros.
Time de estrelas
Barris é mais um produtor de conteúdo que a Netflix tira dos estúdios da rede ABC. Há um ano, a gigante do streaming fechou com Shonda Rhimes um acordo que o jornal The New York Times disse valer US$ 150 milhões (R$ 585 milhões), por quatro anos.
Ela encerrou uma carreira de 15 anos na ABC, na qual criou séries históricas, como Grey's Anatomy e Scandal (2012-2018). No mês passado, a Netflix anunciou as sinopses de nada menos do que sete séries (e um documentário) que Shonda produzirá para a plataforma. Na década e meia que passou na TV aberta, ela trabalhou em nove séries.
Em fevereiro, Ryan Murphy (de American Crime Story e Glee) acertou com a Netflix um contrato de cinco anos, na casa dos US$ 300 milhões (R$ 1,17 bilhão). Ele trabalhava para o estúdio de televisão do grupo Fox, recentemente comprado pela Disney.
Esses desfalques que a Netflix fez na Disney, em uma grande jogada nos bastidores, não saíram barato. Ao todo, a empresa irá desembolsar R$ 2,15 bilhões para contar com o talento desses três superprodutores pelos próximos cinco anos, no mínimo.
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